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Política esportiva

Ao contrário do COI, Iaaf segue sem aliviar para o atletismo da Rússia

Conselho da entidade mantém punição aos russos, que seguem proibidos de participar de competições internacionais há mais de três anos

Passados mais de três anos, o atletismo da Rússia segue banido das competições internacionais. Nesta terça-feira (4), durante reunião do Conselho da Iaaf (Associação das Federações Internacionais de Atletismo), em Monte Carlo, foi mantido o veto para a Rússia nos eventos da entidade.

Trata-se de mais um capítulo na severa punição imposta ao país, aplicada em novembro de 2015. Tudo por causa do escândalo de doping sistêmico promovido por autoridades esportivas russas em várias modalidades. O atletismo foi uma das que tiveram maior número de casos descobertos.

Sebastian Coe, presidente da Iaaf, durante a sessão que manteve a suspensão do atletismo da Rússia (Crédito: Iaaf)

Apenas atletas russos sem histórico de envolvimento no doping seguem liberados para competir, como já aconteceu nos últimos Mundiais de Londres (2017) e Birmingham (2018, em pista coberta).

Ainda na segunda-feira, Sebastian Coe, presidente da Iaaf, disse que o atletismo da Rússia precisaria cumprir algumas exigências para ser reintegrado à comunidade da modalidade. Pelo visto, não foram atendidas.

Na coletiva desta terça-feira, Rune Andersen, chefe da força-tarefa da Iaaf em relação ao atletismo russo, afirmou que a Rusada (agência antidoping da Rússia) precisa conceder acesso aos dados das amostras de testes entre 2011 e 2015. É justamente esse o período em que foram descobertos a maioria dos casos positivos de atletas russos.

A Iaaf também exige que Rússia pague os cistos do trabalho da força-tarefa e de apresentação ou defesa de casos russos na CAS (Corte Arbitral do Esporte).

Sem surpresas

Os dirigentes russos não ficaram surpresos com a manutenção da suspensão. Mas pelo que disse o presidente da federação russa, Dmitry Shlyaktin, havia alguma esperança de que ela fosse revogada agora.

A Iaaf mostrou-se, assim, bem mais rigorosa do que o próprio COI (Comitê Olímpico Internacional).

Em fevereiro, pouco antes da cerimônia de encerramento da Olimpíada de Inverno de PyeongChang, o COI anunciou a revogação da suspensão da Rússia. O país não pôde ser representado nos Jogos com a sua bandeira e os atletas “limpos” tiveram que participar representando a OAR (Atletas Russos Olímpicos).

A decisão do COI na época causou controvérsia. Não havia certeza de que a Rússia realmente estava sendo rígida no combate ao doping. Maior exemplo disso é que dois de seus atletas testaram positivo em PyeongChang.

Com a decisão desta terça-feira, a Rússia não poderá competir como nação no Campeonato Europeu de atletismo, marcado para Glasgow, em fevereiro do ano que vem. Mas em março, durante nova reunião do Conselho da Iaaf, o caso voltará a ser analisado.

Quem sabe até lá o gancho o atletismo da Rússia seja revogado.

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