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Ouro, voltar a andar e jogar bola: os planos de Cátia Oliveira

Em live com o OTD, mesatenista relembrou tempos de jogadora de futebol e revelou seu planejamento após a Paralimpíada de Tóquio

Cátia Oliveira revela que após conquistar uma medalha em Tóquio, deseja voltar a andar e jogar futebol (Instagram/catiaoliveira_oficial)

Quem acompanha o Olimpíada Todo Dia sabe que as lives com os atletas olímpicos e paralímpicos ocorrem geralmente às 20hs. Se o horário fosse um pouco mais tarde, muito provavelmente nós do OTD teríamos de ter remarcado o papo com Cátia Oliveira, mesatenista classificada para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, na noite dessa quarta-feira (26).

Isso porque às 21h30 do horário de Brasília, o Corinthians enfrentou o Fortaleza pelo Campeonato Brasileiro de futebol masculino e a multi-medalhista do tênis de mesa é e torcedora fanática do Timão e apaixonada pelo esporte número 1 do Brasil, que ela inclusive praticava antes de sofrer um grave acidente.

“Eu sempre fui apaixonada por futebol; sempre tive o sonho de defender o nosso país e disputar uma Olimpíada. Em 2006, eu fiz um teste no time de Botucatu, passei e fomos campeãs de tudo que teve. Foi incrível,” relembrou Cátia Oliveira em live com o OTD,

“Eu era meia, mas joguei de tudo. Sempre tinha alguém faltando, então eu era o ‘Severino Quebra-Galho’. Eu até fui convocada pra seleção como zagueira. Podia me colocar onde quiser, eu queria jogar. Só não fui goleira [risos]” acrescentou.

O melhor e o pior dia da vida

A jogadora que atualmente brilha com a raquete e com a bolinha recordou com brilho nos olhos seu passado como jogadora de futebol. Desde o início da sua carreira até o melhor dia da sua vida, que infelizmente acabou se tornando o pior.

Em uma manhã de outubro de 2007, aos 16 anos, Cátia Oliveira dormia no banco traseiro sem cinto de segurança do carro onde estava, quando sofreu um grave acidente e teve uma lesão medular cervical que tirou os movimentos de suas pernas. Poucas horas depois, recebeu a notícia da convocação para defender a seleção brasileira sub-17 de futebol feminino no Campeonato Mundial que ocorreria dali um tempo.

“Eu sofri o acidente em uma segunda-feira. Era pra ter me apresentado na terça, mas infelizmente não consegui me apresentar. Foi uma mistura de sensações. O melhor e o pior momento da minha vida. Era um sonho estar no Mundial. Mas eu falo que Deus sabe o que faz e que tudo na vida tem um propósito,” contou.

Volta por cima

Cátia Oliveira voltou a sentir o gosto da vitória e da prática esportiva após conhecer o tênis de mesa em uma feira para pessoas com deficiência.

Desde então, foi vice-campeã Mundial de Tênis de Mesa na Eslovênia 2018; ouro no individual e prata por equipes nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto 2015; ouro no circuito Mundial da Alemanha em 2017 e bronze no Parapan de Lima em 2019.

Atleta do tênis de mesa paralímpico, Cátia Oliveira revelou ao OTD seus planos para o futuro: medalha na Paralimpíada de Tóquio, voltar a andar e jogar bola
Cätia Oliveira em ação no Parapan de Lima, em 2019; atleta quer medalha nos Jogos Paralímpicos de Tóquio em 2021 (Ale Cabral/CPB)

A quarta melhor jogadora do ranking mundial paralímpico de tênis de mesa na classe 2 estava pronta para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, mas teve que adiar o sonho por conta da pandemia do coronavírus. Sem parar de treinar durante esses meses, Cátia Oliveira segue com o mesmo objetivo de antes, e já sabe até o que irá fazer depois de possivelmente conquistá-lo.

“Depois que eu ganhar a medalha de ouro nas Paralimpíadas de Tóquio, Se Deus quiser, eu vou voltar a andar porque eu preciso voltar a jogar futebol [risos]. Agora, meu foco total está na carreira de mesatenista, não dá tempo para focar em voltar a andar. Mas depois de Tóquio, vou voltar a andar e chutar uma bola de novo.”

Cátia Oliveira

Maloqueira, sofredora e pé-fria

Por hora sem poder voltar a jogar o esporte que ama, Cátia Oliveira torce sempre que possível pelo Corinthians. A mesatenista relembrou grandes momentos de sua vida vividos ao acompanhar no estádio sua equipe em ação. Segundo ela, a experiência foi excelente, mas teria sido ainda melhor se a vitória alvi-negra tivesse vindo.

“Nunca tinha ido no estádio; quando eu morava em Brasília, ia ter Corinthians e Fluminense. Foi o máximo. Mas vou confessar que eu não dou sorte não. As duas vezes que eu fui, o Corinthians perdeu. Falei: ‘não é possível, vou ter que colocar umas dez meias pra ver se meu pé fica quente’ [risos],” brincou Cátia.

Ligada nas minas

A consagrada atleta do tênis de mesa mostrou que não é só fiel ao time masculino do Timão.

“Tá passando o jogo das meninas agora. Corinthians e Ferroviária no Brasileiro feminino. Tem que acompanhar, não pode perder não. [risos],” relembrou a atleta, que após a live, acompanhou o domínio corinthiano na vitória por 2 a 0 diante da equipe do interior.

Assista a live com Cátia Oliveira

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