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Título mundial muda patamar do revezamento do Brasil para Tóquio-2020

Conquista do 4 x 100 m masculino em Yokohama mostra que a jovem equipe do Brasil chegará com potencial de pódio na Olimpíada

O brasileiro Paulo André vibra ao cruzar a linha de chegada e conquistar o título do 4 x 100 m livre no Mundial de revezamentos (Crédito: Iaaf)

Quem acordou cedo neste domingo e viu o último dia de competições do Mundial de revezamentos de atletismo, em Yokohama, foi brindado com uma atuação histórica do Brasil do 4 x 100 m masculino. A vitória espetacular do quarteto brasileiro, com a melhor marca do ano (38s05), superando as equipes completas de EUA e Grã-Bretanha, foi mais do que uma conquista inédita. Este título mundial mudou definitivamente o patamar do revezamento do Brasil para a Olimpíada de Tóquio-2020.

A partir deste domingo, falar em medalha nos Jogos Olímpicos do ano que vem não será um exagero.

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Por mais existam quem relativize a importância deste feito do atletismo brasileiro, é impossível menosprezá-lo. De fato, não foi o “Mundial” pleno, que só acontecerá em setembro, em Doha (QAT). Mas existem eventos específicos criados pela Iaaf (Associação das Federações Internacionais de Atletismo), como o Mundial indoor (pista coberta), ou de marcha atlética. O que não diminuí em nada o tamanho da conquista

No caso do título em Yokohama, há um outro argumento que dá ainda mais força ao feito do Brasil. Os americanos tinham o atual campeão mundial dos 100 m, Justin Gatlin, enquanto os britânicos estavam com dois dos integrantes do grupo que foi ouro no Mundial em 2017 (Chijindu Ujah e Adam Gemeli).

O título no Japão resgatou também a tradição que parecia perdida. Desde Pequim-2008, quando ficou com o bronze (herdado após o doping da Jamaica), o Brasil não tinha um quarteto tão promissor neste 4 x 100. Os quatro que disputaram a final – Rodrigo Nascimento, Jorge Vides, Derick de Souza e Paulo André Oliveira – já correram abaixo de 10s15. Paulo André tem como melhor marca pessoal 10s02. Está muito perto de se tornar o primeiro brasileiro a correr abaixo dos 10s, superando a marca de mais de 30 anos de Robson Caetano.

“Estes atletas são jovens, mas competem juntos há muito tempo, O Paulo André e o Derick, por exemplo, correm juntos desde o juvenil”, explica o técnico do 4 x 100, Felipe Siqueira da Silva.

Melhor marca do ano

O grupo passou um período de três semanas longe do Brasil, disputando competições nos Estados Unidos e fazendo aclimatação no Japão. O resultado acabou sendo esse 38s05, melhor marca mundial do ano na prova.

Foi ainda a terceira melhor marca da história dos revezamentos do Brasil. Neste domingo, igualou-se o tempo do time que ficou em terceiro no Mundial de Sevilha-1999. Ainda está atrás da marca na prata olímpica em Sydney-2000 (37s90) e do 37s99 do quarto lugar no Mundial de Osaka-2007.

“A gente respeita, mas numa competição não tem isso. É ir para cima. Agora a gente vai pra cima no Campeonato Mundial e, em seguida, Tóquio”, disse Paulo André ao SporTV, logo após a prova, sobre ter superado os favoritos americanos e britânicos.

Sem falar que o 4 x 100 m feminino também fez bonito e ficou na quarta colocação. Por muito pouco não beliscando um terceiro lugar.

Depois de um  2018 tão difícil, com fim de equipes tradicionais e uma crise política que culminou com a renúncia do presidente da CBAt, o atletismo brasileiro parece estar dando a volta por cima. E num ritmo bem veloz, como mostraram os garotos do 4 x 100 m em Yokohama.

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