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Paratleta por causa da Rio-2016, Igor Barcellos trilha seu caminho

Fruto do legado dos Jogos do Rio de Janeiro, brasileiro segue crescendo na bocha e almeja a Paralimpíada de Tóquio

Igor Barcellos bocha paralímpica
Igor é fruto do legado paralimpíco de 2016 (arquivo pessoal)

Aos 32 anos, Igor Barcellos está para completar seu primeiro ciclo paralímpico da vida. Morador de Niterói, o brasileiro se interessou o paradesporto por causa da Paralimpíada do Rio-2016. “Eu assisti a Olimpíada e a Paralimpíada aqui no Brasil, vi as pessoas competindo na bocha, pensei ‘porque não eu?’ e fui atrás”.

Igor Barcellos é a concretização de um tipo do legado paralímpico de 2016. Graças ao que viu no Rio de Janeiro, o brasileiro foi se informar sobre o que poderia fazer no esporte e começou na bocha. Por conta de sua condição, já que teve encefalopatia da infância, Igor começou a competir na classe BC1, que é destinada à paratletas que podem ter o auxílio de ajudantes, que podem estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar a bola, quando pedido.

3ª Semana de Treinamento da Seleção Brasileira de Bocha – CT Paralímpico – 12 A 18 de março de 2020 – Fotos: Claudio Garcia & Igor Goulart – ANDE

“A Rio-2016 me motivou. Fui atrás e comecei na bocha. Aprendi até que rápido e fui melhorando. Conquistei alguns prêmios e consegui chegar na seleção brasileira. Claro que eu sei da dificuldade, que temos paratletas muito bons lá, mas eu sonho com Tóquio. Já presenciei uma Olimpíada e uma Paralimpíada aqui no Brasil, agora quero estar em uma competindo”.

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Atleta da galera

Igor Barcellos se tornou paratleta em 2017. Aproveitou o legado deixado pela Paralimpíada, como o centro de treinamento do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro), e passou a colocar em sua rotina do dia a dia o esporte. Toda a dedicação para essa nova rotina foi recompensada em 2018. 

Igor Barcellos Bocha paralímpica
Igor conquistou o prêmio de atleta da galera em 2018 (Arquivo pessoal)

“Em 2017 eu passei a praticar e treinar e em 2018 ganhei o atleta da galera do CPB. Lembro que eu vi o prêmio, li as regras e me inscrevi. Eu tenho muita vergonha de fazer vídeo, falar do meu esporte nas redes, ai passei a pedir um voto aqui, outro ali no trabalho para os amigos e fui ganhando, quando eu dei por mim tinha ganho. O pessoal do CPB falou que eu era a caracterização do legado paralímpico, que isso era importante para o movimento do paradesporto brasileiro e com isso eu me toquei o tamanho da conquista”. 

Libertadores virtual 

Por conta da pandemia do coronavírus, os treinamentos de Igor Barcellos nos últimos meses tem usado da tecnologia e do que o paratleta tem em sua casa para se manter em atividade. Com isso, as competições também tem voltado por meio virtual e o paratleta já voltou a vencer. 

Igor Barcellos foi o campeão da edição realizada em agosto do Bocha Battle. Reunindo cerca de 25 atletas através de um aplicativo, o torneio foi a alternativa encontrada para que as competições retornassem com segurança. O jogo virtual reproduz virtualmente as situações de jogo que acontecem em um jogo convencional com a presença dos atletas na cancha.

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A partir desta terça-feira (3), o brasileiro volta a disputar a “Libertadores” da modalidade. Envolvendo ADD Bocha, Barueri, RJ Bocha e San Jeronimo, da Argentina, o torneio reunirá mais uma vez seus competidores através do aplicativo e Igor Barcellos espera vencer novamente. 

“É diferente de uma competição presencial, é mais para a gente se divertir um pouco nesse período complicado que estamos vivendo, mas eu quero ganhar. Não gosto de entrar para competir, vou querer vencer mais uma vez”.

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