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Atletismo

Almir Cunha muda técnica em busca de grandes saltos

Almir Cunha muda técnica de saltos mirando o pódio no salto triplo no Mundial de Budapeste e nos Jogos Olímpicos de Paris

Almir Cunha posa para foto com medalha do Sul-Americano de Atletismo. Atleta focado no Mundial de Atletismo e nos Jogos Olímpicos Paris-2024
(Foto: Wagner Carmo/CBAt)

Neste sábado (19), começa mais uma edição do Campeonato Mundial de atletismo em Budapeste, na Hungria. O Brasil vai com uma delegação grande, com 55 atletas buscando superar suas melhores marcas. Entre eles está Almir Cunha, vice-campeão mundial indoor no salto triplo e que busca sua primeira medalha mundial no outdoor. E para isso, o saltador tem mudado sua técnica para ficar mais saudável na busca de grandes resultados.
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Almir Cunha despontou no atletismo mundial em 2018, quando conquistou a medalha de prata no Campeonato Mundial Indoor, disputado em Birmingham, na Inglaterra. Na ocasião, o triplista brasileiro saltou para 17,41m, ficando apenas dois centímetros atrás do norte-americano Will Claye que levou o ouro.
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Mas depois que ganhou a prata no Mundial, Almir não conseguiu prolongar o seu sucesso. Uma série de lesões afetou o seu desempenho no último ciclo olímpico. Somando o tempo parado por questões físicas e pela pandemia, o atleta chegou a ficar um ano e meio sem saltar. Dessa forma, a preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio não foi a ideal, afetando o seu desempenho.

Após um primeiro ciclo olímpico turbulento, Almir Cunha começou bem sua caminhada para Paris-2024, com uma final no Mundial de 2022. Agora, o atleta faz ajustes na sua técnica para evitar lesões e chegar em um alto nível na Olimpíada. O Olimpíada Todo Dia conversou com o atleta após o Campeonato Sul-Americano, que aconteceu no final do último mês em São Paulo. Almir explicou sobre a mudança e falou das metas para as próximas grandes competições.

A conquista do índice

O Campeonato Sul-Americano foi apenas a terceira competição em que Almir Cunha competiu utilizando a técnica nova. E o brasileiro obteve um grande resultado ao saltar para 17,24m, conquistando o índice olímpico da prova, além da medalha de ouro. “O primeiro objetivo saindo daqui era ser campeão, mas também sair saudável dessa prova. E poder chegar aqui em menos de um ano que eu troquei de perna, fazer o índice olímpico e voltar a saltar acima dos 17m é um dever cumprido e que deixa aquele gostinho de quero mais. Porque agora eu sei que estou no caminho certo e dentro das próximas competições importantes e que eu estou bem”, afirmou o triplista.

Trocando as pernas

Almir Cunha saltando
(Foto: Wagner Carmo/CBAt)

Até a temporada passada, Almir Cunha utilizava a perna direita para impulsionar os seus saltos, causando um impacto de até 2 toneladas no membro em cada toque no chão durante uma competição. Mas após uma série de lesões, o atleta resolveu trocar a sua técnica para conseguir saltar bem e saudável, já que no salto triplo. O processo pode parecer simples, mas para Almir foi um grande recomeço. “Isso muda toda a cabeça porque eu preciso transferir tudo que eu aprendi para a outra perna e automatizar todo o processo de novo. No começo foi muito difícil, principalmente, porque eu já tinha um bom nível, de conseguir saltar pra 17,53m. Então se sujeitar a começar de novo, reaprender a saltar, é bem difícil”, explicou.

O processo de mudança da técnica começou em novembro de 2022. Agora, o atleta busca manter a constância para brigar entre os melhores do mundo no salto triplo. A próxima grande competição de Almir é o Mundial de Atletismo, onde o triplista espera uma vaga na final para brigar pelo pódio. “Eu quero chegar lá e conseguir ter um resultado igual ou melhor do que aqui [no Sul-Americano]. Isso vai me colocar na final, onde todo mundo tem chance de medalha”, comentou o atleta que foi sétimo colocado no último Mundial.

Sonho com a medalha

E além da disputa desta semana em Budapeste, Almir já tem os Jogos Olímpicos de Paris no horizonte, principalmente após garantir o índice para a disputa da prova: “Eu fico tranquilo, sabendo que eu já estou lá dentro. Mas sabendo também que eu tenho que treinar muito mais. Fiz uma mudança bem significativa na minha carreira, mas sei que estou no caminho certo e que tem muito trabalho a ser feito pela frente. E se Deus quiser vamos trabalhar bem para chegar na Olimpíada com um nível de consistência muito grande para que possamos sonhar com a medalha olímpica”.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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