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Tóquio 2020

Ofurô Olímpico #7: o negacionismo não respeita nem a Olimpíada

Nadador americano Michael Andrew, que admitiu não ter tomado vacina para competir nos Jogos de Tóquio, se recusa a usar máscara na zona mista

Michael Andrew natação
Michael Andrew não teve qualquer constrangimento em se negar a usar máscara na zina mista em Tóquio (Reprodução/COI)

A realização dos Jogos de Tóquio-2020, em plena pandemia, é um milagre por si só. Ainda mais em um país que passa por uma quinta onda de infecções que segue em números elevados a cada dia. Nesta sexta-feira (30), foram 3.300 novos casos de Covid-19 apenas em Tóquio. Por isso que a vacinação para atletas e demais credenciados que foram aos Jogos, apesar de não obrigatória, era recomendada, até como respeito ao povo japonês. Diante de tudo isso, causa revolta a postura negacionista e egoísta do nadador americano Michael Andrew.

Fenômeno da natação, Andrew se classificou para disputar três provas em Tóquio: 50 m livre, 100 m peito e 200 m medley. Só que avisou que não tomaria vacina. Argumentou que não colocaria em seu corpo algo que pudesse afetar o seu desempenho.

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Até aí, apenas uma postura lamentável, mas opção pessoal. O problema foi uma foto feita pela repórter Christine Brennan, do jornal “USA Today” expôs a postura ignorante, para dizer o mínimo, de Andrew. Na zona mista do Centro Aquático de Tóquio, local por onde os atletas passam para conversar com os jornalistas após suas provas, o nadador não usava máscara. O equipamento é item de segurança obrigatório para todos, para evitar contaminações por Covid.

Andrew estava sem máscara após um frustrante quinto lugar nos 200 m medley nesta sexta-feira. Ao ser questionado sobre o motivo de não usar máscara, usou um argumento da cartilha básica de todos que não se preocupam com o bem estar geral em meio a uma pandemia. “Para mim, é muito difícil respirar depois de sacrificar o meu corpo na água. Então, sinto que é mais importante para a minha saúde respirar do que proteger o que sai da minha boca”, afirmou.

Até agora, Andrew ficou longe do pódio em duas provas que participou em Tóquio (chegou em 4º na final dos 100 m peito). Falta só os 50 m livre, onde participará da semifinal na noite desta sexta-feira (manhã de sábado no Japão). Será que um novo fiasco que o faça voltar para casa sem medalha seria o castigo perfeito para o negacionista Michael Andrew?

A primeira a gente nunca esquece

Alessandra Perilli tiro esportivo
Alessandra Perilli chora ao receber o bronze no tiro esportivo, primeira medalha olímpica de San Marino (Reprodução)

Quando os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 começaram, 71 países sonhavam em alcançar aquele momento mágico, de subir ao pódio e festejar sua primeira medalha olímpica. Bem, a conta agora precisa ser atualizada para 70 nações que ainda estão zerados. Quem deixou a incômoda lista foi San Marino, graças ao bronze de Alessandra Perilli, na prova do trap feminino do tiro esportivo, conquistado na última quinta-feira (29).

“Essa não é minha primeira Olimpíada, mas é a primeira medalha para mim e do meu país. Estou muito orgulhosa porque trabalhamos muito para chegar até aqui”, disse Alessandra, de 33 anos. San Marino, uma pequena nação de 34 mil habitantes e de apenas 61 km² de área, agora pode se orgulhar em dizer que tem uma medalha olímpica para chamar de sua.

A FRASE

“Não posso culpar os árbitros pelo resultado. Cometi alguns erros e, provavelmente, isso acarretou na derrota. Para eu falar se o resultado foi justo ou não, a avaliação teria que ser feita por um perito nisso. Tenho 21 anos e bastante tempo para trabalhar.”

Boxeador brasileiro Keno Marley Machado, após a derrota para o britânico Benjamin Whittaker por 3 a 2, decisão dos jurados, que o eliminou na categoria até 81 kg do boxe

O NÚMERO

116

São os inscritos na prova da maratona masculina do atletismo, o maior número entre todos os eventos dos Jogos de Tóquio-2020

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