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Esportes de Gelo

Nicole Silveira busca evoluir rumo ao top-6 em Milão-Cortina

Nicole Silveira fala sobre sua evolução no skeleton na última temporada e traça metas para os Jogos de Inverno Milão-Cortina 2026

Nicole SIlveira sorri para a câmera. Ela veste uma touca do Time BB
(Foto: Vietrus Lacis/IBSF)

Presente nos Jogos Olímpicos de Inverno desde 1992, o Brasil vem aos poucos crescendo no cenário internacional dos esportes de inverno. No último ano, o grande destaque brasileiro nestas competições foi Nicole Silveira. Após uma boa participação na Olimpíada de Inverno Pequim-2022, a brasileira se consolidou de vez na elite do skeleton internacional. Agora, Nicole, busca evoluir para conseguir o melhor resultado da história do Brasil em Jogos de Inverno.
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Nicole Silveira começou no skeleton em 2018. Já em seu primeiro ciclo olímpico, a brasileira mostrou um bom potencial, conseguindo vários top-20 em provas internacionais e se classificando para os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim-2022. Na Olimpíada, Nicole conseguiu o 13º lugar – uma colocação inédita para o Brasil nos esportes de gelo. O grande resultado trouxe mais fãs para Nicole e para o skeleton, com vários brasileiros torcendo pela atleta gaúcha. “Imediatamente, após os Jogos, muita gente veio falar comigo e não dei conta de agradecer todo o apoio e torcida”, disse a atleta em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.
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Evolução pós-Pequim

Mas Nicole Silveira monta no seu trenó no início da pista de gelo
(Foto: Viestrus Lacis/IBSF)

Após o resultado histórico nos Jogos Olímpicos de Inverno, Nicole Silveira fez uma grande temporada, conseguindo suas melhores colocações em provas internacionais do circuito da Copa do Mundo da modalidade. Foram três provas entre as dez melhores do mundo: um oitavo lugar na etapa de Vancouver (CAN), além de dois décimos lugares nas provas disputadas em Park City (EUA) e Altenberg (ALE). A brasileira se consolidou na elite do skeleton e terminou a temporada com o 11º lugar na classificação geral da Copa do Mundo.

“A gente continua evoluindo e melhorando não só os tempos ou a posição que eu fico, se em 10º ou em 16º. Acho que é mais o sentimento de entender mais sobre a modalidade e ter mais o reconhecimento de pressões e da pista mesmo. Acho que isso mudou bastante para mim, me desenvolvi bastante e hoje sinto que sou uma atleta melhor do que eu era no ano passado”, disse Nicole avaliando o seu próprio desempenho. “Antigamente eu pensava se eu iria conseguir passar do vigésimo lugar pra conseguir entrar nas finais. Hoje eu já me comparo com as atletas do top-10”, completou.

Time BB

Mas - Kim e Nicole posam para foto se abraçando
Kim Melymans e Nicole Silveira (Foto: Viestrus Lacis/IBSF)

Nicole Silveira tem uma companheira de time e de vida no circuito mundial. A brasileira namora com a belga Kim Meylemans e as duas criaram no último ano o Time BB (juntando as iniciais dos dois países). Além do apoio moral, as atletas acabaram unindo o staff que as acompanham durante a Copa do Mundo, o que compensa principalmente no lado financeiro em um esporte que não é barato.

Eu sou a única atleta que compete pelo Brasil e, no caso da Bélgica, até tem outros ateltas competindo, mas num nível mais baixo. Então unindo os dois times, o orçamento fica maior e podemos ir mais longe juntas. A gente já se ajuda uma a outra, então só faz sentindo realmente juntar e ter os técnicos juntos, ter mais material, mais dinheiro para fazer testes em equipamentos e ter acesso à fisioterapia. Tudo isso aumenta juntando o nosso time”, comentou Nicole.

A união das equipes deu certo nesta primeira temporada. Assim como Nicole, Kim também conquistou seus melhores resultados no skeleton. A belga teve uma acidente em um treino de pré-temporada na pista de Vancouver e fraturou um dos seus tornozelos. Mas ela voltou em tempo de conquistar o bronze nas últimas duas provas da Copa do Mundo.

Metas para Milão-Cortina 2026

A próxima edição dos Jogos Olímpicos de Inverno será realizada em 2026 na Itália, entre as cidades de Milão e Cortina D’Ampezzo. Os esportes de trenó serão realizados na tradicional Pista Eugênio Monti, em Cortina, que recebeu os Jogos de 1956 e será reconstruída para a próxima Olimpíada de Inverno.

Depois de um bom desempenho em Pequim-2022, Nicole Silveira busca melhorar ainda mais a sua colocação daqui três anos. “O sonho obviamente é um pódio. Mas o top-6 acho que seria um resultado excelente. Praticamente uma medalha de ouro pra mim”, disse. Caso a sexta colocação se torne realidade, Nicole conseguiria o melhor resultado da história do Brasil no Jogos de Inverno. Atualmente, a marca é o nono lugar de Isabel Clark no snowboard cross na edição de Turim-2006.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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