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Cartolas do tiro com arco querem interromper o trânsito do Rio de Janeiro em 2016. Mas precisa?

O evento-teste do tiro com arco para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio 2016, que se encerra nesta terça-feira (22), trouxe uma avaliação bem positiva dos dirigentes da WAF (Federação Mundial de Tiro com Arco, na sigla em inglês). De modo geral, os cartolas ficaram empolgados com a instalação, que funcionará dentro do Sambódromo do Rio. Ainda assim, apontaram problemas que podem atrapalhar a competição no ano que vem, em especial o barulho produzido pelo trânsito das ruas no entorno do Sambódromo.

E a genial solução apontada pela WAF: proibir a circulação de veículos nas ruas próximas ao local do evento, durante o período em que as competições de tiro com arco estiverem ocorrendo!

“É um dos pontos de discussão com o Comitê Organizador. Eu acho que há soluções que podem ser encontradas para resolver o problema. A solução que vamos propor é que, durante o período de competição, não haja tráfego. As buzinas são o maior desafio. Mas também para a produção televisiva, se você tem barulho ao fundo isso não é bom para as transmissões”, disse Tom Dielen, secretário-geral da WAF, ao site Brasil 2016.

>>> E mais: Evento-teste do ciclismo do Rio 2016 foi um sucesso. Mas e o assalto?

Esse é um dos problemas que as cidades-sedes precisam administrar ao brigar pelo direito de receber um mega-evento como Olimpíadas ou Copa do Mundo: submeter-se aos caprichos, às vezes esdrúxulos, dos dirigentes das entidades internacionais ligadas à competição. A menos que um buzinaço fosse disparado ao longo da duração de todo um dia de disputas, parece no mínimo exagerado que se reclame de um ruído ou outro fora de hora.

Atletas da CHina participam do evento-teste do tiro com arco, realizado no Sambódromo. Crédito: André Motta/Heusi Action/brasil2016.gov.br

Atletas da China participam do evento-teste do tiro com arco, realizado no Sambódromo. Crédito: André Motta/Heusi Action/brasil2016.gov.br

Tudo é fruto da megalomania que se criou em torno da organização das Olimpíadas, onde o nível de exigência tanto das federações quanto do próprio COI (Comitê Olímpico Internacional) ultrapassou todos os limites do bom senso, a ponto de encarecer tanto o próprio evento que começou a afugentar os interessados em ser sede dos Jogos. Eis aí mais uma das razões do próprio presidente do COI, o alemão Thomas Bach, ter trabalhado de forma tão intensa para a aprovação da chamada Agenda 20 + 20, como foi batizada a série de medidas visando tornar as Olimpíadas mais sustentáveis e baratas.

>>> Veja ainda: O “não” de Boston indica que as mudanças do COI ainda são tímidas

Dentro do comitê Rio 2016 a sugestão da WAF é considerada apenas como última opção. “Vamos esperar terminar este evento e vamos ouvir todo mundo. A gente tem feedback dos representantes das equipes dos atletas, porque se eles disserem que, para eles, não tem problema, nós não precisamos mexer com isso. A última coisa que a gente quer é causar um transtorno no trânsito da cidade”, disse Agberto Guimarães, diretor executivo de esportes do Rio 2016, também ao site Brasil 2016.

Uma coisa é interromper o trânsito de ruas por causa da passagem dos corredores da maratona, por exemplo. A outra é, por simples frescura, causar um transtorno sem motivos justificados à população da cidade que não estará diretamente ligada ao evento. Tudo tem limite.

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