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Surfe

Com tubarão assistindo, Medina bate Filipinho e é tricampeão mundial

Brasileiro coroa um ano incrível no Circuito Mundial e conquista o seu 3º título; Pódio foi inteiro verde-amarelo

Gabriel Medina e Carissa Moore campeões mundiais de surfe 2021 trestles
WSL / PAT NOLAN

Gabriel Medina é tri campeão mundial de surfe! Em Lower Trestles, na Califórnia, na disputa da WSL Finals, o surfista líder do Circuito Mundial de Surfe de 2021 venceu o compatriota Filipe Toledo, o Filipinho, na final e coroou um grande ano. Campeão olímpico e detentor do título mundial, Ítalo Ferreira ficou em terceiro lugar, mostrando porque o Brasil é o país do surfe com um pódio triplo.

Na final brasileira que rendeu o 5º título mundial ao Brasil no surfe, um tubarão branco foi avistado na segunda bateria da série melhor de três entre Medina e Filipinho. Após 10 minutos após a liberação, Medina seguiu inspirado, venceu a segunda sobre o compatriota para garantir o tri campeonato.

Campeão do mundo em 2014 e 2018, Gabriel Medina finaliza uma grande campanha no Circuito mundial em 2021. O surfista de Maresias termina com duas vitórias, dois vice-campeonatos e dois terceiros lugares comomelhores resultados nas 7 etapas realizadas.

A WSL Finals é um formato novo de disputa do título, em que participaram somente os cinco melhores do ranking mundial em cada naipe. A briga começou, então, entre o quinto e o quarto colocados, sendo que quem vencer pega o terceiro, depois o segundo até finalmente o duelo decisivo contra o líder do ranking. As eliminatórias foram disputadas em bateria única, enquanto a decisão foi melhor de três.

Por ter sido o líder do ranking mundial, Gabriel Medina aguardou o adversário na grande final. Filipinho vinha embalado após virar brilhantemente sobre o americano Conner Coffin nas quartas e bater o campeão olímpico Ítalo Ferreira com autoridade na semifinal.

O brasileiro iguala os três títulos das lendas Tom Curren (EUA), Andy Irons (Havaí) e Mick Fanning (Austrália), e só fica atrás de Mark Richards (australiano que tem 4 conquistas) e a lenda Kelly Slater, detentor de 11.

A decisão

Filipinho tentou a primeira onda na 1ª bateria, mas acabou caindo, levando um 0.87. Gabriel Medina respondeu com uma onda de duas manobras que lhe rendeu um 5.00. A primeira grande performance foi de Filipe Toledo. Atacando bem a onda, combinou boas manobras e levou um 7.00.

Quando faltavam 19 minutos, Gabriel Medina tomou a liderança com uma boa onda, repleta de velocidade. Com um 7.30, tomou a liderança. Em seguida, o Brasil mostrou porque tem o melhor surfe do mundo. Filipinho atacou bela onda e levantou muita água. Imediatamente, Medina respondeu com outra incrível, finalizada com um aéreo brilhante. Vantagem para o bicampeão mundial: 9.00 a 8.33.

A menos de 10 minutos do fim, Filipinho tinha a prioridade e precisava de um 7.98 para tomar a liderança. O brasileiro pegou uma onda muito grande, com quatro manobras e excelente finalização. Assim como fez anteriormente, Medina entrou em uma onda na sequência e também fez boa performance. Um 7.37 de FIlipinho não foi suficiente para ultrapassar o bicampeão do mundo.

Tubarão aparece e Gabriel Meidna manda um 9 na volta

Filipinho fez questão de ir para cima logo no início da segunda bateira. De cara, encaixou boas manobras e abriu com um bom 7.83. Medina respondeu com uma bela onda, com direito a rasgadas e outro aéreo belíssimo. Com isso, abriu 14.33 a 7.80.

Em seguida, FIlipinho começou com uma rasgada maravilhosa. Se não tivesse caído na sequência, poderia ter tomado a liderança.

A disputa estava tão boa que até um tubarão branco resolveu assistir. Quando faltavam 24 minutos e o placar estava 14.83 a 11.50, a organização da da WSL Finals parou a disputa por conta da perigosa presença do predador marinho.

Nem o tubarão conseguiu parar Gabriel Medina. Na volta, o surfista foi impecável e conseguiu um backflip incrível, além de ter encaixado mais duas brilhantes manobras que lhe rendeu um 9.03. Filipe Toledo respondeu com uma onda excelente, mas acabou errando na finalização. Ainda assim, tirou um 8.53.

Com 8 minutos para o fim, Filipe Toledo precisava de um 9.01 para virar (se tivesse acertado a manobra anterior, teria conseguido). O surfista até tentou, mas não conseguiu nenhuma onda, garantindo assim o tri campeonato ao compatriota.

Gabriel Medina vence Filipinho e é tri campeão mundial de surfe
( Matt Dunbar/World Surf League via Getty Images)

O dia em Lower Trestles

Filipinho garante o penta ao Brasil

O primeiro brasileiro a cair na água foi Filipe Toledo. Terceiro colocado no ranking do Circuito Mundial de surfe, o brasileiro enfrentou o americano Conner Coffin. Se vencesse, já garantiria um histórico pódio triplo para o Brasil.

Embalado da vitória diante do australiano Morgan Cibilic, Conner Coffin começou com tudo. Nos primeiros segundos da bateria, o americano já conseguiu uma nota 8.50 em uma onda muito longa, colocando pressão no brasileiro. Demonstrando confiança, pegou a segunda onda e por pouco não conseguiu outra grande pontuação. Uma queda no fim aumentou a vantagem para 12.33.

Com o mar muito calmo, Filipinho pegou sua primeira onda com17min50s restantes na bateria. Realizando três manobras e com bela finalização, voltou à disputa com 8.40. Pouco depois, Conner conseguiu outra boa onda, trocando o 3.83 por um 4.50. A 10 minutos do fim, o placar estava 13.00 a 8.40, com o brasileiro precisando de 4.61 para avançar.

O mar seguiu em calmaria, sem muitas ondas. A tensão seguiu até os cinco minutos finais. Coffin pegou uma onda aos 3min50s, acertou e trocou o seu 4.50 por 5.83. Com isso, o brasileiro precisaria de 5.84 para virar.

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Aos 2min40, veio o coelho na cartola de Filipinho. Em uma onda com muita espuma, o brasileiro faz boas manobras e finalizou com um aéreo que lhe rendeu um 8.01 e o direito de enfrentar Ítalo Ferreira na semifinal. Além disso, garantiu o quinto título mundial ao Brasil, uma vez que somente ele, Ítalo ou Gabriel Mediana poderiam ficar com o campeonato.

Batendo o campeão olímpico

O campeão olímpico pegou a primeira onda da semifinal e abriu o placar com um 5.17. Paciente como na semifinal, Filipinho demorou, mas acertou. Com seu alto nível técnico, transformou uma onda ruim em um 7.33 com outro aéreo no fim.

C0m 18 minutos restantes, os dois brasileiros encaixaram boas ondas: 7.33 de Ítalo contra 7.07 de Filipinho. Com isso, o campeão olímpico ficou precisando de um 7.14 para tomar a liderança. O surfista de Ubatuba seguiu com tudo e com uma bela onda, levou a melhor nota da bateria: 8.50.

Ítalo Ferreira então teve oito minutos para seguir vivo na luta pelo bicampeonato. Ainda assim, Filipinho pegou outra boa onda e trocou sua segunda melhor nota por um 7.47. O campeão olímpico ainda tentou um aéreo, mas não conseguiu os 8.70 que precisava, fazendo com que o compatriota avançasse à final

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