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Ginástica Artística

Ginastas iniciam ano de olho na classificação para Paris-2024

36 ginastas participam de training camp no Rio de Janeiro para se preparar para as principais competições de 2023

Ginastas do Brasil posam para foto no CT do Time Brasil - Rebeca Andrade está no centro da foto
Seleção feminina de ginástica artística do Brasil (Foto: divulgação/CBG)

O ano começou para a ginástica artística brasileira. Na última semana, atletas das categorias adulta e juvenil se reuniram no Centro de Treinamento do Time Brasil, no Rio de Janeiro, para um training camp preparatório para as principais competições de 2023. Entre elas estão o Mundial Júnior, os Jogos Pan-Americanos, o Campeonato Mundial que irá definir as últimas equipes classificadas para os Jogos Olímpicos de Paris. Na lista dos participantes do período de treinos estão os dois maiores destaques da modalidade do Brasil no último ano. Rebeca Andrade e Arthur Nory foram ao pódio no Mundial de 2022 e esperam repetir o sucesso da temporada passada.

Depois de um 2021 turbulento e com resultados abaixo do esperado, Arthur Nory voltou para o pódio do Campeonato Mundial após conquistar o bronze na barra fixa. “Foi um ano muito focado para eu me reerguer e poder voltar entre os oito melhores do mundo, trazendo de novo mais uma medalha”, disse o atleta em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.

Nory também destaca todo o trabalho ao longo de 2022, com a construção de bons resultados aos poucos, culminando com a medalha no Mundial. “Cada etapa que a gente passou foi importante. Cada campeonato, trazendo uma medalha e aí no final conseguindo essa medalha no Mundial para mim foi incrível. Agora a gente sabe os pontos que precisa trabalhar no ano pré-olímpico”, afirmou.

Chico Barreto, Arthur Nory, Caio Souza, Arthur Zanetti, Lucas Bittencourt e Diogo Soares posam para foto
Parte da seleção masculina do Brasil: Francisco Barretto, Arthur Nory, Caio Souza, Arthur Zanetti, Lucas Bittencourt e Diogo Soares (Foto: divulgação/CBG)

De olho em Paris

No Mundial de 2023 será distribuída a maior parte das vagas da ginástica artística para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. O Brasil quer a vaga para uma equipe completa, tanto no feminino, quanto no masculino. Para isso, o país terá que ser um dos nove melhores países na qualificação do Mundial, excluindo aquelas que já ganharam vaga em 2022: EUA, Grã-Bretanha e Canadá no feminino e Japão, China e Grã-Bretanha no masculino.

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Se o Brasil repetir o resultado do último ano a vaga olímpica vem. A equipe feminina ficou em quarto lugar (a menos de um ponto de pegar a vaga que ficou com o Canadá), enquanto o time masculino terminou na sétima colocação. “A gente tá focado para a classificação da equipe para Paris. Esse é o foco total. Então já começa agora, com esse primeiro camp da seleção”, afirmou Arthur Nory.

Campeã em busca de um novo baile

Eleita melhor atleta do ano pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), Rebeca Andrade teve grandes resultados em 2022. A atleta ganhou o ouro no individual geral e o bronze no solo no Mundial e ainda conquistou medalhas no Campeonato Pan-Americano e na etapa da Copa do Mundo que disputou. Sua apresentação na final de solo foi a última ao som do famoso “Baile de Favela”. Rebeca terá uma nova música para essa temporada, mas ela ainda não foi definida. “Eu estou muito ansiosa. Ainda não sei qual música vai ser. Eu estou esperando para encontrar uma nova com o Rony [coreógrafo da seleção]”, disse a ginsta em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.

Com o Baile de Favela, Rebeca teve grandes resultados. Ela usou a música pela primeira vez em 2019. Mas após se lesionar naquele ano, ela guardou a música para os Jogos Olímpicos de Tóquio onde conquistou a prata no individual geral e conseguiu a final do solo, terminando em quinto lugar. Mas foi em 2022 que o “Baile de Favela” conduziu Rebeca Andrade ao topo, com apresentações marcantes no individual geral e na final do aparelho no Mundial de Liverpool.

“O Baile de Favela vai ficar para sempre no meu coração, na minha memória porque foi uma música que mudou a minha vida. Estou sofrendo que não vou ter mais ela, mas ao mesmo tempo muito ansiosa para saber o que vem pela frente”, disse a ginasta.

Primeiros desafios

Ao todo, 36 ginastas participam do training camp no Rio de Janeiro. Dentre eles, sairão os atletas que vão competir nos primeiros torneios internacionais que o Brasil vai participar em 2023. A equipe adulta compete na tradicional DTB Pokal, a Copa da Federação Alemã de Ginástica, em Stuttgart entre os dias 17 e 19 de março.

Por fim, os atletas da categoria juvenil estão sendo preparados para o Campeonato Mundial da categoria, que será realizado entre 29 de março e 2 de abril em Antalya, na Turquia. Será a segunda edição do campeonato. Na primeira, em 2019, o Brasil foi ao pódio com Diogo Soares levando a medalha de prata nas argolas. Portanto o país tenta aumentar a contagem com novos nomes que podem brilhar já em 2023 e no futuro pelas seleções adultas.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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