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Ginástica Rítmica

Morre Daisy Barros, grande nome da Ginástica Rítmica do Brasil

Vítima do coronavírus, educadora deixou um lastro de realizações como atleta, treinadora e professora

Daisy Barros faleceu vítima do coronavírus (divulgação Equipe Daisy Barros)

Daisy Barros, um dos maiores nomes da história da Ginástica Rítmica (GR) no Brasil, morreu na madrugada deste sábado (22), no hospital Casa São Bernardo, na Barra da Tijuca. Segundo fontes próximas à família, a causa foram as decorrências impostas pela exposição ao coronavírus.

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Daisy sofreu uma queda na escada externa de sua residência e teve fraturas em um dos braços e na cabeça, no dia 3 de agosto. Dias depois, quando se recuperava bem da cirurgia, seu estado piorou devido ao coronavírus.

Pioneira

Professora de Educação Física, mestre em Ciência da Educação, orientadora educacional e árbitra internacional, Daisy foi também a primeira atleta de GR a representar o Brasil em um Mundial. Foi na terceira edição da competição, realizada em Copenhagen, na Dinamarca, em 1967, sob a orientação da treinadora Ilona Peuker.

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Como treinadora da seleção brasileira, alcançou diversos resultados expressivos: sob sua batuta, o conjunto do país obteve a sétima colocação no Mundial de Madri, em 1975.

Orientadas por Daisy, muitas ginastas registraram grandes conquistas: Clarice Lopes foi campeã na Copa dos 4 Continentes, no Rio de Janeiro, em 1981; Fernanda Gomes foi finalista da mesma competição no Egito, em 1994; Françoise Biot foi campeã no aparelho corda no Pan-Americano de Ginástica de 1990, entre muitas outras.

Daisy Barros, um dos maiores nomes da história da Ginástica Rítmica (GR) no Brasil, morreu na madrugada deste sábado (22) vítima do coronavírus
Daisy Barros, em seus tempos de atleta; ex-atleta faleceu vítima do coronavírus (Arquivo pessoal/Daisy Barros)

Importância nos bastidores

Além dessa atuação junto aos tablados, Daisy contribuiu também de forma determinante nos bastidores. Ao lado do professor Félix D’Avila, que ocupava cargo no Ministério da Educação, teve papel fundamental para a inclusão da Ginástica Rítmica nos Jogos Escolares Brasileiros.

Dedicada ao constante aprendizado, participou de cursos de especialização em GR na Alemanha, Bulgária, Canadá, Holanda, Hungria, Romênia e Estados Unidos. No Brasil e em outros países da América Latina, contribuiu para difundir esse conhecimento, ministrando cursos de atualização e de pós-graduação.

A disseminação dos saberes acumulados ganhou corpo também por meio de uma série de livros publicados sobre GR: Os Primeiros Passos da Ginástica, ABC da Ginástica, Em Busca de Novos Talentos, Manual 1,2,3 e 4 do Centro de Excelência da CAIXA Jovem Promessa e Coletânea Didático-Pedagógica – Educação Física Escolar são apenas alguns dos legados deixados por essa incansável educadora.

“Daisy Barros ofereceu sua vida à Ginástica Rítmica, dando contribuição fundamental para que muitas brasileiras praticassem essa modalidade maravilhosa. De forma singela queremos aqui deixar nosso reconhecimento e nos solidarizar com a família pela perda dessa grande pessoa”, afirma a presidente da Confederação Brasileira de Ginástica, Maria Luciene Cacho Resende.

O corpo será cremado neste domingo, às 11h30. Em homenagem a Daisy, a presidente da CBG decidiu que a entidade ficará em luto por três dias.


“A Ginástica Rítmica é um esporte-arte” A base da ginástica rítmica é o trabalho psicomotor e a psicomotricidade é a alma do movimento. Todo movimento que é pensado como interpretação ajuda ao processo educacional. A Ginástica desenvolve a psicomotricidade, a capacidade de manipulação e postura. Além de desenvolver também a flexibilidade, o ritmo e a interpretação coreográfica por meio da emoção, ou seja, a globalidade do corpo em movimento

Daisy Barros

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