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Ginástica Artística

Simone Biles coroa retorno com 30ª medalha mundial

Rebeca Andrade, Simone Biles e Flávia Saraiva no Mundial de ginástica artística
(Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Após ficar quase dois anos sem competir, a maior ginasta de todos os tempos fez seu grande retorno no Campeonato Mundial de ginástica artística em Antuérpia, na Bélgica. A estadunidense Simone Biles já era a maior medalhista mundial da modalidade quando fez um hiato na sua carreira com 25 pódios. Mas com novas cinco medalhas no seu retorno, a texana chega a incrível marcas de 30 medalhas mundiais, sendo 24 de ouro.
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O retorno de Simone Biles ao cenário internacional não poderia ser em outro local. Foi em Antuérpia, em 2013, que a estadunidense participou pela primeira vez de um Campeonato Mundial e conquistou suas primeiras medalhas. Dez anos depois, a ginasta voltou à cidade belga para novamente encantar a torcida na Arena e ao redor do mundo.
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Nova Simone

Em 2021, Simone Biles chegou nos Jogos Olímpicos de Tóquio como a grande estrela da Olimpíada. Mas a “pressão” atrapalhou o desempenho da atleta no Japão, com Biles sofrendo com twisties: uma condição que faz com que a ginasta se perca no ar, o que pode causar acidentes gravíssimos na modalidade. Sem conseguir exibir todas as suas séries, Simone Biles se retirou de quatro finais, saindo de Tóquio apenas com a prata por equipes e o bronze na trave. Mesmo em meio a críticas, a ginasta fez o melhor para sua saúde e sua continuação no esporte. “O mais importante é que está tudo bem não se sentir bem e é não há problema em tirar um tempo para voltar mais forte e mais saudável”, afirmou Biles em uma entrevista no Campeonato Mundial sobre o ocorrido em Tóquio.

Dois anos depois, Simone Biles voltou diferente. Mais madura e agora casada, a ginasta tem pensado em trabalhar um passo de cada vez. Ela retornou pensando primeiramente em competir no Campeonato Nacional dos Estados Unidos e aos poucos foi atingindo novas metas até chegar no Mundial. Na Bélgica, Biles mostrou novamente que é diferenciada ao homologar um novo salto no código de pontuação: um Yurchenko com duplo mortal carpado que agora é o salto mais difícil da ginástica artística feminina. “Estou muito orgulhosa da minha performance aqui, além de ter voltado a fazer o que eu amo e de uma forma confortável”, comentou.

Nova concorrência

No último ciclo olímpico, Simone Biles não teve grandes desafios nos Campeonatos Mundiais. Em 2018, por exemplo, a atleta chegou a cair duas vezes na final do individual geral. Mesmo assim, ela levou a medalha de ouro com margem confortável para a japonesa Murakami Mai que foi a vice-campeã na ocasião.

Mas agora, a situação é diferente, com mais ginastas chegando perto do potencial de Simone Biles. A principal delas é Rebeca Andrade. A brasileira conseguiu superar a norte-americana na final do salto, onde Biles caiu no seu novo elemento, e ficou muito perto no solo, onde Simone era acostumada com uma grande vantagem sobre as adversárias. E em uma entrevista após a competição, Biles comentou que gosta de ter finalmente alguém para desafiá-la. “Eu amo competir com Rebeca. Ela me impulsiona e faz com que eu me force a cravar todas minhas chegadas. Ela é uma ginasta fenomenal e espero ver ela mais vezes no pódio”, disse a norte-americana.

O próximo duelo entre as duas deve ser nos Jogos Olímpicos Paris-2024. Então, que as palavras de Biles se concretizem para vermos ela e Rebeca juntas no pódio várias vezes na próxima Olimpíada.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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