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Atletas do Tijuca denunciam caso de racismo na Superliga B

Camilly Ornellas, Daniele Oliveira e Thaís Oliveira foram as jogadoras que relataram ter ouvido atos preconceituosos

Jogadoras do Tijuca em uma partida (Divulgação/FPV)
(Divulgação/FPV)

Na noite da última sexta-feira (26), algumas atletas do Tijuca Tênis Clube denunciaram um caso de racismo durante o jogo contra o Curitiba Vôlei, válido pela Superliga Feminina B. A levantadora Thaís Oliveira e as centrais Camilly Ornellas e Daniele Oliveira foram as jogadoras que relataram ter ouvido imitações de macaco vindo das arquibancadas. A partida ocorreu no Clube Círculo Militar, na capital paranaense.

“Nós ganhamos um rally, eu fui para o saque. No momento que estava batendo a bola, escutei em alto e bom som muitas pessoas fazendo barulhos de macaco. Quando eu saí da quadra, perguntei para as meninas e elas também escutaram. Relatei para a juiz, falei com o delegado, e eles falaram que iriam tentar identificar. Nada foi feito, mas eu queria fazer um resumo do que de fato significa ouvir insultos racistas. Essas pessoas tiram nossa humanidade, como se não tivéssemos alma e fossemos animais. Isso é inadmissível”, contou a central Dani.

Posicionamento dos clubes

Através de uma publicação nas redes sociais, o Tijuca Tênis Clube se posicionou em relação ao caso. “O Vôlei TTC manifesta, publicamente, repúdio a quaisquer formas de discriminação e de preconceito racial. O racismo, em pleno século XXI, é inaceitável e deve ser firmemente combatido. Toda solidariedade as nossas atletas”, disse o clube carioca em uma nota de repúdio.

Além disso, o Curitiba Vôlei também publicou uma nota oficial nas redes sociais. “Através da presente nota, o Curitiba Vôlei vem a público informar que está ciente quanto às alegações dos fatos supostamente ocorridos na partida desta sexta-feira. Até o momento, não se pôde constatar, seja pelas imagens ou áudio da partida, a ocorrência do alegado. O clube informa, ainda, que seguirá apurando a situação e, caso consiga identificar a ocorrência de atos ofensivos, os levará imediatamente às autoridades competentes e voltará a se manifestar. Por fim, o Curitiba Vôlei salienta o seu repúdio a quaisquer atos de intolerância e preconceito, reafirmando o seu compromisso com o respeito ao próximo e, sobretudo, com a verdade”, escreveu a equipe paranaense.

Por fim, a Federação de Voleibol do Estado do Rio de Janeiro manifestou indignação com a denúncia. “Tivemos conhecimento do episódio ocorrido no jogo de ontem, entre Curitiba Vôlei e Tijuca Tênis Clube, e fazemos questão de repudiar e deixar clara a nossa indignação com o fato. A Vôleirio lembra a todos: racismo é crime. Esperamos que as autoridades nas esferas esportiva e criminal tomem providências para que este fato inadmissível não se repita. Nosso respeito e carinho as atletas do Tijuca”, relatou a publicação nas redes sociais.

Jornalista capixaba formado na PUC-SP e amante dos esportes olímpicos e paralímpicos.

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