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Basquete

Levantamento da Betway mostra que domínio dos EUA pode diminuir nas Olimpíadas

A NBA tem visto nos últimos anos jogadores estrangeiros se transformarem em protagonistas. Isso pode em breve gerar mais equilíbrio nas próximas Olimpíadas

Ouro
divulgação/Marca

A força dos Estados Unidos no basquete é algo mais que reconhecido no universo olímpico. Desde que o esporte começou a fazer parte da competição, os norte-americanos conquistaram 25 medalhas de ouro, contando as vitórias da equipe masculina e da feminina. Ou seja, é um domínio completo, superado poucas vezes na história. Entretanto, como mostra uma reportagem da Betway, isso pode estar com os dias contados. A NBA tem visto jogadores estrangeiros se transformarem em protagonistas, sobretudo na temporada regular. Isso pode gerar mais equilíbrio nas próximas Olimpíadas.

Esse levantamento foi feito logo após o fim da última temporada da NBA, que terminou com o título do Golden State Warriors. O resultado não foi o que motivou a reportagem, mas sim os resultados na temporada regular. Pela quarta vez consecutiva, um jogador europeu conquistou o prêmio de MVP da liga norte-americana. Foi a segunda vez que Nikola Jokic foi escolhido pelos jornalistas, dando sequência as duas premiações de Giannis Antetokounmpo em 2019 e 2020. O sérvio e o grego são cada vez mais dominantes em quadra.

Isso pode mostrar como outros países estão evoluindo no basquete, inclusive usando a NBA para conseguir isso. Algo que pode causar impacto no domínio que o país tem nas Olimpíadas. Em Tóquio, por exemplo, a medalha de ouro ficou com os norte-americanos, mas não foi uma campanha fácil. As disputas contra a França, na fase de grupos e na final, foram marcantes e quase renderam uma surpresa no pódio. Existe uma expectativa de que essas disputas podem ficar complicadas nos próximos anos.

Em entrevista exclusiva à Betway, site de apostas esportivas online, um executivo da equipe Philadelphia 76ers deu um panorama sobre essa situação. “A NBA criou os Global Games, que consistem em jogos de pré-temporada e temporada regular sendo realizados fora dos Estados Unidos e do Canadá. Além disso, a NBA desenvolveu academias de basquete na Austrália, na Índia, no México e na África.” Ou seja, existe um projeto para deixar a liga norte-americana mais global, justamente em busca de melhores jogadores e mais audiência.

Mais competitividade

O resultado dessa globalização da NBA é mais competitividade no esporte, algo que é positivo para diferentes países. Os Estados Unidos continuam dominantes, mas não é possível cravar isso para o futuro. Essa é a mesma opinião do jornalista Joe Vardon, especialista em basquete do site The Athletic. Ele também acredita que está acontecendo uma mudança, que pode fazer da modalidade mais equilibrada. “É um efeito natural da disseminação gradual do esporte nos anos 90 e 2000, uma operação de olheiros e de ensino feita pela NBA que se expandiu rapidamente, e o mundo cada vez menor, que torna nosso jogo mais acessível ao redor do mundo, e o desempenho de jogadores estrangeiros mais acessível aqui”, explica Vardon para a equipe do blog Betway Insider, de palpites na NBA. Ou seja, estamos acompanhando o resultado de anos de investimento para fazer a NBA mais estrangeira.

Os números de Giannis com o Milwaukee Bucks comprovam isso, afinal o grego não só venceu duas vezes o prêmio de MVP da temporada regular, como também foi campeão da NBA. Nikola Jokic, do Denver Nuggets, está indo para o mesmo caminho. Esse rendimento pode acontecer também nas seleções, algo que deixaria as Olimpíadas mais equilibradas.

Brasil também busca espaço

Raulzinho faz jogada individual pelo Wizards na NBA
Raulzinho faz jogada individual pelo Wizards na NBA (Stephen Gosling/NBA)

Essa abertura aos jogadores internacionais é positiva também para o Brasil, que desde 2002 sempre teve algum representante na NBA. Atualmente, o armador Raulzinho é o único que entra em quadra com maior regularidade. Pode ser pouco, mas pelo menos é alguém que eleva a qualidade da equipe. Além disso, o jogador também pode servir de inspiração para que outros atletas tentem a sorte na liga norte-americana.

A competição não é fácil de conseguir vaga, mas isso não quer dizer que seja impossível. Segundo o próprio Raulzinho, a adaptação não é difícil. “Todos me receberam bem. Alimentação, clima, tudo foi simples, até porque a liga é global. Tem mais de uma centena de jogadores internacionais há muitas temporadas, então era uma questão de tempo até assimilar melhor o estilo de jogo”.

O futuro do basquete nas Olimpíadas ainda é uma incógnita, sobretudo pelo domínio que os Estados Unidos sempre tiveram. A globalização da NBA pode fazer com que a medalha de ouro fique cada vez mais disputada, assim como as partidas das melhores seleções.

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