Enfrentando outras duas mesatenistas brasileiras na final da WD5-10, Cátia Oliveira e Joyce Oliveira faturaram o título do Parapan de tênis de mesa. Derrotando Marliane Santos e Thaís Severo por 3 sets a 1, as medalhistas paralímpicas de bronze em Paris já sonham em subir a cor da láurea em Los Angeles. Mesmo não morando na mesma cidade, o entrosamento e a intimidade é como se fossem da mesma família Oliveira.
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Neste domingo (12), encerrou as competições do Parapan no CT do Comitê Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, com um calor, não incomum à época, mas sim ao frio que os atletas estavam submetidos nos outros dias de disputa. Isso representou um esforço a mais que os mesatenistas fizeram após uma longa maratona de dois torneios que atuaram em simples, duplas e duplas mistas. “Estávamos passando frio, do nada começou esse calor e mudou o tempo. Mas eu prefiro jogar no calor”, comentou Joyce. “Estou aqui toda vermelha, com um calorzão aqui, hoje foi um dia premiado. Jogamos as finais de duplas mistas, acabou já fomos para a final da feminina, então realmente estava pegando fogo. Mas deu tudo certo, saímos com esse ouro”, completou Cátia.
Disputa quente
No entanto, quente mesmo foi a disputa nacional na decisão do campeonato continental. “Sabíamos que seria uma dupla difícil na final, pois treinamos juntas. Já sabemos uma das dificuldades da outra, mas estávamos bem focadas e que queríamos essa vitória para ir embora para casa, Joyce Oliveira com três ouros e Cátia Oliveira com três ouros”, ressaltou Joyce.
A comemoração de Cátia foi saborosa, porém com algumas pitadas de dores: “Não temos palavras, principalmente para mim, estar dentro de casa, com a torcida a favor, estou com duas lesões, uma no pulmão e outra na costela. Então, ser campeã parapan-americana, dentro de casa, junto com minha parceira, Joyce, não tem preço. É só agradecer a Deus mesmo”.
Além disso, a dupla avaliou como positiva a participação geral dos mesatenistas brasileiros. “Isso só mostra que o Brasil está (esportivamente) no rumo certo, chegar no campeonato da América, aqui no Parapan-americano com o Brasil, praticamente, em quase todas as finais e isso é maravilhoso”, enalteceu Cátia. E Joyce concluiu: “No individual, o país levou nove vagas para o Mundial, mostrando que o Brasil tem peso e agora é focar nos treinos para o Mundial.”
Irmandade
Treinando juntas há três anos, Cátia e Joyce têm, não apenas, entrosamento na mesa, mas também uma verdadeira relação de irmãs. Hoje, Cátia mora em São Paulo e Joyce mudou-se para Jundiaí, cidade do interior paulista, relativamente próxima à capital. Quando começaram a estreitar laços nos campeonatos, ainda com treinos separados, Cátia estava em Bauru e Joyce que morava em São Paulo. Com a descida de classe de Joyce, a dupla passou a atuar em conjunto colecionando conquistas a partir dos Jogos Parapan-americanos de Santiago-2023.
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De lá para cá, é um tal de uma ir na casa da outra. Quando Cátia tem vontade de comer churrasco, já liga para a parceira para acender a churrasqueira. A intimidade cresceu e se tornou tão próxima que até apelido uma tem com a outra. “A Joyce é como se fosse minha irmã, só não saímos da mesma mãe, é o mesmo sobrenome. E um apelido carinhoso que eu trato a Joyce e ela me trata assim também é de ‘aleijada’. Quando uma está procurando a outra é: ‘onde está a aleijada?’ Aí, quando não é uma, é a outra”, revelou Cátia.
Pensar grande
Assim, em termos esportivos, é importante que essa irmandade siga trazendo alegrias ao Brasil. “Aqui só pensamos grande, depois que conseguimos a vaga tanto no individual quanto devemos ter na dupla. Vamos trabalhar bastante para chegar nesse Mundial e conseguir vencer. Nós já somos medalhistas em Paris, mas vamos fazer um ciclo maravilhoso para chegar no Mundial e nas Paralimpíadas e buscar o ouro”, assegurou Cátia.
Joyce lembrou que a conquista do Mundial é algo que falta em sua galeria: “Para mim, falta a medalha em Mundial, não tenho no meu currículo, só falta essa e ainda mais se vier ganhando com a Cátia. Vamos treinar para conseguir um bom resultado para o Brasil”.
“Desde o momento em que acabou Paris, já começamos um novo ciclo, já pensando em Los Angeles. Estamos trabalhando sim, muito forte para chegar lá e mudar a cor da medalha que tivemos, que foi o bronze”, finalizou Cátia.