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Welder Knaf tem retorno campeão após doping e se tornar pai



Vencendo o número 1 do mundo e pai na época que estava afastado, Welder Knaf conquistou três vitórias no Parapan e tem retorno triunfante



Na imagem, Welder Knaf ao fundo, sacando para sua terceira vitória no Parapan.
Welder Knaf ao fundo, sacando para sua terceira vitória no Parapan. Foto: Wallace Teixeira/ FVimagem/ CBTM

A notícia de doping na carreira de um paratleta pode significar o fim de toda uma vida dedicada ao esporte. No entanto, para Welder Knaf, da classe 3, representou apenas uma pausa de quatro anos. Nesse tempo se tornou pai de duas meninas e seu retorno aparenta estar em seu auge da forma técnica. Na última semana venceu o Para Elite São Paulo e conquistou três vitórias no Parapan-americano de tênis de mesa.

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Independentemente do que sofreu em seu recesso forçado, Welder está pronto para enfrentar os melhores e retomar o rumo de grandes conquistas. Para quem não se recorda, Welder, em parceria com o falecido Luiz Algacir Silva, conquistou medalha de prata nos Jogos Paralímpicos de Pequim/2008. Essa foi a primeira medalha brasileira na modalidade. “Tenho muito orgulho de ter conquistado a medalha, junto com meu parceiro, Luiz Algacir. Na época, foi um resultado fantástico que conseguimos. Nesse período que estive afastado, nunca deixei de treinar, nunca deixei de acompanhar e torcer por meus amigos. Mesmo não podendo jogar oficialmente, sempre me mantive em contato. Dá para ver o crescimento da modalidade. Naquela época, foi um resultado isolado. Mas, agora vemos que o esporte está crescendo”, afirmou o mesatenista.

Agora, logo após cumprir quatro anos de suspensão, Welder mostra motivação e leveza ao entrar na mesa para competir. “Agora estou me divertindo mais, no sentido de fazer uma coisa eu gosto, está sendo bom estar aqui, bom vivenciar isso de novo. Talvez eu não desse o valor que devia para o esporte ou para tudo o que estava acontecendo comigo. Até pelo que ocorreu, vejo que é algo maravilhoso de estar aqui”, comemorou.

Retorno de campeão

Assim, Welder poderia sentir o peso da volta e não ter confiança. A ajuda dos amigos e o estímulo de ter duas filhas pequenas fez com que o paratleta ganhasse estímulo e já colecionando novas conquistas. Jogando ao lado de Lucas Carvalhal nas duplas já venceu dois torneios nos Estados Unidos e também faturou o Para Elite São Paulo em simples e duplas. Derrotou nada menos do que o número 1 do mundo, o estadunidense Jenson Van Emburgh, na final após fazer 2 sets a 0 e sofrer empate. Nesta quinta-feira (09), estreou com três vitórias no Parapan, no qual o campeão garante vaga ao Mundial da Tailândia que ocorre em 2026.

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Mas nesse momento, Welder sentiu a falta de ritmo em competições consecutivas. “No Elite, estava bem despreocupado. Hoje, quando comecei a jogar, já senti um pouco. O fato de ter uma descarga de adrenalina do desfecho da outra competição e já entrar em outra retomando o crescimento de expectativa. Não tem tempo hábil para fazer isso, senti um pouco no primeiro jogo. Estou estranhando um pouco isso, mas acho que é questão de adaptação”, revelou. Mesmo assim, com os três triunfos, garantiu-se na semifinal e no mínimo a medalha de bronze. Vai enfrentar seu compatriota, Fábio Silva por um lugar na decisão.

“Um passo de cada vez. Esse resultado foi além do que poderia imaginar, sempre sonhamos com vaga para Mundial, para Paralimpíada. Mas o resultado fala que estamos no caminho certo em relação à preparação, experiência. A parte mental está mais suave do que estava antes, isso ajuda na decisão ali na mesa”, ponderou Welder.

Duas razões para jogar mais leve

Mariana e Ana Maria. Essas duas são as responsáveis por trazer mais alegria ao que poderia ser o período mais triste da carreira de paratleta. São os nomes das duas filhas de Welder e a razão para se sentir pronto para os embates. “Dizem que Deus escreve certo por linhas tortas, nesse período tive duas filhinhas, uma de dois e outra de quatro anos. Então, nesse período pude acompanhar o crescimento delas, ter o dia a dia, junto com meus treinamentos na minha cidade, sem viajar, sem ter aquela agenda que é própria quando se está em atividade. Deu tempo de pensar muita coisa, nessas situações você aprende muito mais, na dificuldade, na dor, se torna uma pessoa melhor e dá mais valor”, refletiu.

Como o mesatenista fez questão de ressaltar, tudo fica mais leve, ainda há pressão por resultados, mas ele encara de forma mais suave. “Está sendo bom demais, só posso agradecer a Deus, às minhas baixinhas que estão torcendo em casa, minha esposa, minha família. Estou me divertindo bastante.”

Jornalista formado em 2013, mas que atuo desde 2008, quando ingressei na Universidade P. Mackenzie, Trabalhei por seis anos no Diário Lance!. Passei por Punteiro Izquierdo, Surto Olímpico, Torcedores e Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de São Paulo. Entrei no OTD em Abril de 2023.

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