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Santiago 2023

Duda e Ana Patrícia levam ouro e são campeãs de “quase” tudo

Agora, só falta o ouro olímpico para Ana Patrícia e Duda, campeãs do Pan, da Olimpíada da Juventude e do Mundial na base e no adulto

duda e ana patrícia posam com a medalha de ouro conquistada no vôlei de praia dos jogos pan-americanos de santiago-2023
Alexandre Loureiro/COB

Duda e Ana Patrícia ainda são jovens. A primeira tem 25 anos, enquanto a segunda tem 26. Mas, juntas, já conquistaram tanta coisa, que agora só falta a medalha de ouro olímpica. O último título foi ganho neste domingo nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023. As brasileiras derrotaram as canadenses Melissa Humana-Paredes e Brandie Wilkerson na final por 22/20 e 21/18.

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“É uma realização. Acho que uma medalha em campeonatos grandiosos como esses já é um motivo para se orgulhar e uma medalha de ouro. Levando em consideração tudo o que a gente tem vivido, os últimos torneios que a gente teve, os últimos dias que a gente teve, acho que só deixam essa conquista ainda maior e mais linda pra gente. Vamos levar para casa essa memória maravilhosa de nosso primeiro Pan-Americano”, comemorou Ana Patrícia.

Campeãs de quase tudo

Duda e Ana Patrícia comemoram com a bandeira do Brasil a medalha de ouro conquistada no vôlei de praia feminino dos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023
Alexandre Loureiro/COB

Desde muito novas consideradas grandes promessas do vôlei de praia brasileiro, Duda e Ana Patrícia começaram a jogar juntas muito novas. Em 2014, a dupla foi medalha de ouro nos Jogos Olímpicos da Juventude em Nanjin, na China, e, em 2016, foram campeãs mundiais sub-21. Depois disso, ficaram seis anos separadas. Com parceiras diferentes, disputaram a Olimpíada de Tóquio-2021 e desde o ano passado estão juntas. De lá para cá, foram campeãs mundiais em 2022 e vice no começo deste mês. Em Santiago, conquistaram o inédito ouro pan-americano e agora vão atrás da conquista que falta. Ano que vem, em Paris, elas querem subir no lugar mais alto do pódio olímpico.

“É o sonho, né? A gente vai tentar fazer o nosso melhor. A gente ainda vai tentar se classificar para buscar essa medalha, mas a gente sabe que o caminho é longo. Vamos tentar fazer o máximo para conseguir”, diz Duda. “E tomara que a gente consiga completar essa coleção”, continua Ana Patrícia. “Se acontecer, deve ser uma emoção indescritível”, sonha Duda.

Adversária “chilena”

Duda e Ana Patrícia vibram com ponto na vitória diante do Canadá na final do vôlei de praia dos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023
Alexandre Loureiro/COB

Na decisão desta sexta-feira, Duda e Ana Patrícia enfrentaram velhas conhecidas. Melissa Humana-Paredes foi campeã mundial em 2019 ao lado de Sarah Pavan, enquanto Brandie Wilkerson foi derrotada na final do Mundial de 2022 pelas brasileiras, jogando ao lado de Sophie Bukovec.

Na dupla canadense, uma motivação especial para vencer em Santiago. Melissa Humana-Paredes é filha de dois refugiados políticos chilenos, a bailarina Myriam Paredes e o jogador de vôlei Hernán Humaña. O pai da jogadora se mudou para o Canadá nos anos 80, época em que vivia o auge como atleta e o país sofria com o auge da ditadura de Augusto Pinochet. Na América do Norte, tornou-se treinador e chegou a comandar a seleção de vôlei de praia do país em três Jogos Olímpicos. Em Atlanta-1996, seus pupilos John Child e Mark Heese conquistaram o bronze.

O jogo

Apesar do parentesco chileno de Melissa, a torcida local provavelmente não conhece a história e não tomou partido no jogo. Quem fez mais barulho na arquibancada foi um grupo de brasileiros localizado em um dos lados da arquibancada.

Dentro da quadra, o equilíbrio marcou o primeiro set. Melissa e Brandie chegaram a abrir dois pontos de vantagem em 14 a 12, mas dois aces seguidos de Duda recolocaram as brasileiras no jogo. Mas foram as canadenses que tiveram a seu favor o primeiro set point em 20 a 19, mas um ataque de Ana Patrícia empatou tudo de novo. Depois disso, um erro de Wilkerson e um ponto de muita habilidade de Duda fecharam a primeira parcial em 22 a 20.

O segundo set seguiu na mesma pegada do primeiro. Era difícil abrir vantagem. As canadenses chegaram à parada técnica vencendo por 11 a 10, mas as brasileiras conseguiram abrir dois pontos em 15 a 13. O duelo, no entanto, logo estava empatado novamente.

Mas, desta vez, Duda e Ana Patrícia não deixaram as adversárias passarem na frente. No ataque para fora de Brandie, a vantagem chegou a 19 a 16. Aí não teve mais jeito, foi só administrar e fechar o jogo em 21 a 18 no bloqueio de Ana Patrícia.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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