Siga o OTD

Hipismo

Após 16 anos, amazona Luciana Diniz volta a defender o Brasil

Após 16 anos defendendo Portugal, amazona Luciana Diniz volta a representar o Brasil em competições internacionais

Amazona Luciana Diniz hipismo saltos
Luciana Diniz e Fit For Fun (Foto: Luis Ruas/CBH)

Após 16 anos sem competir pelo Brasil, a amazona olímpica paulista Luciana Diniz, de 51 anos, anunciou na segunda-feira, (18), a volta às competições pelas cores verde e amarela. Desde 2006, a integrante da elite do hipismo mundial defendia Portugal, terra de seus avós. “Meu retorno tem motivações pessoais, familiares e profissionais. Diria que as de cunho pessoal são as mais fortes, um sentimento de voltar para casa”, destaca ela.

+ Brasil fatura duas pratas e dois bronzes no X Games na Califórnia

A tradição, o amor pelos cavalos e esportes estão no DNA da família Diniz. Lica Diniz, sua mãe, foi oito vezes campeã brasileira de adestramento. Seu pai, Arnaldo dos Santos Diniz, foi jogador de polo, assim como dois de seus irmãos: André e Fábio e Pedro Diniz, ex-piloto de Fórmula 1. Aos 18 anos, Luciana, que começou a montar aos nove anos e iniciou sua carreira bem a Sociedade Hípica Paulista, se mudou para Bélgica, à época para treinar com Nelson Pessoa Filho, o Neco, um dos principais treinadores do hipismo mundial.

Ascensão

A carreira deslanchou. Em 1994, Luciana disputou seu primeiro Mundial, na Holanda. Em 2004, integrou o Time Brasil, nono colocado nos Jogos Olímpicos de Atenas. “Saltar uma Olimpíada pelo Brasil foi a realização de um sonho”, lembra Luciana. Em 2006, Luciana passou a defender Portugal. Desde então foram cinco Jogos Olímpicos. Na Rio 2016, Luciana foi nona colocada com Fit for Fun. Já em Tóquio-2020, montando Vertigo du Desert, ela “bateu na trave” na disputa por uma medalha fechando em 10º lugar com apenas uma falta no penúltimo obstáculo na grande final.

“Sofri uma queda apenas dois meses antes dos Jogos Olímpicos. O Andreas, meu ex-marido, pai dos meus filhos e treinador, estava montando o Vertigo. Pude ficar cinco semanas sem montar às vésperas do Jogos e meus cavalos estavam em plena forma”, lembra Luciana, que segue treinando em Centro de Treinamento de Andreas Knippling, em Hennef, na Alemanha. “Agora estamos nos preparando com vistas a Paris, estou vivendo esse sonho de saltar pelo Brasil na Olimpíada da França”.

Luciana Diniz Tóquio 2020
Luciana Diniz nos Jogos de Tóquio 2020 (Foto: Luis Ruas/CBH)

Pelas cores de Portugal, a partir de 2007, Luciana venceu e se classificou em inúmeros GPs5*. Em 2015, a amazona com sua égua Fit For Fun foi campeã da classificação geral do Global Champions Tour, com vitória nos GPs de Madrid, Viena e Doha, entre outras classificações. “Vencer o GCT 2015 com Fittty sem dúvida foi uma das minhas conquistas mais marcantes”, revela a amazona.

Metodologia

Ao longo dos anos, Luciana desenvolveu seu método Butterfly (Borboleta) que aprimora não somente o cavaleiro e cavalos, como também o desenvolvimento e equilíbrio pessoal. “Trata-se de uma visão holística sobre o esporte. Um método que considera os aspectos que influenciam no seu desempenho, desde o emocional, o físico, o técnico, etc. E este aprendizado pode e deve ser aplicado na sua vida profissional e pessoal: “a better person and a better rider” – uma pessoa melhor e um cavaleiro/amazona melhor.

A preparação física, especialmente, após a queda antes dos Jogos Olímpicos é parte da rotina de Luciana. “Faço um acompanhamento com pilates, fitness, exercícios myoflex, trabalho de toda forma para fortalecer um problema que foi fruto de uma queda. Estou ótima e aprendi a viver com uma artrose crônica e tenho que tomar sempre bons cuidados como aprender a cair com ajuda de aulas de judô e outras técnicas”.

+ SIGA O OTD NO YOUTUBETWITTERINSTAGRAMTIK TOK E FACEBOOK

Luciana Diniz também comenta o desafio de competir em alto nível. “Espero ser uma motivação para as jovens amazonas. O hipismo é singularíssimo neste aspecto de que homens e mulheres de diferentes idades competem em igualdade. É fantástico. Chegar ao nível internacional é difícil independente do gênero, embora o meio seja machista, como em tudo”, enfatiza ela.

Mais em Hipismo