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Danielle Rauen teve em 2025 um ano de fortes provações mentais



Com dinheiro próprio, Danielle Rauen atuou em algumas competições internacionais em 2025, medalhou em todas e também foi campeã no Parapan



Na imagem, Danielle Rauen na final do Parapan contra Bruna Alexandre.
Danielle Rauen na final do Parapan contra Bruna Alexandre. Foto: Wallace Teixeira/ FVimagem/ CBTM

Não há dúvidas do orgulho que Danielle Rauen tem de representar o Brasil. E a recíproca é verdadeira, principalmente, quando vem um título como o do Parapan de tênis de mesa, que ela conquistou. O triunfo ocorreu nessa sexta-feira (10), no CT do Centro Paralímpico Brasileiro, em São Paulo. Para isso, superou grandes adversárias de sua Classe 9 e, sobretudo, na final, a compatriota e sua dupla de Classe 10, Bruna Alexandre. Foi uma conquista árdua e que traz alegrias à mesatenista, contudo, o balanço do ano pesa o que foi preciso para estar em outras competições. Portanto, 2025, que ainda tem calendário, está marcado por provações além do que esperava enfrentar.

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Detentora de três medalhas paralímpicas por equipes de bronze nas últimas três edições de jogos, Danielle Rauen está atrás de sua primeira medalha individual em Campeonatos Mundiais. Está encaminhando para o término do primeiro ano dentro de um novo ciclo paralímpico, que também luta para conquistar uma láurea individual. O primeiro passo para o objetivo foi vencer o Parapan, que lhe garantiu vaga direta para o Mundial de 2026, na Tailândia.

A conquista e o futuro em detalhes

Dessa forma, Danielle precisou de quatro sets para vencer por 3 a 1 sua compatriota, Bruna Alexandre, que é de uma classe acima. Segundo os pais de Danielle, foi muito emocionante, já que a paratleta nunca havia superado a adversária. “É muito difícil jogar contra brasileira, principalmente na nossa casa, aqui no Centro Paralímpico Brasileiro. A Bruna é minha equipe, minha dupla há muitos anos, temos resultados vitoriosos muito importantes, durante muitos anos. Jogar contra ela é difícil,” ressaltou a campeã. “Mas estou feliz com a vitória, realizada, foi um ano muito importante para mim e muito decisivo. Levo essa medalha de ouro no coração e no peito para todo mundo que torceu por mim e me acompanhou”.

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Com a vaga em mãos, Danielle terá quase um ano entre realizar o planejamento e executar com afinco até a viagem ao país asiático. Em sua jornada, já entendeu quais são os detalhes que precisa ter atenção para não deixar a tão sonhada medalha escapar. “É ter vibrações positivas, ter pessoas que te apoiam e torcem por você, é colocar sua mente, seu corpo, seu físico totalmente na mesa. Relembrar de todo o esforço que teve para estar ali.”

E ainda completa: “Mas, além disso, é detalhe. Minha derrota na Paralimpíada foi de três a dois, 17 a 15, com o matchpoint. Foi muito dolorido, outras derrotas também foram assim. É vencer esse detalhe, não errar uma bola boba nos pontos decisivos, errar menos do que as adversárias. Busco isso todos os dias, é o que falta para mim. Mas vou buscar, vou lutar muito, vou lutar muito para isso, quero chegar bem para representar a todos”.

Nem tudo são flores

“Quem me conhece, sabe que sou muito esforçada, dificilmente falto em algum treino, sou muito regrada mentalmente, fisicamente. Estou todos os dias batalhando muito. Acredito que o esforço vence às vezes. Esse é o meu lema, quero continuar sendo assim, dando meu melhor na mesa, tendo um coração bom e positivo para representar vocês e o Brasil da melhor forma”, alega Danielle.

Talvez não seja todos que estão no circulo da paratleta que concordem com isso. Recentemente, algumas postagens em sua rede social, assim como outros mesatenistas paralímpicos, chamaram a atenção pelo tom crítico e descontentamento. A própria Danielle explica uma parte do que motivou essas postagens relacionando ao que foi o ano de 2025 para sua carreira.

“Foi um ano difícil para mim. Um ano que o primeiro investimento que estou tendo na prática aqui no Brasil. Um ano em que paguei todas as minhas competições, investi em todas as competições que eu joguei. Estive em seis ou sete competições, todas foram graças ao apoio da Bolsa Pódio, do Governo Federal, do meu clube (SESI), do Time São Paulo, através da Secretaria da Pessoa com Deficiência, e da Espaço Laser. Enfim, de todo mundo que me apoia e que me incentiva. Então, foi um ano que eu tive que me provar muito mentalmente”.

Apesar disso, Danielle mostra satisfação com seu desempenho. “Mas foi um ano muito positivo, porque eu consegui medalhar em todas as competições que participei. Por mais que aconteceram nuances estranhas, foi muito positivo para mim e estou feliz por isso”.

Jornalista formado em 2013, mas que atuo desde 2008, quando ingressei na Universidade P. Mackenzie, Trabalhei por seis anos no Diário Lance!. Passei por Punteiro Izquierdo, Surto Olímpico, Torcedores e Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de São Paulo. Entrei no OTD em Abril de 2023.

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