Siga o OTD

Judô

Felipe Kitadai e Rafaela Silva conquistam medalha de ouro

Felipe Kitadai e Rafaela Silva venceram suas categorias no Grand Slam de Baku, e Larissa Pimenta também foi ao pódio

Kitadai foi ouro no Grand Slam de judô em Baku
Felipe Kitadai foi o grande nome do Brasil no dia (reprodução IJF)

O brasileiro Felipe Kitadai voltou ao lugar mais alto do pódio em grande estilo. Venceu o Grand Slam de Baku de judô nos 66kg, nesta sexta (10), derrotando adversários de currículo pelo caminho e conseguindo uma virada espetacular na semifinal. Além dele, a campeã olímpica Rafaela Silva também conquistou o ouro.

Na final, Rafaela venceu pela primeira vez na carreira Tsukasa Yoshida, atual campeã mundial. Elas já tinham se enfrentado quatro vezes, sendo a última na final do Grand Slam de Dusseldorf de judô, em fevereiro.

Larissa Pimenta conquistou mais um bronze no ano, o primeiro em um Grand Slam na carreira. Foi o sexto pódio seguido da jovem promessa brasileira e o sétimo em nove competições no primeiro ano como atleta de fato da seleção adulta.

Além de colocar a medalha no peito, os três ganham pontos importantíssimos na última chance que tinham para somar no ranking mundial visando uma vaga no Mundial de Tóquio deste ano. Torneio nível Grand Slam dá mil para o campeão, mais 700 para o vice e 500 para os medalhistas de bronze. Quem perde a disputa do bronze soma 360 e quem cai na repescagem ganha 260.

Rafaela crava Yoshida com as costas no tatame (Gabriela Sabau/IFF)

Felipe Kitadai e Rafaela Silva

Felipe Kitadai ganhou as cinco lutas que vez. Logo de cara derrotou Orkhan Safarov, do Azerbaijão, que tem duas medalhas em mundiais, sendo uma prata em 2017, e duas finais em Masters, ganhando uma em 2016. Depois passou pelo atual campeão europeu, o russo Islam Yashuev.

Nas quartas de final encarou a juventude do georgiano Jaba Papinashvili, campeão mundial júnior em 2017 e vice do Europeu sub23 em novembro do ano passado. Tem ainda um bronze esse ano, no Grand Prix de Tbilisi.

A semifinal foi, talvez, o ponto alto da campanha de Felipe Kitadai. Pegou o espanhol Francisco Garrigos, que abriu um waza-ari logo no começo da luta e segurou até quando faltavam quinze segundos. Aí o brasileiro encaixou um waza-ari e, logo a seguir, outro quando faltavam quatro segundos.

Com a moral lá em cima, foi para a final e venceu o georgiano Temur Nozadze com autoridade, colocando um taiotoshi e depois um sode tsuri komi goshi para marcar mais dois waza-aris e vencer ainda antes da metade do combate. Saiu vibrando e chorou ao receber a aclamação dada pelo árbitro.

“Hoje foi uma competição extremamente brigada e esse ouro vem muito suado. Foi um nível extremamente alto com atletas medalhistas em mundiais e campeões europeus, e a gente ganhou”, disse Kitadai.

Já Rafaela Silva, para chegar na decisão, venceu três lutas. Destaque para as quartas de final contra a francesa Helene Receveaux, onde venceu por ippon. Antes, na estreia, passou pela sérvia Marica Perisic, e depois, na semifinal, venceu a húngara Hedvig Karakas. Foi a quinta final da brasileira neste ano, ela havia perdido as quatro anteriores.

Gabriela Chibana e Eleudis Valentim

Gabriela Chibana fez uma boa campanha, apesar de ter perdido o bronze para a portuguesa Catarina Costa. Na segunda rodada, a brasileira venceu Ami Kondo, atual medalha de bronze no Rio 2016 e campeã do Grand Slam de Paris. Ganhou com um estrangulamento tão forte que apagou a japonesa (confira abaixo a partir dos 50 segundos).

[embedyt] https://www.youtube.com/watch?v=MKaziCytr3k[/embedyt]

 

 

Eleudis Valentim também foi bem e chegou à semifinal após bater a quarta cabeça de chave, a suíça Evelyne Tschopp, nona melhor do mundo. Na disputa pela decisão perdeu para a francesa Amandine Buchard, atual número 1 do mundo e que foi campeã da competição. Disputou o bronze contra Larissa Pimenta.

Outros quatro brasileiros lutaram nesta sexta, mas ficaram no classificatório. Phelipe Pelim, Nathália Brigida e Daniel Cargnin perderam na segunda luta. Charles Chibana caiu na estreia.

Mundial de Tóquio de judô

O Grand Slam de Baku é a última oportunidade que os brasileiros têm para tentar uma vaga na seleção brasileira de judô que vai ao Mundial de Tóquio, marcado para agosto. Após o fim da competição, os nove melhores no ranking mundial em cada naipe, independente da categoria, terão vaga garantida. No feminino descarta-se da lista Erika Miranda, que se aposentou, e Jéssica Pereira, suspensa preventivamente por doping.

+ CONFIRA COMO ESTÃO OS RANKINS MASCULINO E FEMININO

Gabriela Chibana começou o torneio como a décima melhor brasileira, mas entraria na lista de convocadas, pois Erika e Jessica estavam à sua frente. Não dá para cravar que ela vai ao mundial sem uma avaliação detalhada dos resultados desta sexta (10), mas o quinto lugar pode fazer a diferença. O mesmo vale para Eleudis, que era a 12ª, ou 10ª, antes de Baku.

Larissa Pimenta começou o Grand Slam de Baku como a sétima melhor brasileira, descartando-se Erika e Jéssica, e deve ir a Tóquio. Rafaela Silva também deve confirmar a vaga.

Já Natália Brigida, com a eliminação precoce, talvez corra riscos, apesar da boa temporada que vem fazendo após ter ficado parada cerca de dois anos por lesão. Era a sexta na prática, tinha margem para um resultado ruim, mas é bom esperar a confirmação quando o ranking for atualizado, na segunda-feira (13).

A expectativa maior ficará com Felipe Kitadai. Ele era o 13º melhor brasileiro, mas o ouro conquistado no Grand Slam de Baku, somado à queda precoce de Pelim e Charles Chibana podem mudar as coisas. A ver.

Mais Brasil no Grand Slam de Baku

No sábado o Brasil terá Ketleyn Quadros (63kg), Ellen Santana (70kg), David Lima (73kg) e Eduardo Yudy (81kg). Domingo é a vez de Mayra Aguiar (78kg), Maria Suelen Altheman (+78kg), Rafael Macedo (90kg) e Rafael Buzacarini (100kg). . As lutas classificatórias começam às 3h pelo horário de Brasília. As disputas por medalha começam às 10h e você assiste ao vivo o bloco final a partir das 10h.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e Santiago

Mais em Judô