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Santiago 2023

Léo de Deus: “Nunca acreditei que pudesse estar onde estou hoje”

Após conquistar sua quarta medalha seguida em Pans, nadador fez uma reflexão sobre sua carreira

Léo de Deus olha para a medalha de prata, com a cabeça abaixada, em frente à piscina dos Jogos Pan-Americanos
(Foto: Satiro Sodré/CBDA)

O nadador Léo de Deus atingiu um feito histórico neste sábado (21), ao conquistar a medalha de prata nos 200m borboleta dos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023. Ele chegou ao pódio pela quarta vez consecutiva, igualando-se a Gustavo Borges e a Thiago Pereira como os maiores medalhistas em uma única prova nesta modalidade Pans. Após a conquista de mais um pódio, Léo fez uma reflexão sobre sua vitoriosa carreira e comentou sobre o marco.

“Eu que nunca acreditei que pudesse estar onde eu estou hoje. É lógico que eu sempre trabalhei bastante, junto com uma equipe multidisciplinar gigantesca. Tem vários profissionais que eu quero que sintam-se abraçados. Eu estar aqui, com 32 anos, dando meu melhor, fazendo mais uma medalha para natação nos Jogos Pan-Americanos, só tenho que me orgulhar de tudo aquilo que eu venho construindo em minha carreira: uma final olímpica e quatro medalhas em Pans. Só tenho que agradecer a minha família e a Deus”, disse ele.

Por pouco não veio o quarto ouro

Léo de Deus chegou a Santiago com o status de tricampeão pan-americano. Ele havia conquistado a medalha de ouro em Guadalajara-2011, Toronto-2015 e Lima-2019 e busca se tornar o primeiro tetracampeão pan-americano da natação em Jogos Pan-Americanos. A expectativa era alta por mais um título e por fazer história mais uma vez, mas o quarto ouro não veio. Ele anotou 1min57s25, atrás do estadunidense Mason Laur, ouro com 1min56s44. Apesar disso, o brasileiro avaliou com positividade seu desempenho no Centro Aquático de Santiago.

Léo de Deus mostra sua medalha de prata para a imagem
Léo de Deus conquistou sua primeira medalha em Santiago-2023 (Foto: Satiro Sodré/CBDA)

“Foi uma prova bem dura com os americanos, até o finalzinho tete a tete. Eu tentei quebrar a prova no terceiro 50m, forcei bem o submerso no quarto, mas o americano veio junto. Ele tinha um pouquinho para dar do que eu. Mas lutei até o fim. Esse são meus quartos Jogos Pan-Americanos. Eu lembro da primeira vez que estava competindo, em Guadalajara-2011, faz muito tempo. Era só um garoto e hoje vi meu filho torcendo por mim na arquibancada. É muito bacana ver essa evolução da natação e eu estar aqui ainda, subindo no pódio e sendo competitivo. A gente queria o ouro, mas é levantar a cabeça e pensar em tudo que já fiz no esporte e comemorar”, avaliou.

“Tudo isso que eu venho fazendo, busco incentivar e trazer o esporte e plantar a sementinha no coração das crianças e mostrar para elas que é possível. Eu não sou um cara forte e não sou alto, sou uma pessoa comum buscando fazer o extraordinário, acreditando todos os dias. Todo mundo que está em casa, assistindo e torcendo, um dia era eu. E hoje estou aqui. Então, acreditem que um dia pode ser vocês aqui”, completou.

Projeção para o futuro

Considerando todas as provas, Léo de Deus já conquistou dez medalhas em Pans. São quatro ouros, três pratas e três bronzes. Em Santiago-2023, ele ainda competirá nos 200m costas, prova que acontecerá já neste domingo (22). O nadador fez uma retrospectiva sobre seu ano de 2023 e projetou suas próximas competições. Sexto colocado nos 200m borboleta dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, Léo busca voltar a disputar o maior evento esportivo do planeta no ano que vem, em Paris-2024, e vai além, querendo um pódio.

Léo de Deus dá joia para a câmera, na piscina do Centro Aquático, após a prova em Santiago-2023
Léo já projetou sequência das competições pós-Santiago-2023 (Foto: Satiro Sodré/CBDA)

“Esse foi um ano bem duro para mim, onde fiz o índice na seletiva para o Campeonato Mundial de Fukuoka. Foi uma seletiva onde tivemos um macrociclo maior, então eu me desgastei bastante. Cheguei no Mundial e não tive um resultado muito bom, então tivemos dois meses para trabalhar para os Jogos Pan-Americanos. Agora, tenho o Troféu Finkel daqui duas semanas, em São Paulo, que vai ser seletiva para o Mundial de fevereiro. Mas o foco principal é o índice olímpico, buscar mais uma final em Paris e brigar por uma medalha. Eu sei que é difícil, sei que parece até impossível, mas estou treinando e tenho a confiança”, finalizou.

Paulistano de 22 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri os Jogos Mundiais Universitários de Chengdu e os Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.

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