Dia 14 – Johannes Thingnes Boe sai com quatro ouros

No último dia do biatlo, mais um ouro de Johannes Thingnes Boe, que se torna o maior medalhista dos Jogos, único com 4 ouros. Além disso, sua compatriota Marte Olsbu Roiseland fatura sua 5ª medalha em Pequim.

Com a vitória de Boe, a Noruega bate o recorde de ouros de um país em uma mesma edição dos Jogos, chegando a 15 medalhas. Agora o objetivo é bater o recorde de 39 medalhas norueguesas em 2018. Eles já chegaram a 34.

O maior vencedor dos Jogos

Johannes Thingnes Boe chegou em Pequim como um nome forte do biatlo, claro, mas sem a mesma pompa que teria em outras temporadas. Ele vinha de apenas uma vitória na temporada e três pódios, algo muito aquém de outros anos, em que ele dominou completamente o circuito. Mas depois de ser fundamental nas vitórias dos revezamentos misto e masculino e de levar a prova de sprint, o norueguês não teve um bom início na prova de saída em massa, que encerra o programa do biatlo, mas com pouco mais de 5km de prova ele assumiu a liderança para não perder mais. Mesmo errando quatro tiros, os seus adversários diretos acabaram errando mais e Boe venceu a prova com 38:14.4, 40s a frente do sueco Martin Ponsiluoma e 1min12s sobre seu compatriota Vetle Christiansen. O francês Quentin Fillon Maillet, que venceu duas provas em Pequim, vinha pra brigar por Boe, mas na última sessão errou três tiros e terminou em 4º lugar. Com 4 ouros e 1 bronze, Boe se torna o melhor biatleta da história em uma única edição dos Jogos Olímpicos e chega a 8 medalhas na carreira, sendo cinco ouros.

A prova feminina da saída em massa parecia que teria domínio norueguês também. Com metade da prova em cursa, Marte Olsbu Roiseland e Tiril Eckhoff lideravam com uma diferença de quase 40s sobre a francesa Julia Simon. Mas na 3ª sessão, as duas norueguesas erraram dois tiros, enquanto outra francesa, Justine Braisaz-Bouchet zerou, assim como a sueca Evira Öberg. Roiseland e Braisaz-Bouchet cruzaram juntas na parcial após o 3º tiro, mas a francesa foi abrindo aos poucos da cansada Roiseland. No último tiro, Braisaz-Bouchet errou um, contra dois de Roiseland e saiu do stand com quase 50s de vantagem sobre Eckhoff, que passou a compatriota. A francesa venceu com 40:18.0, 15s a frente de Eckhoff e 34.9 sobre Roiseland, que sai de Pequim com 3 ouros e 2 bronzes, a única a vencer cinco medalhas em uma mesma Olimpíada.

Eileen Gu faz história

Campeã do Big Air no início dos Jogos, a chinesa Eileen Gu conquistou seu 2º ouro em Pequim, agora na prova de Esqui Halfpipe. Na sua 1ª passagem, ela tirou 93,25, com dois saltos de 900º. Na 2ª passagem, melhorou para 95,25 com praticamente a mesma apresentação da 1ª, mas levemente melhor executada. Qualquer uma dessas duas notas lhe daria a medalha de ouro. As outras duas medalhas foram pro Canadá com Cassie Sharpe 90,75 e Rachael Karker 87,75. Com este ouro, Gu se tornou a 1ª mulher da história com dois ouros no esqui freestyle.

Dobradinha suíça na decisão do Ski Cross masculino. Alex Fiva começou fazendo o melhor tempo no ranqueamento com 1:11.94 e venceu todas as suas baterias até a final. Seu compatriota Ryan Regez, que vem em ótima temporada na Copa do Mundo, também chegou à decisão. Na final, Regez assumiu a liderança bem no início da prova e liderou até o final. Fiva ainda chegou a ser ameaçado pelo russo Sergey Ridzik, mas segurou a 2ª posição e Ridzik ficou com o bronze.

Holandeses no ouro e no último lugar que vale por um ouro

Na final dos 1.000m masculino da patinação de velocidade, Thomas Krol fez grande prova e venceu com o tempo de 1:07.92, com 0.40 de vantagem sobre o canadense Laurent Dubreuil, que veio na última série para fazer 1:08.32. Na mesma bateria de Krol, o norueguês Haavard Holmefjord Lorentzen marcou 1:08.48 e ficou com a medalha de bronze. Foi talvez a final mais disputada dos Jogos, pois apenas 0.39 separaram o bronze de Lorentzen com o 11º lugar do russo Pavel Kulizhnikov.

Vale mencionar o espírito esportivo excepcional de Kai Verbij. Ele vinha na última série ao lado de Dubreuil e também vinha com chances de medalha. Na última volta, o canadense vinha pela raia de fora e brigando pelo ouro. Verbij estava na de dentro e, na reta oposta, eles teriam que trocar de raia. Só que o holandês sentiu que iria atrapalhar o tempo de Dubreuil e simplesmente parou para deixar o canadense seguir. Verbij acabou ficando na última posição, mais de 6s atrás do tempo de Krol.

Canadá não zera no curling

Pela primeira vez desde que o curling voltou a ser olímpico em Nagano-1998, o Canadá não se classificou para nenhuma final da modalidade. Mas pelo menos desta vez não saiu zerado, pois a equipe de Brad Gushue virou pra cima dos Estados Unidos de John Shuster, ouro em 2018, e levou o bronze no torneio masculino, após vitória por 8-5.

Nas semifinais femininas, jogo espetacular entre a Grã-Bretanha de Eve Muirhead e a Suécia de Anna Hasselborg. As suecas abriram 4-0 no 1º end, mas Muirhead diminui a diferença para 4-3 no 2º. No 8º, a Suécia vencia por 8-7, quando as britânicas fizeram 4 pontos virando para 11-8. No 10º end, pressionada, a Suécia conseguiu o empate com 11-11 e a partida foi pro end extra. Com o martelo, a Grã-Bretanha conseguiu vencer após um erro de Hasselborg na sua última pedra. Elas farão a final contra o Japão de Satsuki Fujisawa, que derrotou na semi por 8-6 a Suíça de Silvana Tirinzoni, dona da melhor campanha da 1ª fase com 8 vitórias em 9 jogos.

Par chinês sai na frente

Na última prova da patinação artística, os favoritos chineses Sui Wenjing e Han Cong saíram na frente no programa curto de pares com 84,41 pontos contra 84,35 dos russos Evgenia Tarasova e Vladimir Morozov, com notas decididas nos detalhes.

Alemãs liderando no bobsled

Após duas descidas das duplas femininas no bobsled, a Alemanha vem na frente com dois trenós. Laura Nolte lidera com 2:02.05, seguida de Mariama Jamanka com 2:02.55, mas com a americana Elana Meyers Taylor bem próxima com 2:02.79. Campeã do monobob, Kaillie Humphries está em 5º lugar com 2:03.38.

Final definida

Será a 3ª final da história do hóquei no gelo masculino tanto para a Finlândia como para o Comitê Russo. Os finlandeses derrotaram na semifinal por 2-0 a surpresa Eslováquia enquanto os russos vão tentar defender o ouro após venceram por 2-1 a Suécia. Os finlandeses buscam seu 1º ouro da história.

Medalhistas do dia

Após catorze dias, acertei 43 dos 97 campeões (44,3%), coloquei 68 deles no pódio (70,1%) e coloquei 149 dos 291 medalhistas no pódio (51,2%). Cravei 8 pódios completos.

Saulo Próspero