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Ginástica Artística

Guia – Mundial de Ginástica Artística de 2022: Finais por aparelho – feminino

Brasileiras vão em busca do pódio no Mundial de ginástica artística. Rebeca Andrade defende título no salto e Flávia Saraiva tenta primeira medalha

Mundial de ginástica: foto de arquivo. Flávia Saraiva faz coreografia na trave onde coloca seu pé na altura da cabeça
Flávia Saraiva compete na trave no Pan-Americano de ginástica (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Os últimos dias do Campeonato Mundial de Ginástica Artística Liverpool-2022 são reservados para as finais por aparelho. Nos dias 5 e 6 de novembro, iremos conhecer as campeãs mundiais no salto, barras assimétricas, trave e solo. O Brasil terá chance de medalha em todas as finais femininas, com destaque para Rebeca Andrade que defende o título no salto sobre a mesa.

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Salto sobre a mesa

Atual campeã olímpica e mundial da prova, Rebeca Andrade é favorita à medalha de ouro no aparelho. Ela ainda não competiu dois saltos (requisito para a disputa de medalhas no aparelho) este ano. Mas através de vídeos de treinos, é possível saber que além de um Yurchenko com dupla pirueta (DTY – 5.0 de dificuldade), Rebeca tem um Cheng (Yurchenko com meia volta, seguido de mortal para frente com pirueta e meia – 5.6 de dificuldade) pronto para a competição.

A principal desafiante ao título é Jade Carey dos Estados Unidos. A vice-campeã mundial de 2019, realiza os mesmos saltos que Rebeca, mas perde alguns décimos a mais na nota de execução. Vale esperar se Carey ou Rebeca vão aumentar a dificuldade e realizar o Yurchenko com dupla pirueta e meia (5.4), salto que ambas apresentaram nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Medalhista de bronze em Tóquio-2020, a sul-coreana Yeo Seojeong levou o ouro no asiático deste ano com um Rudi (mortal para frente com pirueta e meia – 5.4 de dificuldade) e um DTY. Ela ainda pode colocar meia pirueta a mais no seu primeiro salto para aumentar a nota de partida em busca de uma medalha no Mundial de Liverpool.

Além das três atletas já citadas, há um grupo de postulantes ao pódio que incluem atletas com um DTY e um segundo salto competitivo. Entre elas estão a norte-americana Jordan Chiles, a húngara Zsofia Kovacs, a francesa Coline Devillard e a britânica Jessica Gadirova.

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Barras assimétricas

A final das barras assimétricas é uma das apostas da China para levar uma medalha de ouro em Liverpool. O país conta com a atual campeã mundial e asiática Wei Xiaoyuan que apresentou a série mais difícil do ano com 6.6 como nota de partida. Ela tem uma forte batalha doméstica com Luo Rui (bronze no último Mundial). Luo tem uma série com 6.4 de valor de dificuldade e conseguiu superar a colega de seleção no Campeonato Chinês um mês atrás.

Quem ficou entre as duas chinesas no Mundial de 2021 foi Rebeca Andrade. A brasileira manteve a série do ano passado que no código de pontuação atual tem uma dificuldade de 6.2 pontos. Mesmo estando alguns décimos atrás na dificuldade, Rebeca Andrade consegue compensar com uma ótima execução. Ela ainda pode trocar a sua saída para um duplo mortal com dupla pirueta, o que aumentaria dois décimos a nota de partida da série.

Brasil Rebeca Andrade Yuri Guimarães Copa do Mundo de Paris
Rebeca Andrade competindo nas barras assimétricas no Pan-Americano (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Quem ainda não competiu este ano, mas não pode ser descartada, é a campeã olímpica Nina Derwael. A belga é conhecida pelas suas séries cheias de transições entre as barras, conectando vários elementos para aumentar a nota de dificuldade. Ela tem treinado uma série com valor de partida 6.5.

Outros nomes para ficar de olho são a alemã Eli Seitz e a italiana Alice D’Amato, que ficaram com o ouro e a prata no Europeu deste ano, e a norte-americana Shilese Jones que venceu a etapa de Paris da Copa do Mundo no último mês.

Trave

Se nas barras assimétricas a China tem duas fortes candidatas ao ouro, na trave a situação é ainda mais favorável para a equipe chinesa. A vice-campeã olímpica Tang Xijing é uma das favoritas ao ouro, com uma série de 6.4 de dificuldade, a maior entre as atletas na lista de participantes do Mundial.

Como apenas duas ginastas por país podem participar para a final, a briga interna na China promete ser forte. Além de Tang, Ou Tushan e Luo Rui tem notas acima dos 14 pontos este ano, colocando-as como postulantes ao título.

O Brasil também está com uma equipe forte na trave. Desde os Jogos Olímpicos Rio-2016, Flávia Saraiva vem sendo uma das melhores do mundo no aparelho, com duas finais olímpicas e uma em Mundial. Flavinha tem uma série que pode chegar a 6.2 de dificuldade e, aliada a uma boa execução, pode colocá-la no pódio caso não cometa erros na final.

Rebeca Andrade tem evoluído no aparelho. Ela tem apresentado boas séries ao longo do ano, tirando notas acima de 14 pontos em cinco das seis vezes que competiu este ano. Vale ficar de olho também em Júlia Soares, que fez uma ótima série no começo do mês nos Jogos Sul-Americanos para ultrapassar a barreira dos 14.

A principal chance de medalha da Romênia no Mundial é na trave. A jovem Ana Barbosu está no primeiro ano na categoria adulta e vem em uma crescente desde a boa participação no Campeonato Europeu. Recentemente, ela levou o ouro na última etapa da Copa do Mundo antes do Mundial com uma série de 5.9 de dificuldade. Já nos Estados Unidos, a principal candidata é Skye Blakely. Ela consegue a chegar a uma dificuldade de 6.3 e pode tirar notas acima de 14 se tiver uma boa execução em Liverpool.

Solo

Baile de Favela x Garota de Ipanema – escolha o seu lado! Brincadeiras à parte, essas são as músicas dos solos de Rebeca Andrade e Flávia Saraiva, na busca pelo ouro no aparelho. Rebeca ainda não apresentou uma série com dificuldade completa este ano, mas pode partir de 6.1 se repetir a série dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Já Flávia prepara um upgrade para a disputa do Mundial. A ginasta tenta inserir na sua série um Tsukahara esticado que pode fazer sua dificuldade chegar a 5.9 dependendo de quais forem as outras acrobacias.

Flávia Saraiva fazendo coreografia no solo. Ela levanta uma mão e aponta outra para o chão, vestindo um collant preto
Flávia Saraiva se apresentando no solo (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Os Estados Unidos têm algumas candidatas ao pódio no solo. A campeã olímpica Jade Carey pode ultrapassar os 6.0 de dificuldade dependendo das acrobacias que fizer em Liverpool. Jordan Chiles e Shilese Jones, devem brigar com Carey pelas duas vagas do país na final.

A aposta da casa é Jessica Gadirova, que levou a medalha de ouro no Europeu deste ano. Já a Itália tem como principal ginasta no solo Martina Maggio, que ficou com a prata no torneio continental.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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