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Prata em Rosário, Roger Emerson tem trajetória inspiradora

Promessa de 17 anos foi ao pódio na primeira competição internacional que disputou. Criado em comunidade no Espírito Santo, lutador vira orgulho para a mãe e exemplo para os irmãos

Roger Emerson wrestling
(Marina Ziehe)

A palavra “fé”, tatuada no pescoço, dá a dimensão da crença de Roger Emerson. Seja em uma força superior, no esforço da mãe para criá-lo num cenário de dificuldades ou no próprio potencial, essa confiança o move diariamente rumo a um futuro no wrestling. A primeira grande conquista neste campo veio este ano, com a prata nos Jogos Sul-Americanos de Rosário.

Atleta da categoria até 60kg do wrestling, Roger Emerson foi ao pódio, aos 17 anos, na primeira competição internacional que disputou. Deixou a Argentina com a medalha na bagagem, além da certeza de que este é o caminho a trilhar. “Minha mãe me deu muitos conselhos numa área de muita criminalidade. Eu não tinha identidade, não tinha passaporte. Nunca tinha viajado (…) A experiencia que vivi vai me ajudar a aumentar meu nível. Essa medalha de prata, fiquei com o gostinho da de ouro. Tudo o que eu tive aqui foi incrível. Agradeço ao COB por ter acreditado em nós. Estou representando essa bandeira e vou representar muitas vezes.”

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Bico do Urubu

Roger Emerson é cria da comunidade do Bico do Urubu, na periferia de Guarapari, região metropolitana de Vitória, no Espírito Santo. A mãe tem 47 anos e trabalha como faxineira para criar sozinha os filhos. Eram nove. Dos sete ainda vivos, quatro ainda vivem sob o mesmo teto. Num meio de tantas dificuldades, os mais novos se espelham no jovem atleta em busca de uma vida melhor. “Eu sou o maior lá de casa, e eles estão se inspirando em mim. O pequeno já fala que vai virar lutador, a maior vai seguir meus caminhos. O outro já faz jiu-jítsu. Para mim é um orgulho muito grande.”

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