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Parapan 2019

Brasil estreia na natação com duas medalhas de prata

Nas duas primeiras finais disputadas por atletas brasileiros na natação dos Jogos Parapan-americanos, país conquista dois segundos lugares

Ale Cabral/CPB

A natação estreou nos Jogos Parapan-americanos na manhã deste domingo com oito eliminatórias e apenas três finais, das quais o Brasil esteve presente e ganhou medalha em duas. Foram duas pratas com o garoto José Luiz Perdigão Maia, de 20 anos, nos 100m costas S11, e com Regiane Nunes Silva, de 34, nos 100m peito feminino S11.

José Luiz Perdigão Maia, que tem um glaucoma congênito que afetou sua visão desde o nascimento, é estreante em Jogos Parapan-americanos e coube a ele a honra de ganhar a primeira medalha do Brasil em Lima. “É um fato que acontece na nossa vida como atleta que é o término de um processo muito grande, que a gente aspira, que a gente sonha durante todo o tempo e aguarda por esse momento e, além de sonhar e aguardar, a gente trabalha muito. Eu tenho a crença de que Deus permite e o ser humano tem que ir atrás. Agradeço a todos que acompanharam esse processo e que me ajudaram de alguma forma. Estou muito grato neste momento”, afirmou Perdigão após receber a medalha de prata.

O atleta completou o 100m costas masculino S11 em 1min18s10 e só foi derrotado pelo argentino Sergio Zayas, que chegou 0s71 a frente e quebrou o recorde dos Jogos Parapan-americanos. “A sensação é indescritível. Você não consegue expresssar em palavras. É uma coisa que gente sonha há muito tempo, que a gente busca muito por isso e, quando acontece, é uma realização”, acrescentou Perdigão, que começou no esporte com 12 anos de idade. “O esporte e a minha vida hoje são coisas que não tem como distinguir uma da outra. É junto! Minha vida é o esporte e isso resume tudo”, completou o brasileiro, que ainda vai participar de mais seis provas em Lima.

Diferente de José Luiz Perdigão Maia, a outra prata ganha pelo Brasil na primeira sessão de natação nos Jogos Parapan-americanos de Lima, foi ganha por uma atleta muito experiente. Regiane Nunes Silva disputa a competição pela terceira vez e já tinha uma prata e três bronzes. A medalha deste domingo foi a quinta da carreira dela em Parapans. “Em 2007, no Parapan do Rio de Janeiro, eu consegui uma medalha de bronze nessa prova também. Eu nadava em outra categoria e é muito legal saber que, embora eu tenha avançado o grau da minha deficiência, eu consiga manter os meus resultados. Eu estou bem feliz”, afirmou a atleta, que nasceu com glaucoma, teve baixa visão até os 29 anos, quando perdeu completamente a capacidade de enxergar.

Regiane completou os 100m peito S11 em 1min32s43, ficou quase 5s distante da mexicana Matilde Alcazar Figueroa, que quebrou o recorde dos Jogos Parapan-americanos. Apesar de ter ficado longe da vencedora, a brasileira estava mais do que satisfeita. “Foi um bom começo de competição. Era uma prova em que eu não dediquei tantos esforços no treinamento. Para mim, foi uma grande surpresa. Eu estava balizada com o terceiro tempo e ter conquistado a medalha de prata, para mim, foi algo incrível, inesperado”, afirmou Regiane, que ainda vai competir em mais três provas em Lima.

 

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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