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Santiago 2023

Equipe de saltos ornamentais tem cinco estreantes em Pans

Mais da metade dos nove integrantes participa pela primeira vez num evento desse porte. Sintonia com os mais experientes é trunfo para a competição

Santiago 2023 Jogos Pan-americanos saltos ornamentais Vila Pan-Americana
Delegação dos saltos ornamentais chegando na Vila Pan-Americana de Santiago (Marina Ziehe/COB)

Santiago – Ali em um canto da piscina, Hugo Parisi, chefe da equipe de saltos ornamentais do Brasil em Santiago 2023, chama a atenção para um detalhe do time que está na capital chilena. Cinco dos nove integrantes estão pela primeira vez em uma competição adulta de grande porte. Hugo sabe o que diz, tem nada menos do que quatro Olimpíadas nas costas, a última no Rio-2016, e de dois Pans, incluindo o Rio 2007. Ele aponta para uma renovação, ainda que sem muito alarde, mas que já vem dando resultados dentro e fora das piscinas.

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Os chamados novatos são Anna Lúcia dos Santos, Rebeca Santana, Diogo Silva, Rafael Fogaça e Rafael Max. Os outros quatro são Giovanna Pedroso, Ingrid Oliveira, Luana Lira e Isaac Souza, todos com experiências em Jogos Pan-Americanos e Olimpíada. “Tudo novo, uma experiência única. Desde do Brasil pra cá, sempre me surpreendendo cada vez mais. A Vila, incrível, é a comunhão de todo mundo, todos os esportes. Fica muito legal”, contou Rafael Max nesta segunda-feira (16) logo após fazer o primeiro treino no Centro Acuático de Santiago 2023.

Rafael Max de Almeida posa para foto com a medalha no peito
Rafael Max com seu bronze no Mundial Júnior do Canadá (divulgação/Fina/arquivo)

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Santiago, Doha, Paris

Mas as novidades logo vão ficar pra trás, pois apesar da pouca idade, tem 19 anos, Rafael Max vai em busca de resultados na capital chilena e também de preparação para conquistar uma das vagas nos Jogos Olímpicos de Paris que estarão em disputa no Mundial do ano que vem em Doha. “Estou vindo com a cabeça preparando os saltos pro Mundial. Aqui vai ser uma preparação muito grande, ajustando cada detalhe”, acrescenta. De Mundial ele entende. Foi medalhista de bronze no trampolim de 3 metros do júnior, ano passado no Canadá.

Outro novato medalhista em Mundial Júnior é Diogo Silva, 18 anos, prata na plataforma de 10m no Canadá. “É muito legal estar aqui, sendo a primeira vez, estreante. Já tinha vindo para cá, mas não com essa estrutura. Tinha competido aqui em 2019, no Pan-Americano Júnior. Mudou alguma coisa e esse primeiro treino foi importante para reconhecer a piscina, o trampolim, a plataforma. Gostei da estrutura e espero que a gente consiga trazer a medalha.”

Voz da experiência

Um dos que ajuda os estreantes é Isaac Souza, 24 anos. Isaac foi medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, finalista em mundiais e esteve em Tóquio 2020. “A gente conversa bastante”, diz Rafael. “Sempre damos uma perguntadinha para saber como que é, como vai ser. Estamos sempre perguntando.”

Isaac enaltece o trabalho dos mais novos. “É legal ter essa galera pra mostrar que tem renovação de atletas bons. Mostrar nosso nível técnico na piscina.” Uma das dicas que dá é sobre a parte mental. “Colocar a cabeça no lugar, não ficar muito nervoso. Claro que o nervosismo é normal, mas o que não é normal é não conseguir trabalhar com esse tipo de emoção”, diz. “Não ficar prestando atenção no treino dos adversários. Focar no seu e pé no chão. Se treinou vai dar certo”, acrescenta.

Isaac Souza Santiago 2023 Jogos Pan-americanos saltos ornamentais
Isaac Souza tem experiência olímpica (Marina Ziehe/COB)

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Isaac, porém, não está lá só pra dar conselhos. Tem planos audaciosos, ainda mais por já estar com a meta do ano batida. “Meu objetivo principal já foi conquistado, que é a vaga olímpica. Mas aqui, claro, espero uma medalha e gostaria de trocar a cor”, fala. “Estamos entre os melhores países. México, Estados Unidos e Canadá estão sempre nas finais dos mundiais, nos pódios. Então o sarrafo não está baixo, não. Tá bem alto”, acrescenta, sem deixar espaço para hesitações. “Competição é competição. Eu dando meu melhor, focando em mim, posso brigar com os caras.”

Melhor Equipe

Quem também está se sentindo bem em Santiago 2023 ao lado dos mais novos é Ingrid Oliveira, de 27 anos. Ela foi medalhista de prata, ao lado de Giovanna Pedroso, nos saltos ornamentais dos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015 e esteve nos Jogos Olímpicos do Rio 2016 e de Tóquio 2020. “É a equipe mais unida que a gente já teve. Não tem esse negócio de calouro, ter de carregar a mochila, não tem essas coisas. Na nossa época (de calouras) tinha e era um saco. Não fazemos essas coisas porque sabemos o quanto era chato. Não passamos isso, tentamos dar as melhores dicas técnicas, de experiência. A equipe é muito unida e isso é muito bom”, afirma.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e Santiago

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