Siga o OTD

Esgrima

Equipe de florete entra na briga por vaga olímpica

Com 12º lugar, Brasil se aproxima de Canadá. Hoje, Guilherme Toldo e Nathalie Moellhausen seriam os classificados brasileiros

Time de florete masculino no Mundial de Esgrima com Guilherme Toldo Pedro Marostega Lorenzo Mion e Paulo Morais
Florete masculino no mundial de 23 (Divulgação/CBEsgrima)

A equipe brasileira de florete masculina deu um importante passo na briga pela vaga olímpica ao terminar em 12º na Copa do Mundo de Tokoname e se aproxima do Canadá. Se o Brasil não se classificar por equipes, Guilherme Toldo levaria a vaga individual, assim como Nathalie Moellhausen, número 3 do mundo na espada masculina. Por outro lado, Mariana Pistoia foi ultrapassada por uma chilena na corrida olímpica do florete feminino. Confira como está a situação da classificação olímpica da esgrima ao fim das competições em 23.

+ SIGA O OTD NO YOUTUBETWITTERINSTAGRAMTIK TOK E FACEBOOK

Brasil se aproxima do Canadá no florete masculino

Com os 22 pontos conquistados na Copa do Mundo no Japão, a equipe brasileira de florete masculino liderada por Guilherme Toldo passa a ter 122 pontos no ranking da Federação Internacional de Esgrima (FIE) e agora é 16ª colocada. Briga diretamente com Canadá, 15ª colocada com 149 pontos e Chile, 18ª com 92, pela vaga olímpica destinada às Américas.

Em primeiro lugar, os EUA precisam confirmar o favoritismo e levar uma das vagas destinadas aos quatro melhores países do mundo. Confirmando seu lugar no top4, abre portanto uma vaga continental para as Américas. O Brasil tem condições de ultrapassar o Canadá porque defende menos pontos, mas segue atrás dos rivais norte-americanos.

Nos Jogos Pan-Americanos, o florete brasileiro venceu duas medalhas de bronze. A primeira, individual com Guilherme Toldo, e depois por equipes, com Toldo, Henrique Marques e Pedro Marostega, com Alexandre Camargo de reserva.

Calendário das próximas Copas do Mundo de Esgrima

As próximas copas do mundo de florete masculina serão em Paris, no dia 14 de janeiro e em Cairo, em 25 de fevereiro e suas pontuações irão substituir os torneios que aconteceram nas mesmas cidades de 2023. No dia 25 de fevereiro estarão definidas as oito equipes que participarão dos Jogos Olímpicos de Paris no florete feminino e florete masculino.

Como funciona o ranking da esgrima

O ranking de equipes é composto pelos seis melhores resultados no período de 12 meses, sendo que acontecem sete torneios a cada ano, acarretando portanto no descarte do pior resultado. Porém, os resultados no Mundial e no campeonato continental não podem ser descartados.

Como o Brasil caiu na primeira rodada tanto em Paris quanto em Cairo, irá perder apenas 8 pontos e poderá substituir 8 pontos, pois também caiu na primeira rodada em Acapulco. Ou seja, irá efetivamente para 106 pontos (32 do pan + 44 do mundial + 8 de Istambul + 22 de Tokoname, e a partir daí somará tudo o que conseguir.

Já Canadá vai perder 20 pontos de Cairo. Além disso, os 8 pontos de Paris caem e o novo descarte passa a ser os 18 da Copa do Mundo de Istambul. Assim, o Canadá passa a ter 127 pontos (22 de Acapulco + 52 do Pan + 16 de Istambul + 21 de Tokoname + 16 do Mundial que pode ser descartado), mas só soma no segundo torneio se conseguir mais do que 18 pontos. 

Como uma participação já vale 8 pontos, o Canadá terá no mínimo 135 pontos e é essa pontuação mínima que o Brasil precisa perseguir. Descartando os 18 pontos para efeito de comparação com o Brasil, o Canadá iria para 113 pontos contra 106 do Brasil. Portanto, o Brasil precisa fazer no mínimo 30 pontos – ou seja, na prática, chegar nas oitavas nos dois torneios – e ganhar sete pontos a mais do que o Canadá na soma dos dois torneios.

Se uma equipe é eliminada nas oitavas, ganha 18 pontos pelo 16° lugar e passa a ganhar um ponto a mais a cada classificação: o 15º lugar fica com 19, o 14º fica com 20, etc. Se o país cair na primeira rodada leva apenas oito pontos.

Deste modo, em um cenário em que o Canadá chegue nas duas oitavas e some 36 pontos, o Brasil precisaria de 43 pontos nos dois torneios para conquistar a vaga.

E finalmente, o Chile não pode fazer mais do que 14 pontos do que o Brasil, ainda que seja improvável.

Guilherme Toldo cada vez mais assegurado

Pela vaga individual, Maximilien Van Haaster, do Canada, e Guilherme Toldo, do Brasil, têm muita vantagem sobre seus rivais e são os favoritos a ir para os Jogos Olímpicos no caso de suas equipes não se classificarem. O canadenste está em 31º com 53 pontos, sofrendo tímida ameaça de seu compatriota Blake Broszus, 47º com 37.500. 

No caso do Canadá ganhar a vaga por equipes, Guilherme Toldo, 36º com 48 pontos. Tem como maior rival atualmente o mexicano Diego Cervantes, 52º com 32 pontos.

Como o Brasil está na corrida olímpica da esgrima?

Nas outras armas o Brasil precisaria de uma combinação de resultados altamente improvável para entrar na briga por equipes. Mas temos boas chances de ter mais vagas individuais. Ainda acontecerá quatro torneios em cada arma até a definição da vaga olímpica em abril. Serão dois Grand Prix e duas Copas do Mundo.

Atualmente Argentina, Brasil, Canadá, Chile e Colômbia estariam levando vagas. Se a corrida olímpica fosse fechada hoje, EUA teria 15 vagas, com cinco equipes classificadas. O Canadá levaria 10 atletas, com três equipes e uma cota individual. Venezuela teria equipe completa na espada masculina e o Brasil dois atletas classificados.

Nathalie Moellhausen super-favorita na corrida olímpica da espada feminina

A espada feminina é obviamente nossa maior chance na esgrima. Nathalie Moellhausen está muito bem encaminhada na briga pela vaga americana pelo ranking. Terceira colocada com 180 pontos, ela teve um ótimo início de 2023 então defende 86 pontos.

Se os EUA não conquistarem o quarto lugar no ranking, Canadá fica de fora do torneio por equipes. É justamente a canadense Ruien Xiao a maior rival atual de Nathalie. Ela tem 72.750 e está em 17º lugar no ranking, mas defende apenas 0.250. Ela ficou com o bronze na Copa do Mundo de Vancouver este fim-de-semana. A argentina Isabel di Tella, vice-campeã no Canadá, pulou para 25º com 60 pontos, mas como defende 16, é difícil imaginar ela chegando perto de Moellhausen.

A equipe brasileira venceu um histórico ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023. Foi apenas o segundo ouro da esgrima brasileira desde Buenos Aires-1951.

Porém, foi a última competição de Nathalie pela equipe, pois agora a campeã mundial de 2019 foca suas atenções na disputa individual dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Amanda Netto Simeão se aposentou naquele dia em Santiago e portanto fica agora Victoria Vizeu para liderar a equipe brasileira rumo aos Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028.

No florete feminino, Mariana Pistoia perde liderança do ranking olímpico

No florete feminino, EUA e Canadá estão com a vaga por equipes praticamente encaminhadas. Para o Brasil é importante que os dois países se classifiquem. Mariana Pistoia é a melhor latino-americana no ranking, em 53º, com 30.250 e estaria classificada hoje.

Porém, a chilena Arantza Inostroza teve uma boa Copa do Mundo de Novi Sad chegando na segunda rodada e agora lidera o ranking olímpico. Ela está em 55º, com 29.500. Porém, como a brasileira descarta 1.5 pontos, está com 28.750 no ranking olímpico, 0.750 atrás da rival.

Ana Beatriz Bulcão está logo atrás, em 63º com 24.500, mas descartará 3.5 até abril, e portanto precisa de um grande resultado para voltar à briga.

Mariana Pistoia levou bronze no florete nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.

Canadá cai no ranking de sabre feminino por equipes e complica chances de Karina Trois no individual

No sabre feminino, EUA briga ponto a ponto com Ucrânia e Itália pela quarta vaga por equipes.  Mas com a queda livre do Canadá no ranking, apenas o México, vice-campeão no Pan de Lima tem chances pequenas de classificação pelas Américas. 

Desta maneira a canadense Pamela Brind’Amour é a franca favorita para a única vaga individual do continente. Ela está em 34º com 48.250 e defende apenas 5.500, estando com 42.750 no ranking olímpico. Karina Trois, 47ª com 35.250, defende 1.250 e portanto está com 34.000 na corrida olímpica. Portanto, a brasileira precisa fazer 9 pontos ou mais do que a rival nos próximos torneios. 

Pouco atrás delas estão Tamar Gordon, 54ª do mundo com 30.000 pontos e Luana Pekelman, 57ª, com 29.000. Como o Brasil, em 24º no ranking por equipes, tem pouquíssimas chances de se classificar diretamente, fica a expectativa por um retorno triunfal de Canadá às Copas do Mundo de Espada feminina. Dessa forma, Karina ou Luana praticamente não teriam rivais pela vaga olímpica.

Na espada masculina, Alexandre Camargo precisa de grane campanha

Na espada masculina, Venezuela briga por uma das vagas de top4, o que liberaria uma vaga americana para o Canadá, depois que os EUA foram desclassificados do pan de Lima. Esta seria a única arma em que os EUA não se classificariam diretamente.

O colombiano John Edison Rodriguez, 16º com 77.250 defende 24.250 pontos mas mesmo assim é o grande favorito para a vaga continental. O canadense Nicholas Zhang, 36º com 51.500 defende 4 pontos e pode entrar na briga se o Canadá não conseguir a vaga por equipes.

Stephen Ewart, 38º com 48.625 defende 23 pontos e assim precisaria de grandes campanhas para ter chances, assim como seu compatriota Dylan Nollner, 51º, com 36.375, mas que defende 20.375. Alexandre Camargo, 61º com 31.250 defende 4.500 e portanto está bem atrás no ranking.

Bruno Pekelman é o melhor brasileiro no sabre masculino, mas vaga deve ir para Argentina

No sabre masculino, EUA e Canadá devem se classificar por equipes. O argentino Pascual Maria di Tella é o 35º do mundo com 49.500 pontos. Ele defende 8 pontos e pode ser portanto ultrapassado pelos venezeulanos José Quintero, 42º do mundo com 40.625, que defende apenas 0.5, e Eliecer Romero, 35.625, e que defende 0.250.

Bruno Pekelman é o melhor brasileiro com 15.250, ocupando a posição de 97 no ranking da Federação Internacional de Esgrima (FIE)

Interessado em cinema, esporte, estudos queer e viagens. Se juntar tudo isso melhor ainda. Mestrando em Estudos Olímpicos na IOA. Estive em Tóquio 2020.

Mais em Esgrima