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Os Olímpicos

Prévia Pequim-2022 – Curling

O curling tem se tornado uma das grandes sensações dos Jogos desde que voltou ao programa olímpico em Nagano-1998. Muita pela curiosidade do público, passando pelas jogadas espetaculares e, claro, pelo uso das famosas vassouras. No Brasil, tem dividido com a patinação artística os picos de audiência durante os Jogos Olímpicos de Inverno.

A modalidade fez sua estreia olímpica na 1ª edição de inverno, em Chamonix-1924, quando apenas 3 equipes disputaram o torneio, e a equipe britânica ficou com o ouro. Mas o curling só voltou aos Jogos 74 anos depois, em Nagano, com disputas masculinas e femininas. Em PyeongChang-2018, o torneio de duplas mistas foi incluído e ele tem agora a honra de abrir os Jogos, com partidas alguns dias antes da abertura. O Canadá é o maior vencedor, com 6 ouros e 11 medalhas em 14 possíveis. Só ficou fora do pódio em 3 oportunidades.

A inclusão das duplas mistas foi um passo muito importante para o crescimento do esporte em nível mundial, já que basta um homem e uma mulher, não precisando de um equipe completa. Isso se reflete nos Mundiais de Duplas Mistas, que já chegaram a ter quase 50 países participando. Cresceu tanto que a Federação Internacional de Curling (WCF) precisou criar um torneio classificatório pra esta disputa.

Como funciona

Todas as equipes se enfrentam na 1ª fase para definir as 4 que avançam para as semifinais. Serão 10 equipes no masculino, 10 no feminino e 10 duplas nas mistas.

O objetivo do esporte é colocar as pedras o mais próximo do centro, chamado de “botão”. Ao fim de cada entrada, a equipe que tiver a pedra mais próxima do centro, pontua. Se ela tiver mais de uma mais próxima antes da primeira pedra da equipe adversária, ela faz mais pontos. Se a equipe que lançou a última pedra pontuar, a outra equipe tem o direito de lançar por último na próxima entrada. O direito de lançar por último é chamado de “martelo”.

As equipes masculinas e femininas tem 4 atletas cada, e cada um joga 2 pedras, sempre na mesma ordem. Na grande maioria das equipes, o capitão joga as duas últimas pedras. São 10 entradas por partida e, se ficar empatado, há uma entrada extra.

Já nas duplas mistas, a dinâmica muda um pouco, o que deixa o jogo bem ágil e mais rápido. São apenas 8 entradas, e cada dupla tem apenas 6 pedras por entrada, sendo que uma delas já é posicionada no gelo de acordo com as regras, dependendo de quem começa a lançar.

Masculino

Curling (Anil Mungal)

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Estados Unidos (John Shuster); Prata – Suécia (Niklas Edin); Bronze – Suíça (Peter de Cruz)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Suécia (Niklas Edin); Prata – Escócia (Bruce Mouat); Bronze – Suíça (Peter de Cruz)

O Canadá é o celeiro do curling e tem disparado a maior quantidade de competidores, clubes, torneios e pistas. Se considerarmos apenas os torneios após o retorno do esporte, a partir de Nagano-1998, o Canadá venceu 3 ouros em 6 disputas e só não subiu ao pódio nos Jogos de PyeongChang-2018. Curiosamente, os três ouros foram com equipes totalmente diferentes. Esse domínio também aparece nos Mundiais. Em 62 disputados, foram 36 ouros canadenses e 54 pódios.

A equipe canadense que venceu a forte seletiva interna é liderada por Brad Gushue, campeão olímpico em Turim-2006 e mundial em 2017. Apenas ele e Mark Nichols seguem na equipe campeã em 2006. Um dos principais nomes do curling canadense, Gushue venceu 12 Grand Slams, principais torneios do circuito mundial de curling e está entre as grandes equipes de seu país há 20 anos.

Mas o maior adversário e grande favorito ao ouro é a equipe da Suécia, liderada por Niklas Edin. Aos 36 anos, Edin chega com um currículo espetacular na modalidade. Foi prata em PyeongChang-2018 e bronze em Sochi-2014, tem cinco títulos mundiais, incluindo os três últimos (2018, 2019 e 2021), e 7 títulos europeus, além de 3 pratas. Esteve nas últimas 7 finais continentais. Até hoje, ninguém possui três medalhas olímpicas no curling.

Os Estados Unidos contarão novamente coma equipe de John Shuster, que surpreendeu em 2018 ao levar o ouro inédito para o seu país, derrotando a equipe do Edin na decisão por 10-7, com direito a um inesperado 5 pontos na 8ª entrada. O escocês Bruce Mouat liderou sua equipe pro título europeu este ano, derrotando Edin na final e, agora representando a Grã-Bretanha, chega com boas chances. Ele também foi campeão mundial de duplas mistas em 2021. A equipe suíça do capitão Peter de Cruz (que é o 2º a lançar, não o último) foi bronze nos últimos Jogos e soma mais quatro bronzes em Mundiais.

Minha aposta: Ouro – Suécia (Niklas Edin); Prata – Canadá (Brad Gushue); Bronze – Grã-Bretanha (Bruce Mouat)

Feminino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Suécia (Anna Hasselborg); Prata – Coreia do Sul (Kim Eun-jung); Bronze – Japão (Satsuki Fujisawa)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Suíça (Silvana Tirinzoni); Prata – Rússia (Alina Kovaleva); Bronze – Estados Unidos (Tabitha Peterson)

Apesar da força canadense, a maior campeã olímpica no feminino é a Suécia, com três ouros, sendo dois de Anette Norberg em Turim-2006 e Vancouver-2010, e um de Anna Hasselborg em PyeongChagn-2018, além da prata em Sochi-2014 com Margaretha Sigfridsson. Suécia e Canadá tem 5 medalhas olímpicas e 6 disputas femininas. Em Mundiais, o Canadá é novamente o maior vencedor com 17 ouros e 34 medalhas em 42 mundiais disputados.

Assim como no masculino, o Canadá vai enviar para Pequim uma campeã olímpica e a pressão recai sobre Jennifer Jones e sua equipe. Ouro em Sochi-2014, ela ainda tem dois títulos mundiais (2008 e 2018) no currículo, com duas remanescentes do título em Sochi: Kaitlyn Lawes e Dawn McEwen.

Mas quem tem se destacado no curling feminino é a equipe da Suíça, capitaneada por Silvana Tirinzoni, que venceu os dois últimos mundiais, em 2019 e 2021. A sueca Anna Hasselborg defende o título olímpico, tem ainda duas pratas em Mundiais e 5 medalhas em europeus, incluindo 2 ouros (2018 e 2019). Vale ficar de olho na talentosa escocesa Eve Muirhead, que representa a Grã-Bretanha. Ela tem nada menos que quatro títulos mundiais como júnior, um adulto em 2013 e três europeus, sendo o último em novembro. Também tem boas chances de brigar a equipe russa, liderada por Alina Kovaleva, prata no último mundial, e a Coreia do Sul, de Kim Eun-jung, prata em casa em PyeongChang-2018.

Minha aposta: Ouro – Suíça (Silvana Tirinzoni); Prata – Canadá (Jennifer Jones); Bronze – Suécia (Anna Hasselborg)

Duplas Mistas

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Kaitlyn Lawes/John Morris (CAN); Prata – Jenny Perret/Martin Rios (SUI); Bronze – Kristin Skaslien/Magnus Nedregotten (NOR)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Jennifer Dodds/Bruce Mouat (SCO); Prata – Kristin Skaslien/Magnus Nedregotten (NOR); Bronze – Almida de Val/Oskar Eriksson (SWE)

O torneio de duplas mistas estreou em PyeongChang-2018 com apenas 8 duplas na disputa e foi um sucesso. Aliás, a disputa de duplas mistas tem se mostrado um grande trunfo pro crescimento do curling, colocando novos países na disputa do esporte e também nos Jogos, como é o caso da Austrália, que fará sua estreia olímpica no esporte. Com a inclusão da disputa nos Jogos, muitos dos principais nomes do esporte tem se aventurado nas mistas e conquistado espaço e medalhas em mundiais. Em 13 mundiais, a Suíça levou o ouro em 7 oportunidades, com diferentes formações.

Os suíços Jenny Perret e Martin Rios foram campeões mundiais em 2017 e prata em PyeongChang, mas no último mundial ficaram em 5º, ficando fora das disputas de medalha. Quando o assunto é curling, não podemos nunca deixar o Canadá de lado. Rachel Homan foi campeã mundial no feminino em 2017 e vai se juntar a John Morris, que venceu este torneio em 2018. Ele também esteve presente na equipe ouro no masculino em 2010 e pode se tornar o 1º tricampeão olímpico da história do curling.

A dupla da Noruega de Kristin Skaslien e Magnus Nedregotten herdou o bronze em PyeongChang após a desclassificação da dupla russa por doping e ainda chegou à final do Mundial de 2021, quando perderam para os escoceses Jennifer Dodds e Bruce Mouat, que agora defenderão a Grã-Bretanha. Mouat acabou de ser campeão europeu no masculino e chega em ótima fase em busca de dois ouros em Pequim. Almida de Val e Oskar Eriksson, da Suécia, também tem ótimas chances de pódio. Ele faz parte da equipe do Niklas Edin e tem 5 títulos mundiais e 7 europeus no currículo.

Minha aposta: Ouro – Rachel Homan/John Morris (CAN); Prata – Jennifer Dodds/Bruce Mouat (GBR); Bronze – Jenny Perret/Martin Rios (SUI)

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