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Pequim 2022

Esporte paralímpico de inverno do Brasil quebra recordes em 2022

Projeto completa dez anos em 2022 e garante seis vagas para o país nos Jogos Paralímpicos de Pequim – o dobro do registrado em 2018

Rollerski movimenta atletas do esporte paralímpico de inverno do Brasil
Atletas brasileiros participam do circuito paralímpico de rollerski: país vai dobrar equipe nos Jogos Paralímpicos de Inverno (Divulgação/CBDN)

Foi um projeto que começou de forma tímida, mas que vai completar dez anos em 2022 com recordes e em franca evolução. O esporte paralímpico de inverno do Brasil já comemora um feito importante a pouco mais de quatro meses para a disputa de Pequim-2022: o país vai levar o dobro da delegação registrada quatro anos antes, em PyeongChang.

No total, seis vagas já foram garantidas para a equipe da CBDN e do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). São cinco atletas no paraesqui cross-country (quatro homens e uma mulher) e mais um atleta no parasnowboard. Essa última cota e uma do paraesqui cross-country foram confirmadas nessa semana, após a primeira rodada de realocações.  

“Estamos muito satisfeitos em termos, já em outubro, confirmado a maior delegação brasileira de neve para os Jogos Paralímpicos. Ainda temos muito trabalho pela frente e boas chances de classificar outros atletas, mas o resultado alcançado hoje nos mostra que o planejamento e trabalho de todos os envolvidos está no caminho certo”, afirmou Pedro Cavazzoni, CEO da CBDN

Em PyeongChang-2018, o esporte paralímpico de inverno brasileiro classificou três atletas: Cristian Ribera e Aline Rocha (paraesqui cross-country) e André Cintra (parasnowboard). Nos Jogos de Sochi, em 2014, a estreia foi com André Cintra e Fernando Aranha, pioneiro do país nas competições do paraesqui nórdico.

A evolução no número de classificados é reflexo na quantidade de praticantes. Se há dez anos era difícil encontrar interessados, a disputa do Campeonato Paralímpico de Rollerski, entre os dias 19 e 20 de outubro de 2021, reuniu 16 atletas – a maioria na categoria sitting. Do mesmo modo, o parasnowboard também possui projetos para atrair novos competidores.

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Delegação se destaca também pela qualidade

A delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim, em 2022, pode fazer história não só pela quantidade de atletas, mas pelos resultados. O desempenho do país caminha para ser o melhor já registrado em competições de inverno – até mesmo com chance de medalhas inéditas.

Neste ciclo, o esporte paralímpico de inverno do Brasil acumulou feitos, sobretudo no paraesqui cross-country. Cristian Ribera, que aos 15 anos foi sexto colocado na prova de média distância em PyeongChang, foi vice-campeão do Circuito da Copa do Mundo em 2020 e, atualmente, é o terceiro do ranking.

Guilherme Rocha e Robelson Moreira, que estrearam nas competições internacionais neste ciclo, já estão no Top 15 do cenário internacional. Além disso, Aline Rocha, bronze em uma etapa da Copa do Mundo em março de 2021, também está em evolução e ocupa a vice-liderança do ranking divulgado em outubro.

Esporte paralímpico de inverno do Brasil completa uma década em 2022

Foi em agosto de 2012, quase sem querer, que começou o projeto paralímpico de inverno da CBDN. André Cintra, que perdeu uma das pernas em acidente de moto, experimentava o snowboard e participou do Campeonato Brasileiro Aberto realizado pela entidade. Sua presença fez o sonho antigo finalmente virar realidade.

Fernando Fernandes, tetracampeão mundial de paracanoagem, experimentou o paraesqui alpino. Fernando Aranha, o paraesqui cross-country. Ele, aliás, virou pioneiro do esporte paralímpico de inverno brasileiro. No fim daquele ano já participava de suas primeiras competições oficiais na neve.

Com apoio do CPB, o projeto cresceu. A organização ajudou a recrutar atletas que possuíam o perfil desejado. Além disso, a CBDN se aproximou de instituições voltadas ao esporte paralímpico. Entre elas está o PEAMA (Programa de Esportes e Atividades Motoras Adaptadas), de Jundiaí, no interior de São Paulo.

Fernando Aranha, pioneiro do esporte paralímpico de inverno do Brasil, durante treino na Suécia
Fernando Aranha e Leandro Ribela durante aclimatação com o paraesqui cross-country, em 2012 (Divulgação/CBDN)

Cristian e Aline conquistam Campeonato Paralímpico de Rollerski

Dois dos principais nomes do Brasil no esporte paralímpico de inverno, Cristian Ribera e Aline Rocha confirmaram o favoritismo no Campeonato Paralímpico de Rollerski, realizado pela CBDN entre 19 e 20 de outubro em São Carlos (SP). Deve ser a última competição no Brasil antes do embarque para a temporada de inverno no hemisfério norte.

Cristian foi o campeão tanto na prova de sprint quanto na de distance na categoria sitting masculino (para cadeirantes). Robelson Moreira e Wesley dos Santos ficaram na segunda e terceira colocações, respectivamente, das duas provas. No sitting feminino, Aline conquistou os dois títulos, à frente da jovem Elena de Sena Souza.

Wellington da Silva, no standing masculino (para amputados nos membros superiores), e Isaquias da Silva, no Visual Impaired (cegos) masculino, também venceram as competições de sprint e distance. Além disso, Cassia dos Santos, no Visual Impaired feminino, conseguiu completar a prova e conquistar o título no sprint.

Aline Rocha e Cristian Ribera, principais nomes do esporte paralímpico de inverno do Brasil
Aline Rocha e Cristian Ribera são os principais nomes do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Inverno atualmente (Divulgação/CBDN)

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