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Novos tempos do esporte brasileiro fazem os cartolas perderem a compostura

Magic Paula tem história no esporte brasileiro. Já outros…

Em outubro de 2010, o esporte olímpico brasileiro assistiu a uma espécie de ruptura no desgastado modelo de arrecadação de (parcos) recursos para a preparação de suas equipes e descobrimento de novos talentos. Num projeto inédito, a Petrobras decidiu investir R$ 265 milhões até 2014, atingindo a área de esporte de alto rendimento, social e memória esportiva. 

Os projetos de alto rendimento, que englobarão cinco modalidades (boxe, esgrima, remo, taekwondo e levantamento de peso) ficarão sob responsabilidade do Instituto Passe de Mágica, coordenado por Magic Paula. Já os projetos sociais estarão a cargo de Ana Moser, ex-capitã da seleção brasileira feminina de vôlei, vice-campeã mundial e medalhista olímpica.

A grande sacada deste projeto, além de ter a gerência de duas lendas do esporte do Brasil, é que o dinheiro da Petrobras não passará pelas mãos do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), que desde o surgimento da lei dos recursos das loterias Agnelo/Piva, se transformou no grande mecenas do esporte brasileiro, gerando muitos críticas pelos critérios estabelecidos na distribuição destas verbas.

Só que este novo caminho parece que não anda agradando muita gente. Neste sábado, o presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Jorge Lacerda, começou a disparar no Twitter críticas ao projeto da Petrobras e também à Paula e Ana Moser. “Como que uma estatal com a força da Petrobras pode passar uma verba de um esporte por um Instituto particular e não pela Confederação?”, disse Lacerda, comentando reportagem da Folha de S. Paulo deste sábado, que tratava dos problemas de distribuição de verba e apoio do COB entre lutadores integrantes da seleção brasileira de taekwondo.

Ana Moser também foi alvo de criticas

Foi então que o cartola perdeu a mão nos pitacos. “É o Instituto Passe de Magica (que recebe a verba da Petrobras). Isso mesmo da sra. Magic Paula. Ela tem um grande conhecimento de Taekwondo. Brincadeira de muito mal gosto”, escreveu, para completar em seguida. 

“A Paula como jogadora sem cometarios, foi otima. Mas como dirigente por onde passou não fez nada, pior fez muita besteira. Lembram no ME?” (sic), disparou Lacerda. Ele puxava pela memória o episódio em que o então ministro do esporte Agnelo Queiroz foi ao Pan-Americano de Santo Domingo, acompanhado de Paula, então secretária nacional de alto rendimento, com despesas pagas pelo COB. Quando soube do ocorrido, Paula devolveu os valores imediatamente aos cofres públicos e pediu demissão do cargo. Ao contrário de Agnelo.

Lacerda ainda criticou a presença de Ana Moser no projeto. “Pior de tudo que tem também um instituto de uma ex-jogadora de vôlei que tá na mesma situação dentro da Petrobras. Uma vergonha a atitude da PETROBRAS. Tem que apoiar as entidades oficiais. Como diriam “cada macaco no seu galho”. O Ministério tá apoiando esta situação? Fica a pergunta.”

 O que se extrai de verborragia do presidente da CBT – que ainda usou o Twitter para questionar as críticas deste blogueiro feitas na mesma rede social, perguntando se pertenço a algum instituto ou ONG – é que não passa de uma grande e notória choradeira. 

O problema é que bastou surgir algo ou alguém que quebre o círculo vicioso para que todo mundo caia de pau. Pior ainda foi Lacerda levantar suspeitas a respeito da postura ética e também da competência demonstradas por Paula e Ana Moser em suas carreiras como gestoras esportivas.


Por que ao invés de ficar chorando as mágoas e reclamando dos outros, Jorge Lacerda não trabalha para transformar o tênis em um esporte mais popular e não restrito ainda a uma minoria? 

E uma outra pergunta: quem fez mais pelo esporte do Brasil, Magic Paula e Ana Moser ou Jorge Lacerda?

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