De Assunção – Felipe Doti Arado e Leonardo Iizuka conquistaram duas medalhas cada e começaram bem a briga por uma terceira medalha nos Jogos Pan-Americanos Júnior. Os dois se sagraram campeões na disputa de duplas masculinas em Assunção-2025 e agora competem no torneio por equipes, que mistura jogos individuais e de dupla. A campanha começou bem, com vitórias por 3 a 0 contra a República Dominicana e 3 a 1 contra a Argentina, nesta terça-feira. Mas o mais difícil para os brasileiros tem sido manter o nível diante de tantos jogos em sequência.
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“Acho que é muito difícil para nós. O sistema realmente não é muito favorável para os atletas, principalmente aqueles que estão conseguindo chegar um pouco mais no final, e o cansaço realmente é muito. Acho que a gente realmente não estava com a cabeça 100% nesse jogo. Foi muito cansativo, nosso jogo começou bem tarde, agora já são 10h30 da noite”, disse Iizuka.
“A gente tenta conversar entre si, achar a melhor solução. Mesmo já sabendo que é muito difícil a gente poder performar da maneira que queremos. Que é, realmente, usando muito mais a cabeça. Tipo, jogando um nível talvez não tão alto, mas mentalmente falando, a gente está melhor do que eles”, completou.

Felipe Arado e Leonardo Iizuka ainda disputam dois confrontos hoje
Nesta quarta-feira, dia 20, o Brasil completa sua participação na fase de grupos contra El Salvador às 15h. Já classificados para as quartas, Felipe Arado e Leonardo Iizuka devem voltar às 21h em busca da semifinal e da garantia de mais uma medalha.
Felipe Arado estava bem insatisfeito e praticamente sem voz após a partida contra a Argentina, na qual perdeu por 3 a 2 para o Nicolás Callaba, após 31 minutos. Sem descanso, ele e Iizuka venceram por 3 a 0 Callaba e Tomás Alla. “Foi um dia difícil, estou até sem voz desde ontem. Foi uma péssima partida para mim. Particularmente foi bem difícil, eu não estava conseguindo encontrar energia, não estou satisfeito com a minha partida, em geral da forma que eu joguei. Mas eu sei que é um aprendizado para os próximos (jogos), eu vou seguir de cabeça erguida para tentar jogar de uma maneira melhor”, comentou o jogador.
Excesso de jogos em Assunção-2025
Ouro nas duplas masculinas, prata no individual, e quinto lugar nas duplas mistas, Leonardo Iizuka já disputou 16 jogos, somando os quatro eventos. Foram três partidas no sábado, quatro no domingo, quatro na segunda-feira e cinco nesta terça. Felipe Arado, bronze nas duplas mistas e quinto colocado no individual, além do ouro nas duplas masculinas, já jogou 14 vezes: três partidas no sábado, cinco no domingo, duas na segunda, e quatro nesta terça-feira.

“No domingo, infelizmente eu e a Beatriz Fiore perdemos nas duplas mistas. Mas se a gente ganhasse todos os jogos, eu teria seis jogos (na segunda-feira). É muito, hoje em dia gente está acostumado a jogar um, dois, três jogos por dia no máximo. Seis jogos é realmente bastante, mas todo mundo está na mesma situação”, comentou Leo Iizuka à imprensa, ao fim de sua campanha no individual na segunda.
Atletas são amigos há muito tempo
Felipe Arado e Leo Iizuka são amigos de longa data, mas tiveram poucas oportunidades de jogar juntos. “Já estivemos em muitos torneios juntos, mas não em dupla. Conseguimos fazer uma boa preparação juntos em São Caetano”, revelou Iizuka, que já rompeu o top 100 do ranking da Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF) e atualmente ocupa a 87ª posição, sendo o terceiro melhor colocado do Brasil.
Felipe, cinco meses mais novo que o amigo, também está subindo no ranking e já é o sexto melhor brasileiro, ocupando a 216ª posição. “Sei que é difícil, mas quem sabe no futuro a gente possa jogar (o circuito) juntos”, disse Arado após a final de duplas. Os dois disputaram o WTT Contender de Buenos Aires, como preparação para os Jogos Pan-Americanos Júnior Assunção-2025, e chegaram às oitavas de finais.
Ajuda é fundamental para o sucesso da dupla
Após a vitória contra a Argentina pela fase de grupos, Iizuka falou sobre como um ajuda o outro no torneio. “Acho que tanto eu quanto ele, a gente consegue identificar quando o outro está bem, ou um pouco mais para baixo, a energia está acabando um pouco. Então, a gente consegue se entender bem, fora da mesa ou mesmo jogando dupla, e conversar bastante, para talvez trazer a energia, mesmo não tendo energia, mas tentando assim”.
Prova disso foi a longa jornada da segunda-feira, que incluiu as três últimas fases do torneio individual e as finais das duplas. Felipe Arado caiu nas quartas de final para Nandan Naresh e revelou ao Olimpíada Todo Dia que sairia do ginásio antes da final de duplas masculinas, para espairecer a cabeça e “não ficar ouvindo o barulho da bolinha que me estressa um pouco”.
Mesmo assim, após sua eliminação no individual e já receber a medalha por duplas, Felipe permaneceu no ginásio durante toda a sessão, sempre apoiando Leo. Para o companheiro de equipe, a ajuda fez diferença. “Felipe fica sempre torcendo para mim ali. Se não está na arquibancada, ele está ali mais ao fundo. É um cara que passa confiança de alguma forma, mesmo fora da mesa, me ajuda a torcer”, disse Iizuka.