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Judô

Judocas do Minas falam sobre suas expectativas para o Mundial

Em entrevista ao OTD, Amanda Lima, Gabriella Mantena e Guilherme Schimidt, além da treinadora do Brasil, Sarah Menezes, contaram como estão os preparativos para a competição em Doha

(Tamara Kulumbegashvili/IJF)

Entre os dias 7 e 13 de maio, o Campeonato Mundial de judô será disputado em Doha, no Catar, reunindo os principais judocas do planeta. Ao todo, 660 competidores de 99 países entrarão em disputa em 14 categorias, sete no masculino e sete no feminino.
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A seleção brasileira de judô anunciou os convocados para o Mundial no dia 17 de abril. Entre os escolhidos, o Brasil terá o desfalque do gaúcho Daniel Cargnin, que sofreu uma lesão e foi anunciado fora da competição no dia 24. Para o seu lugar, foi definido, atráves de uma seletiva, que Gabriel Falcão, judoca do Instituto Reação-RJ, irá substituir Daniel na categoria até 73 kg masculina. Além disso, na última terça-feira (2), a lutadora Ellen Froner foi cortada por conta de uma lesão no joelho e a jovem Luana Carvalho (-70 kg) foi convocada. Ambos os judocas foram chamados para auxiliar na disputa por equipes do torneio.

Além disso, entre os homens, Willian Lima (-66 kg), Eduardo Yudy (-81 kg), Guilherme Schimidt (-81 kg), Rafael Macedo (-90 kg), Giovani Ferreira (-90 kg), Rafael Buzacarini (-100 kg), Leonardo Gonçalves (-100 kg), Rafael Silva (+100 kg) e João Cesarino (+100 kg) irão representar a equipe brasileira. Já no feminino, Amanda Lima (-48 kg), Natasha Ferreira (-48 kg), Rafaela Silva (-57 kg), Jessica Lima (-57 kg), Ketleyn Quadros (-63 kg), Gabriella Mantena (-63 kg) e Beatriz Sousa (+78 kg) são as judocas convocadas pelo Brasil.

Em entrevista ao Olimpíada Todo Dia, Amanda Lima, Gabriella Mantena e Guilherme Schimidt , judocas do Minas Tênis Clube, e Sarah Menezes, treinadora da seleção brasileira feminina, contaram sobre suas as expectativas para o Mundial de judô e como o intercâmbio realizado entre o Minas e o Brasil ajudou na preparação do torneio.

Amanda Lima

A brasileira Amanda Lima (à esquerda) em ação no Grand Slam de Tbilisi de 2022 (Divulgação/IJF)

Natural de Igarassu-PE, a judoca Amanda Lima, de 24 anos, atualmente é a 24ª colocada no ranking mundial na sua categoria. Sobre o período de treinamentos no intercâmbio, a pernambucana falou que a experiência foi muito positiva. “É muito bom a presença de atletas de fora, porque a gente consegue desenvolver alguns golpes direcionados pra luta, alguns treinamentos específicos”.

No ano passado, Amanda disputou o Mundial de judô de Tashkent, no Uzbequistão. Logo na sua estreia, ela perdeu para a cazaque Abiba Abuzhakynova. Sobre sua participação, a judoca trouxe um saldo positivo do país europeu. “Na primeira luta eu peguei uma menina duríssima, mas que não era tão conhecida. Eu acredito que fiz uma boa luta, porém com alguns vacilos, mas acredito que foi uma experiência muito grande, por ser o meu primeiro Campeonato Mundial”.

Gabriella Mantena

Gabriella Mantena Grand Prix de Portugal de judô
A judoca Gabriella Mantena em ação no Grand Prix de Portugal de 2023 (Tamara Kulumbegashvili/IJF)

Por outro lado, a paulista Gabriella Mantena irá estrear em um Mundial este ano, em Doha. A judoca de 23 anos contou um pouco sobre a preparação para o torneio. “Esse ano tá sendo bem corrido, mas foi muito importante pra entrar no ritmo, se eu não tivesse ido para tantas competições, eu estaria me sentindo bem menos preparada […]. Eu ganhei de atletas top-10 do mundo, e isso me dá confiança de que ao menos estou no nível, que sou capaz de estar ali.”

Assim, o seu melhor resultado em 2023 foi a medalha de prata no Grand Prix de Portugal, disputado no mês de janeiro. A judoca foi avançando na chave até ser derrotada pela portuguesa Barbara Timo. Ela relatou como o torneio foi importante para a sua carreira. “Pra mim essa competição foi a que abriu a minha mente e é a mais importante da minha carreira. Provei pra mim mesma que eu tinha condições, fiz uma competição muito boa, ganhei das meninas top-20, top-10 do mundo, e onde eu provei que eu posso, se treinar mais, focar nos meus objetivos, eu posso chegar lá”.

Guilherme Schimidt

Guilherme Schimidt Grand Slam de judô de Budapeste
O judoca Guilherme Schimidt em ação no Grand Slam de Budapeste de 2022 (Gabriela Sabau/CBJ)

Quarto colocado do ranking mundial com apenas 22 anos, o brasiliense Guilherme Schimidt está em uma crescente na carreira e já vai para a disputa do seu terceiro Mundial de judô. No ano passado, o lutador caiu nas oitavas de final para o sul-coreano Lee Joon-hwan. Ele também elogiou o intercâmbio realizado pelo Minas para a preparação para o torneio. “Foi muito proveitoso, os atletas que vieram me ajudaram na dificuldade que eu tenho com adversários canhotos, e depois o Rafael Macedo e o Leonardo Gonçalves também vieram para ajudar, com treinos de muita intensidade”.

Além disso, no passado, Guilherme foi ouro no Grand Slam de Antalya, na Turquia, e no Grand Slam de Budapeste, na Hungria. Ele também ficou em quinto lugar no Grand Prix de Portugal e no Grand Prix de Zagreb, na Croácia. De olho em Paris-2024, Schimidt quer estar preparado para enfrentar os melhores judocas da sua categoria. “Eu quero ter treinado e lutado com todos os adversários possíveis. O foco é sempre subir no ranking mundial e ser o melhor do mundo, mas até os Jogos Olímpicos eu tenho que estudar bastante, porque lá é só um dia e não pode haver surpresas”.

Sarah Menezes

A treinadora Sarah Menezes e a judoca Mayra Aguiar (Reprodução)
Agora treinadora Sarah Menezes e a judoca Mayra Aguiar (Reprodução)

Por fim, campeã olímpica em 2012, a piauiense Sarah Menezes agora vive uma carreira como treinadora da equipe feminina desde janeiro do ano passado. A ex-judoca contou qual lado do tatame é mais difícil de estar. “O mais difícil é orientar, porque eu não consigo controlar as emoções dos atletas lá dentro, então lutar é muito mais fácil”.

Sobre os possíveis principais adversários do Brasil no Mundial de judô, Sarah reforçou o favoritismo e a capacidade da equipe brasileira. “Eu sempre gosto de pensar que é o Brasil (país favorito), porque se a gente não se colocar como melhor, é difícil passar da primeira luta. Eu acredito que o maior adversário de todos são eles mesmos, e se a gente não confiar em nós, vamos dizer que outros são melhores”.

Jornalista capixaba formado na PUC-SP e amante dos esportes olímpicos e paralímpicos.

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