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Ginástica Artística

Fora do Mundial, Flávia Saraiva torce por Rebeca e foca na recuperação

Após cirurgia no tornozelo, Flávia Saraiva se prepara para voltar a competir no Campeonato Pan-Americano de 2022

Flávia Saraiva na Trave, pelos Jogos Olímpicos de Tóquio
Júlio César Guimarães/COB

Dois meses após passar por cirurgia no tornozelo, Flávia Saraiva segue com recuperação a todo vapor para voltar 100% em 2022. A ginasta de 22 anos precisou passar por procedimento após lesão que sofreu nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Assim, Flavinha também ficou de fora do Mundial de Ginástica Artística, que começou na noite de segunda (18) e contou com a presença de Rebeca Andrade. A companheira de Flamengo de Flávia conseguiu se classificar para três finais por aparelhos: salto, barras assimétricas e trave

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Flávia afirma que conversa bastante com os brasileiros que estão competindo no Mundial, principalmente Rebeca Andrade, companheira de Flamengo e Seleção Brasileira. “A gente se fala o tempo todo, chamadas de vídeo, mandamos mensagens. É toda hora, todo dia. Mando uma foto, um vídeo. É amiga né, não tem jeito.”, confessou Flávia.

Experiência Olímpica

Os Jogos Olímpicos são sonhos de todo atleta de alto rendimento. Para Flávia Saraiva não foi diferente. Em Tóquio ela competiu pela segunda vez o torneio olímpico na ginástica artística. “É uma competição que a gente sonha muito em participar. Todo atleta sonha em ir no máximo de Olimpíadas que consegue ir. Estar nela numa pandemia, por vários motivos pessoais e profissionais, foi muito importante pra mostrar que podemos ser mais fortes. Com todo mundo junto se ajudando a gente conseguiu fazer uma Olimpíada. A pandemia me deixou mais madura, mais forte. Foi um ciclo grande, foi muito complicado” destacou a ginasta do Flamengo.

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Em Tóquio, Flávia competiu na classificatória apenas na trave e no solo, aparelho que acabou sofrendo uma queda que a tirou do restante das rotações. Ela acabou decidindo não fazer as provas de salto e barras assimétricas, alterando seu plano inicial. “A gente sempre tenta pegar o máximo de finais possível. Eu treinei muito, antes mesmo de machucar o tornozelo, uns três meses antes da Olimpíada. Mas quando cheguei lá eu fui em busca de todas as finais possíveis, individual geral, solo, trave. Conversei com o meu treinador e decidimos: ‘A gente vai lutar até o final e ver o que a gente consegue. Já chegamos na Olimpíada, vamos atrás de mais um sonho’”, explicou a Flávia.

Flávia Saraiva se machuca durante os Jogos Olímpicos
Flávia Saraiva sofreu uma queda no solo durante as classificatórias e acabou não competindo no salto e nas barras assimétricas. (Júlio César Guimarães/COB)

Após todas as classificatórias e a confirmação da vaga na final de trave, a ginasta ainda precisou recuperar o pé para ter condições de disputar a decisão olímpica. Mesmo já ciente da lesão, ela preferiu não saber qual a situação real do pé antes da Olimpíada terminar. “Eu queria saber o que tinha no meu pé só depois da competição. Foi o que a gente fez. Eu queria voltar a treinar, mas não podia. Tive que esperar uns dias pra ver como o meu tornozelo ia ficar. Passou uma insegurança, mas no final eu estava muito segura que eu ia conseguir. Foi tranquilo, foi muito leve, eu consegui passar leve, feliz esses dias até a final. Cada momento que eu vivi lá, eu consegui aproveitar muito. Pra mim foi o mais importante, que eu consegui tirar 100% de aproveitamento da Olimpíada, da Vila, dos Jogos, das competições, dos treinamentos.”, revelou a ginasta. Na final por aparelhos, Flávia terminou em sétimo lugar.

Cirurgia inevitável

Após a volta para o Brasil, a ginasta precisou passar por cirurgia no tornozelo direito, primeira em sua carreira. A previsão é que Flávia volte às competições apenas em 2022. “Há dois meses que operei. Agora faço mais academia, quando vou ao ginásio faço só um pouquinho de paralelas e fortalecimento mesmo. Agora o principal é recuperar o tornozelo.”, afirmou Flávia.

O foco total de Flávia Saraiva no momento é na recuperação pós procedimento. “Meu planejamento principal é a minha recuperação, isso vai ser o principal pra eu voltar a treinar, então eu to focando muito nela. Essa foi minha primeira cirurgia. Minha primeira competição, se não me engano, é um Pan-Americano em 2022. Meu foco principal é o Pan-Americano, pra tentar competir dois aparelhos, talvez os quatro. Meu maior objetivo agora é voltar a treinar, porque eu não posso desejar uma competição muito grande se eu não to nem treinando ainda. ” respondeu Flávia Saraiva com um sorriso no rosto.

Paris-2024 já começou

De olho no próximo ciclo olímpico, Flavinha ainda vai avaliar os próximos passos para seguir na elite da ginástica artística mundial. “A gente sempre quer aumentar o nível de dificuldade das provas, sempre queremos estar entre as melhores. Agora a gente precisa dar uma estudada no código de pontuação, que ele muda sempre de quatro em quatro anos. Então vamos analisar o código, ver quais elementos valem a pena ter nas séries. E depois tentar limpar as séries o máximo possível, porque não adianta colocar muitos elementos na série e ela ficar suja. A gente tem que achar um meio termo de tudo.” afirma a ginasta.

Júlia Soares e Lorrane Oliveira, duas das companheiras de seleção de Flávia, já homologaram elementos para o Código de Pontuação da FIG (Federação Internacional de Ginástica). Ela confessou que não faz os elementos das colegas e que deseja ter um exercício com o seu nome no Código de Pontuação. “Querer a gente sempre quer, mas inventar é difícil. O problema é conseguir fazer. Saltos ginásticos de trave já são bem difíceis, para homologar eu teria que acrescentar uma meia volta, um pé na cabeça com meia volta, aí é complicado. Tem que ir pensando, vamos vendo”, brincou a ginasta.

Inspiração para as novas gerações

Flávia Saraiva treina e convive com Jade Barbosa, Daniele Hypólito, duas ginastas referências da modalidade no Brasil. Hoje, Flávia também está no seleto time de atletas da ginástica que estão na elite do esporte e já inspira muitas outras jovens pelo país. No final de agosto, Flávia viu o Flamengo vencer o Campeonato Brasileiro Adulto por equipes e Rebeca levar o título no individual geral. Além de assistir às companheiras competindo em Aracajú, ela viu outras jovens ginastas nas competições juvenil e pré-infantil. Flavinha revelou a sensação de ser uma atleta mais experiente e inspirar a nova geração de ginastas. “É meio engraçado. As crianças vêm me perguntar ‘nossa, como você faz isso, você é muito bonita, você é muito boa na ginástica’ e eu agradeço, mas é engraçado, porque eu já fui assim e quando vejo crianças assim é uma inspiração muito grande pra eu poder continuar lutando pelos meus objetivos, pelos meus sonhos. Ver as crianças querendo ser como eu é uma sensação muito boa.” confessou Flávia.

Formada em Jornalismo pela Unesp-Bauru, participou da Rio-2016 como voluntária, cobriu a Olimpíada de Tóquio-2020 pelo Olimpíada Todo Dia e hoje coordena as Redes Sociais do OTD.

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