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Yohansson quer pódio triplo do Brasil e ‘revanche’ em Tóquio

Em live com o OTD, craque das pistas disse que quer repetir o feito do Mundial de 2019, desta vez nos 400 m também

Yohansson Nascimento - Tóquio 2020
Petrúcio, Yohansson e Washington Junior fizeram pódio triplo nos 100 m no Mundial de 2019 (Daniel Zappe)

São 15 anos de dedicação total ao esporte. E mais do que as 27 medalhas conquistadas nas principais competições do mundo, o maior legado de Yohansson Nascimento é a inspiração. O craque das pistas brilhou no Mundial de Atletismo paralímpico em 2019, quando fez um pódio triplo do Brasil nos 100 m, ao lado de Petrúcio Ferreira e Washington Junior. Mas ele não quer parar por aí. Aos 32 anos, Yohansson sonha com mais um pódio triplo, agora em Tóquio-2020. E por que não nos 400 m também, com direito a revanche?

“Com certeza, estamos treinando para isso. Estamos aí nos dedicando, porque pode ter um pódio triplo tanto nos 100 m, comigo, Petrúcio e Washington, como nos 400 m, comigo, Petrúcio e Thomaz”, disse o atleta em live com o Olimpíada Todo Dia.

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“No Mundial, não teve pódio triplo nos 400 m por minha causa, porque eu terminei em quarto. E tenho certeza que meu erro foi na curva dos 200 m. Como eu corria na raia de fora, não via os adversários que estavam à minha esquerda. E é uma prova que eu não costumo correr, então faltou um pouco mais de competições nesta prova. Eu achei que estava bem, mas deixei o bonde passar e não consegui pegar o atleta que terminou em terceiro. Mas em Tóquio-2020 ele me paga”, brincou.

Responsabilidade da medalha

Yohansson Nascimento - Tóquio 2020
Yohansson tem seis medalhas palímpicas e quer mais em Tóquio 2020 (Instagram/yohanssonf)

Conquistar uma medalha paralímpica, mundial ou paran-americana não é para qualquer um. Mas as 27 medalhas provam que Yohansson Nascimento não é qualquer um. Para ele, no entanto, a conquista de uma medalha vai muito além do pódio.

“Não vejo como pressão, mas uma responsabilidade estar carregando essas medalhas que eu conquistei. Não quero só estar com a medalha no pódio, o atleta também tem que carregar essa medalha consigo, porque a partir do momento que ele volta de uma competição grande como uma Paralimpíada, um Mundial, ele passa a ser exemplo para muitos atletas que estão iniciando”.

“Eu iniciei um pouco tarde, com 17 anos, e não sabia muito onde eu etava me metendo, porque eu nem imaginava me tornar um atleta paralímpico. E eu tentei absorver tudo dos atletas que já eram campeões naquela época para aprender. Então eu não quero que tudo que eu aprendi fique guardado comigo, quero transbordar conhecimento. Até porque eu sou um torcedor do esporte paralímpico e não fico feliz só quando eu coloco uma medalha no peito. Então eu torço muito para que esses atletas possam brilhar como eu brilhei por tanto tempo”, completou Yohansson Nascimento.

Inspiração e referência

Yohansson Nascimento
Yohansson é refência dentro e fora das pistas (Instagram/yohanssonf)

É de se imaginar que com um currículo tão vitorioso, Yohansson ganhou uma legião de fãs ao longo do tempo. E mais do que isso, ele se tornou inspiração e referência dentro e fora do esporte, para quem tem ou não uma deficiência.

“Eu fico muito feliz de saber que eu sou uma referência. Sempre gostei de ativides físicas, de jogar basquete, futebol, e sempre dei o meu jeito, apesar da defiência, que nunca me impediu de fazer nada. O atleta paralímpico treina tanto quanto um atleta olímpico. Não tem diferença. O Bolt correu os 100 m e eu corri os mesmo 100 m. É só um detalhe, que vai ter alguém ali correndo com prótese, de cadeira, com guias. Mas quando carregamos a bandeira do Brasil e escutamos o hino nacional tanto na Olimpíada, quanto na Paralimpíada, as cores são a verde, amarela e azul para eles e para a gente. É igual”.

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“Então eu me sinto muito feliz não só pelas minhas conquistas, mas pelas pessoas que eu consegui mudar a vida contando sobre minha experiência no esporte. Pelas diversas palestras que eu faço para pessoas com ou sem deficiência, para mostrar que todos nós temos sonhos e todos nós temos dificuldades. Mas a dificuldade está na mente. Não é porque eu nasci sem as duas mãos que eu não ia conseguir conquistar nada na minha vida. Isso que me deixa com aquele sentimento de gratidão. Pelas pessoas que eu posso ajudar. E as medalhas são a cereja do bolo”, concluiu.

Confira a live completa com Yohansson Nascimento:

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