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Os Olímpicos

Dia 8 – Nicole Silveira faz história e Jacobellis vence mais uma

Nicole Silveira assista ao vivo Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022
(Getty Images)

Foi um dia histórico pro esporte brasileiro, com Nicole Silveira terminando na excelente 13ª posição no skeleton feminino. Além disso, duas belas vitórias da Noruega, com Johannes Thingnes Boe e Marius Lindvik. Lindsey Jacobellis, agora ao lado de Nick Baumgartner, venceu seu 2º ouro olímpico.

Com mais uma vitória nos trenós, a Alemanha segue liderando o quadro de medalhas, com 8 ouros, com a Noruega também com 8, mas menos pratas na sequência.

Vai, Nicole

A alemã Hannah Neise conquistou o ouro do skeleton feminino após um sábado espetacular. A australiana Jaclyn Narracott liderava após as duas primeiras na sexta e foi a 1ª a descer, batendo o recorde da pista com 1:01.79. Neise veio logo na sequência e melhorou mais a marca para 1:01.44, assumindo a liderança. Na 4ª e última descida, a holandesa Kimberley Bos, que vinha na 4ª colocação, fez 1:01.87 contra 1:02.26 da alemã Tina Hermann e ficou com o bronze. Na disputa pelo ouro, Neise novamente fez o melhor tempo da etapa (1:01.63) e somou 4:07.62, para ficar com o ouro 0.62 a frente da australiana. Em 6 provas de trenó disputadas nos Jogos (4 no luge e 2 de skeleton), a Alemanha venceu todas.

A brasileira Nicole Silveira fez uma grande competição em sua estreia olímpica e terminou na excelente 13ª posição com 4:10.18, ficando a 2.86 de Neise. Nicole fez 1:02.58, 1:02.95, 1:02.55 e 1:02.40 nas descidas, ficando em 12ª, 13ª, 17ª e 13ª respectivamente. Nicole entrou pra última descida na 14ª posição, mas acabou caindo um lugar para a italiana Valentina Margaglio, só que a russa Alina Tararychenkova e a chinesa Li Yuxi erraram e com isso Nicole subiu para a 13ª posição, conquistando o 2º melhor resultado da história do Brasil em uma edição de inverno, atrás apenas do 9º lugar de Isabel Clark no snowboard cross em 2006.

Johannes Boe domina o sprint

Dia praticamente perfeito para o norueguês Johannes Thingnes Boe ao levar o ouro na prova de sprint 10km do biatlo. Com um esqui excelente, ele liderou todas as parciais desde o início da prova e, mesmo errando um tiro na sessão em pé, venceu com 24:00.4 para levar sua 6ª medalha olímpica, sendo a 3ª de ouro na carreira. Em Pequim, ele já soma dois ouros e um bronze. Grande esquiador, o francês Quentin Fillon Maillet também errou um tiro, na sessão deitada, e chegou na 2ª posição, 25s5 atrás de Boe. O irmão mais velho do vencedor, Tarjei Boe, cruzou a linha de chegada 5min depois do Johannes para completar 38.9 atrás do irmão.

A vantagem de JT Boe será fundamental para a prova de perseguição neste domingo. Ele será o primeiro a largar, com vantagem de 26s sobre Fillon Maillet, podendo errar até um tiro a mais que ainda ficaria na frente. Já figura como favorito pra mais um ouro. O russo Maxim Tsvetkov foi um dos únicos cinco atletas a zerar o tiro e conseguiu ficar na ótima 4ª posição, fora do pódio por menos de dois segundos.

Noruega leva nos saltos após 58 anos

Marius Lindvik conquistou mais um ouro pra Noruega neste sábado com a vitória nos saltos em esqui, na pista maior. Foi o 1º ouro da Noruega nesta prova desde 1964. Após o primeiro salto, ele havia ficado na 2ª posição com 144,8 pontos contra 147,0 do japonês Ryoyu Kobayashi, ouro há alguns dias na pista menor. Mas no salto final, Lindvik voou mais longe que o japonês com vento contra maior, 140,0m contra 138,0m, somando 296,1 pontos contra 292,8 do japonês.

O bronze foi pro alemão Karl Geiger, que lidera a Copa do Mundo na temporada. Com 281,3 pontos ele saiu de 6º no primeiro salto para 3º, enquanto o polonês Kamil Stoch, que buscava o tricampeonato olímpico na prova, acabou na 4ª posição.

Russas vencem revezamento, com Noruega fora do pódio

Veronika Stepanova fecha o revezamento 4x5km do cross-country pro ouro do Comitê Russo em Pequim-2022 (Getty Images/2022)

A equipe russa venceu o revezamento 4x5km do esqui cross-country em ótima forma. A equipe não saiu das primeiras posições durante toda a prova em disputa apertada com a Alemanha, uma certa surpresa. Após as duas primeiras atletas competirem no estilo clássico, as alemãs lideravam com as russas atrás por apenas 4.3 e a Noruega, que contou com Therese Johaug na 2ª perna, 22.8 atrás, na 3ª posição.

Na primeira perna do estilo livre, a Alemanha seguiu liderando com Victoria Carl, 5s a frente da russa Tatiana Sorina, que entregou para Veronika Stepanova que, não só ultrapassou a alemã Sofie Krehl, como abriu 18s para vencer com 53:41.0 e levar o ouro. A Suécia fechou com Jonna Sundling, campeã da prova de sprint, que fez a melhor parcial de toda a prova e saiu do 5º lugar para levar o bronze, segurando o ataque da finlandesa Krista Pärmäkoski. A sempre favorita Noruega não foi bem, teve até uma queda e acabou em 5º lugar, a 8s do pódio.

O bi de Jacobellis em Pequim

Pra quem carregava um estigma de não levar ouros em Olimpíadas, a americana Lindsey Jacobellis brilhou em Pequim. Após vencer a prova individual no Snowboard Cross na quarta-feira, ela competiu ao lado de Nick Baumgartner para vencer o Snowboard Cross por equipes, prova que estreou no programa olímpico. Eles venceram a sua bateria de quartas e ficaram em segundo na semifinal atrás dos italianos Michela Moioli, campeã olímpica em 2018, e Omar Visintin, bronze em Pequim.

Na final, Baumgartner e Visintin chegaram praticamente juntos na sua bateria. Com isso, Jacobellis e Moioli largaram praticamente juntos e foram lado a lado até o final. Moioli chegou a abrir uma leve vantagem no meio da descida, mas numa das últimas curvas, Jacobellis alcançou e ultrapassou para ficar com a vitória. O bronze foi para os canadenses Éliot Grondin e Meryeta O’Dine, que também já tinham medalhado em Pequim no individual.

Pódio asiático an velocidade

Pela primeira vez em Pequim a Holanda ficou fora de um pódio na patinação de velocidade. Foi na prova de 500m masculina, a prova na qual eles tem o pior retrospecto histórico. O melhor holandês foi Merijn Scheperkamp, apenas na 12ª posição. O pódio foi todo asiático liderado pelo chinês Gao Tingyu, que bateu o recorde olímpico com 34.32. O sul-coreano Cha Min Kyu repetiu a prata de 2018 com 34.39 e o jovem japonês Wataru Morishige foi bronze com 34.49. Campeão mundial em 2021, o canadense Laurent Dubreuil veio na última bateria, mas com 34.52 acabou na 4ª posição.

Nas eliminatórias da perseguição por equipes feminina, o Japão bateu o recorde olímpico com 2:53.61 e avançou pra semifinal ao lado de Canadá, 2ª melhor equipe a 0.36 de distância, Holanda e Comitê Russo.

Franceses lideram na dança

Tetracampeões mundiais, penta europeus e prata em PyeongChang-2018, os franceses Gabriella Papadakis e Guillaume Cizeron saíram na frente na dança no gelo, com a dança rítmica, espécie de programa curto. Ao som de John Legend, numa coreografia linda, empolgante e dificílima, eles tiraram 90,83 pontos, batendo o recorde mundial que era deles mesmos de 90,03 de 2019.

Os russos Victoria Sinitsina e Nikita Katsalapov ficaram em 2º lugar com 88,85 e os americanos Madison Hubbell/Zachary Donohue com 87,13 ficaram em 3º.

Semifinais femininas definidas

A Suíça venceu o Comitê Russo por 4-2 nas quartas do torneio feminino e avançou pra semifinal, onde vai enfrentar o favoritíssimo Canadá. Na outra partida restante, a Finlândia passou pelo Japão com tranquilos 7-1 e agora pega os Estados Unidos.

Pelo torneio masculino, no duelo mais esperado dessa fase, os Estados Unidos venceram o Canadá por 4-2 pelo Grupo A, enquanto a Alemanha fez 3-2 na China. O Grupo B já foi encerrado e o Comitê Russo ficou em 1º lugar, mesmo perdendo na prorrogação por 6-5 para a Tchéquia, já se classificando direto pras 4as. A Dinamarca venceu a Suíça por 5-3, ficou em 2º no grupo e aguarda a definição dos outros para saber se consegue se classificar diretamente pras 4as como o melhor segundo colocado.

Edin e Tirinzoni ainda invictos

A equipe da Suíça de Silvia Tirinzoni segue como a única invicta no torneio feminino, fechando o dia com 8-5 sobre a Dinamarca para chegar à sua 4ª vitória em quatro jogos. A equipe dos Estados Unidos sofreu sua primeira derrota ao perder de 10-6 para a equipe britânica de Eve Muirhead e está empatada na segunda posição com o Japão, que venceu duas partidas neste sábado: 8-7 na Dinamarca e 10-5 sobre o Comitê Russo. Canadá não vai bem e só tem uma vitoria em três jogos.

No torneio masculino, a Suécia de Niklas Edin segue perfeita, vencendo seu 4º jogo por 7-4 sobre o Canadá, que soma duas derrotas já. Há um bolo de cinco equipes empatadas em 4º lugar com 2 vitórias e 2 derrotas.

Medalhistas do dia

OuroPrataBronze
Biatlo Sprint 10km masculinoJohannes Thingnes Boe (NOR)Quentin Fillon Maillet (FRA)Tarjei Boe (NOR)
Cross-Country Revezamento 4x5km femininoComitê RussoAlemanhaSuécia
Skeleton femininoHanna Neise (GER)Jaclyn Narracott (AUS)Kimberley Bos (NED)
Saltos Pista grande masculinaMarius Lindvik (NOR)Ryoyu Kobayashi (JPN)Karl Geiger (GER)
Snowboard Cross por EquipesNick Baumgartner/Lindsey Jacobellis (USA)Omar Visintin/Michela Moioli (ITA)Éliot Grondin/Meryeta O’Dine (CAN)
Patinação de Velocidade 500m masculinoGao Tingyu (CHN)Cha Min Kyu (KOR)Wataru Morishige (JPN)
Em verde: acertei a posição. Em vermelho: coloquei no pódio, mas errei a posição

Foi meu pior dia de palpites, não acertando nenhum dos vencedores.

Após oito dias, acertei 24 dos 58 campeões (41,4%), coloquei 39 deles no pódio (67,2%) e coloquei 87 dos 174 medalhistas no pódio (50,0%).

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