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Santiago 2023

Ingrid e Giovanna renovam sintonia na retomada da parceria

Mesmo depois de sete anos separadas, Ingrid e Giovanna demonstram sintonia nunca antes vista para voltar ao pódio do Pan

Ingrid Oliveira e Giovanna Pedroso sorriem com a medalha no peito após Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023
(Foto: Satiro Sodré/CBDA)

Ingrid Oliveira e Giovanna Pedroso competiram juntas pela primeira vez depois de sete anos. E o retorno não poderia ter sido melhor, com a conquista de uma medalha de bronze na plataforma sincronizada feminina nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023. Mesmo depois de tanto tempo separadas, elas desempenharam uma nova sintonia e se mostraram felizes como nunca antes havia acontecido.

“A verdade é que o nosso sincronizado está até melhor do que antes. Tivemos pouquíssimo treino, o mínimo que puderem imaginar. Pelas lesões dela, pelas minhas limitações, até pelas questões da maternidade. Foi ótimo, maravilhoso”, disse Giovanna Pedroso. “A gente ficava vendo no telão e eu gostei muito do sincronizado. Aliás, voltei a fazer um salto aqui que não fazia desde 2018. Várias vezes, subi sozinha porque estava tentando me encontrar”, completou Ingrid.

Primeira competição de Giovanna após maternidade

Ingrid e Giovanna romperam relações durante os Jogos Olímpicos da Rio-2016 e, desde então, nunca mais competiram juntas. Elas, aliás, sequer se falavam – o que mudou no início desse ano. Durante esse intervalo, Giovanna ficou grávida e deu à luz ao pequeno Nicolas, hoje com um ano e dois meses de idade. De setembro do ano passado para cá, quando seu filho nasceu, a atleta havia competido uma única vez, mas em solo brasileiro. Por isso, a medalha teve um gosto ainda mais especial para ela.

“Essa é uma medalha muito importante para mim, por ter voltado a falar com ela e por ser a minha primeira competição depois de ter sido mãe. Foi muita emoção. Essa medalha significa muito para mim. Eu sei que a de Toronto foi muito importante, mas essa é ainda mais por tudo que nós duas passamos”, falou Giovanna, que teve que se afastar de seu filho pela primeira vez.

“Eu nunca fiquei longe do meu filho nem um dia. Se eu ver uma foto dele, meu coração aperta. Mas eu sei que é por um bom motivo e valeu a pena. Agora, estou voltando para casa com essa medalha, então toda conquista que eu tenho depois de ser mãe vale muito mais do que as outras que eu já tive depois de ser mãe porque só quem é sabe o quanto é difícil ser mãe e ser atleta”, completou.

Titia Ingrid

Boa parte da sintonia e aproximação que Ingrid e Giovanna tiveram também passa pelo fato da maternidade. Como retomaram o contato, elas voltaram a fazer parte uma da da vida da outra e Ingrid virou a “tia” de Nicolas, acompanhando de perto o crescimento do pequeno. Ela, aliás, elogia o cuidado da companheira com o filho.

“Ela é uma ótima mãe. Eu vejo de perto e acompanho de perto a vida dela com o Nicoleta, como eu chamo ele. Já falei isso para ela diversas vezes. Não tem nada do que reclamar. Tudo o que ela puder fazer pelo filho, faz. Sei o quão difícil é, o quanto a Giovanna chega cansada, acorda para dar mamar. Ela é um exemplo de superação”, comentou Ingrid.

Medalhistas seletos

Além do fato de medalharem no retorno às competições, Ingrid Oliveira e Giovanna Pedroso entraram para um seleto hall dos saltos ornamentais. Elas, que já haviam sido medalhistas de prata em Toronto-2015, juntaram-se a César Castro e a Juliana Veloso como os atletas com mais de uma medalha em Jogos Pan-Americanos.

Paulistano de 22 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri os Jogos Mundiais Universitários de Chengdu e os Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.

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