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Ciclismo BMX

Na casa da ginástica, Renato Rezende se inspira em Hypolito

Ciclista treina na Missão Europa mirando uma vaga em Tóquio 2020 e um resultado diferente dos que obteve em Londres 2012 e no Rio 2016

Renato Rezende BMX Missão Europa
Renato Rezende em treino na Missão Europa (Rafael Bello/COB)

“Tenho como inspiração uma frase do Diego Hypólito: ‘caí uma vez de bunda, outra vez de cara e na terceira, caí de pé’. Acredito muito nisso”. Foi essa a resposta de Renato Rezende, do ciclismo BMX, ao ser questionado, na Missão Europa, sobre as perspectivas para Tóquio 2020.

A comparação tem fundamento. O ciclista mineiro, criado em Poços de Caldas, se profissionalizou quando o BMX ingressou no programa olímpico em Pequim 2008. Quatro anos depois, obteve a classificação para Londres 2012 e se tornou o primeiro brasileiro a representar o país na modalidade. Mas, na ocasião, sofreu uma queda nas quartas de final e foi parar no hospital. Já no Rio 2016, nova eliminação na mesma fase da competição.

“É super legal participar dos Jogos, mas o que quero é chegar na final e ganhar uma medalha. Em Londres, meu pneu da frente furou, desloquei o ombro e tive que abandonar. No Rio, tive algumas lesões antes da competição, até consegui andar bem, mas as coisas não aconteceram. Tóquio pode ser diferente. Se já deu errado duas vezes, acredito que a terceira vai dar certo”, analisa Renato.

“Tenho trabalhado muito para que o final seja diferente. Se não der certo, faz parte do esporte. Mas se eu estiver no lugar certo, na hora certa, as coisas vão acontecer e vou chegar o mais preparado possível”.

Renato Rezende BMX Missão Europa
Seleção brasileira de BMX em Portugal (Rafael Bello/COB)

Missão Europa

Treinando no mesmo local que foi a casa da ginástica brasileira na Missão Europa, o Centro de Alto Rendimento de Sangalhos, em Portugal, a seleção brasileira de BMX está trabalhando intensamente.

Renato, que construiu uma pista em casa para seguir treinando durante a pandemia, acabou ficando sem referência durante o período de isolamento social. “Durante a pandemia foi muito difícil treinar, já que não tinha uma perspectiva de competição, nem de nada. Agora a confiança está voltando. Estar aqui neste período é um choque de realidade, muito importante para saber o nível que você está”.

Em Sangalhos, Ele e Bruno Cogo, outro integrante da seleção brasileira, dividem a pista com os franceses Vincent Pelluard e Eddy Clerte, que também estão treinando no local. Uma boa forma de simular competições.

“O Eddy foi campeão de uma etapa do Campeonato Europeu este ano e vice-campeão em outra. Estamos andando em um nível muito próximo do dele. Não tem como treinar sozinho e pegar ritmo de competição, mas em vários momentos aqui na Missão foram quatro atletas muito fortes no gate e já deu pra sentir um pouco do que é competir”, avalia Renato Rezende.

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Completam ainda a seleção de BMX em Portugal, Priscilla Stevaux e Júlia Alves. Na primeira semana, Paôla Reis foi outra a treinar em Sangalhos. Com isso, cinco dos seis atletas que pontuam para o Brasil no ranking mundial da modalidade integraram a Missão Europa. Apenas Anderson Ezequiel preferiu seguir com os treinamentos nos Estados Unidos.

“É muito legal ter a seleção reunida, todos se incentivando. É um esporte individual, mas é muito difícil atingir um nível elevado sozinho”, diz Renato.

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