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Basquete

Após superar etapas, Benite quer protagonismo na seleção

Após mais de 12 anos na seleção brasileira, o ala Vitor Benite se sente pronto para ajudar a nova geração

Vitor Benite seleção brasileira de basquete
Benite, defendendo a seleção brasileira de basquete (divulgação/FIBA)

Representar o país é o sonho da grande maioria dos atletas do mundo. Além de chegar na seleção brasileira, manter-se é o objetivo. Agora, estar nela por 12 anos é para poucos. É o caso de Vitor Benite, que aos 30 anos se vê pronto para ajudar na formação da nova geração do basquete.

Ele chegou na seleção adulta em 2008. Era um jovem de 18 anos, recém-saído de Rio Claro e que iria jogar seu primeiro NBB. Na época, o Brasil tinha toda a geração de Leandrinho, Alex, Varejão, Marcelinho Huertas, Nenê e Guilherme Giovannoni. O grupo estava em grande fase e o papel de Benite era outro. Sabendo caminhar conforme as coisas aconteciam.

No começo, o ala aproveitou para absorver o que poderia dos mais experientes. Ciente de que a possibilidade de jogar seria menor, usou o período que teve com os mais experientes para aprender e, conforme o tempo foi passando, soube ir se colocando entre os melhores do baquete nacional.

“Peguei o meio de uma geração de um talento gigantesco, talvez com jogadores entre os melhores da história do Brasil. Eu venho crescendo, acompanhando e ajudando a seleção brasileira. Conforme essa geração vai saindo, eu, seguindo a ordem das coisas, vou sendo mais protagonista e mais importante”.

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Mais uma vez. Com muito orgulho!!

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2011: O feito histórico

O cenário não era dos melhores. Três edições de Jogos Olímpicos sem a presença do Brasil no basquete masculino. Pré-Olímpico disputado em Mar del Plata com quase toda a Argentina campeã olímpica presente. A seleção brasileira sem os jogadores da NBA e apenas duas vagas em disputa.

Com a melhor equipe que poderia levar, o Brasil foi para a competição. Então com 21 anos, Vitor Benite era o camisa 8 daquela equipe e foi peça importante na rotação durante o torneio, que culminou na conquista da vaga nos Jogos Olímpicos de Londres.

“Olhando para trás, hoje eu tento ver pelo lado que eu fiz parte da história. O Brasil estava com dificuldade de conseguir classificar para os Jogos Olímpicos, eram muitos anos já, e aquele time que classificou fez história e eu fico muito orgulhoso de ter feito parte disso”.

A fala pode parecer um pouco estranha pelo tamanho do feito. A razão é por conta do que aconteceu no ano seguinte. Após ter participado de grande parte do ciclo de Londres e ter ajudado a recolocar o Brasil em uma Olimpíada depois de 16 anos, Benite não foi para os Jogos. Ao ser questionado sobre o atleta é direto: “foi muito duro. Eu era mais jovem e fiquei irritado, achei injusto. Acredito que existiram coisas que aconteceram de forma equivocada, mas não tem muito o que falar”.

2016: O sonho olímpico e em casa

Um pouco depois da Olimpíada de Londres-2012, Benite sofreu um baque. Em uma partida contra o Palmeiras pelo NBB, o ala, que atuava pelo Flamengo, sofreu a ruptura do ligamento cruzado do joelho direito. No processo de recuperação, descobriu uma força mental para superar as adversidades muito maior e com isso colocou um novo objetivo no basquete.

Durante o ciclo para os Jogos Olímpicos de 2016, ele soube ir colocando e alcançando metas, temporada após temporada. Após três anos defendendo o Flamengo, decidiu ir para a Europa e lá desenvolveu seu jogo, em todos os aspectos.

 
 
 
 
 
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👊🏻 … #eusoutimebrasil #rio2016 #olimpiadas

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Essas duas fases da carreira, com a consolidação e as conquistas em solo brasileiro, somada com a decisão pela ida para o velho continente, fizeram com que Benite deixasse de ser apenas um participante de convocações, treinos e da rotação da seleção brasileira e se tornasse uma das peças importantes no estilo de jogo do basquete do Brasil durante as competições do ciclo olímpico.

Sem precisar disputar o pré-olímpico, já que era do país sede, o ala conseguiu concretizar mais um de seus objetivos na carreira. Aos 26 anos, esteve entre os 12 jogadores do time brasileiro que participou da Olimpíada de 2016.

“Disputar uma Olimpíada é o máximo que o atleta pode passar na vida. É um sonho realizado, é a materialização de todos aqueles dias que você queria poder sair, estar com a família e estava lá treinando. É uma sensação única, ainda mais no meu país e eu vou levar isso pro resto da vida”

Mudança de ciclo, mudança de técnico

A participação da seleção brasileira na Olimpíada do Rio de Janeiro foi longe da ideal no basquete masculino. Depois de terminar com o quinto lugar em Londres, não conseguiu passar da primeira fase e as coisas mudaram.

Dentro de quadra, o técnico Rúben Mangano e a comissão técnica saíram. Depois de um período de incertezas, em que o Brasil teve por período interino Cesar Guidetti no comando, o croata Aleksandar Petrović aceitou o convite da confederação e assumiu o cargo de treinador.

Quando chegou, Petrović deixou claro que não se importava com a idade dos atletas, se eram novos ou mais experientes, mas que todos precisariam mostrar em quadra o que poderiam fazer pelo Brasil.

Atuando próximo ao técnico, já que Petrović mora na Europa, Benite tornou-se peça fundamental no estilo de jogo adotado pela seleção brasileira, que sabe valorizar mais a posse de bola e busca o melhor arremesso possível.

Sobre a relação com o técnico, o brasileiro ressalta um ponto que poucos comentam. Além de toda a questão da quadra, Benite fala sobre como o comandante se importa com o que acontece fora dela.

Chefe tranquilo

“O Aleksandar Petrović é um cara muito tranquilo, muito de grupo. Respeita o lado fora da quadra de cada atleta, sabe que o jogador tem que estar feliz para poder desempenhar o seu melhor e mostra isso nos treinamentos, deixando sempre claro na metodologia que ele tem de trabalho”.

Com 30 anos recém completados, Vitor Benite sabe que o momento na seleção brasileira mudou. Há mais de 12 anos fazendo parte dos atletas que defendem o país, o ala está pronto para ajudar na formação de uma nova geração vencedora no basquete com os atletas que estão chegando.

 
 
 
 
 
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Um prazer imenso estar com a Seleção Brasileira mais uma vez, nos vemos em novembro 🤪. @basquetecbb

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“Eu me preparei para isso. Soube aprender o máximo com os mais experientes quando cheguei, amadureci e agora estou pronto para ajudar os mais novos. É uma via de mão dupla, eu quero ajudar, passando o que eu sei, e eles precisam querer ser ajudados. Eu me vejo pronto para esse papel”.

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