Dia 10 – Franceses vencem na dança artística

Esta segunda-feira foi o dia com menos finais até aqui, com apenas quatro, mas com uma das mais esperadas dos Jogos, a final da dança no gelo, na patinação artística.

O dia também foi marcado pela decisão da Corte Arbitragem do Esporte (CAS) em permitir que a russa Kamila Valieva possa competir na disputa individual a partir desta terça-feira, mas a Corte ainda não decidiu se ela é inocente ou culpada pelo doping. Para deixar a situação ainda mais estapafúrdia, o COI definiu que, caso ela pegue uma medalha, não haverá entrega das medalhas para ninguém enquanto a situação não for definida. Nem as medalhas da equipe serão entregues. Uma confusão só até dizer chega…

Allez les Bleus

Foi uma belíssima final da dança do gelo em Pequim, a primeira sem os canadenses Tessa Virtue e Scott Moir desde 2006, que dominaram a modalidade por três ciclos, agora aposentados. Sem eles, a vitória foi para a dupla francesa Gabriella Papadakis e Guillaume Cizéron, prata em 2018, tetracampeã mundial e que já havia sido a melhor no programa curto no sábado. Com uma apresentação simplesmente lindíssima, a dupla tirou 136,15 no programa livre e somou 226,98 para levar o ouro e bater o recorde mundial da pontuação total.

Seus principais adversários foram os russos Victoria Sinitsina e Nikita Katsalapov que levaram a prata ao som concerto para piano número 2 de Rachmaninov com 131,66 pontos no livre e 220,51 no total. O bronze foi para os americanos Madison Hubbell e Zachary Donohue com 218,02. Vale destacar a belíssima apresentação dos italianos Charlene Guignard e Marco Fabbri, ao som da trilha sonora de Desejo e Reparação, que terminaram em 5º lugar.

A vingança de Humphries

Na estreia do monobob feminino nos Jogos Olímpicos, Kaillie Humphries foi completamente dominante e levou o ouro com folga. Ela foi a mais rápida na três primeiras descidas, incluindo o recorde de 1:04.44 na 1ª delas. Já com vantagem de 1.73, ela entrou pra última com o ouro praticamente no pescoço e, com 4:19.27 na somatória confirmou a vitória. A prata foi pra americana Elana Meyers Taylor, 1.54 atrás de Humphries e que, com a melhor última descida da prova, roubou o 2º lugar da canandese Christine de Bruin.

Huphries conquistou o seu 3º ouro olímpico na carreira. Ela foi bicampeã do bobsled de duplas em 2010 e 2014, quando ainda defendia o Canadá. Ela teve muitos problemas com a federação canadense, alegando abuso dos dirigentes e técnicos e solicitou o seu descredenciamento para competir pelos Estados Unidos. Houve uma grande briga interna até sua liberação em 2019. Agora ela sai com o ouro e ainda é favorita nas duplas. Com a prata, Meyers se tornou a medalhista mais velha da história do bobsled aos 37 anos. Além disso, esta foi a 1ª prova de trenó em Pequim não vencida pela Alemanha.

Teve início nesta segunda-feira a disputa de duplas no masculino e voltamos ao normal com Alemanha dominando. Francesco Friedrich vem confirmando seu favoritismo imenso nesta prova e fechou em 1º após duas descidas com 1:58.38, incluindo o recorde da pista na 1ª com 59.02. Sete vezes campeão mundial nas duplas, ele tem mais de 60 vitórias em Copas do Mundo. Mas seu compatriota Johannes Lochner não vai facilitar. Ele aparece em 2º apenas 0.15 atrás de Friedrich, com direito à melhor 2ª descida da prova. Já o russo Rostislav Gaitiukevich aparece em 3º, mas longe, a 0.94 do líder. O trenó brasileiro de Édson Bindilatti e Édson Martins não foi bem e está em 29º, 4.09 atrás de Friedrich.

Áustria campeã por equipe

Áustria e Eslovênia fizeram uma bela disputa na final por equipes na pista maior nos saltos com esqui. Após 6 rodadas, a Áustria tinha 693,2 pontos contra 701,4 da Eslovênia, mas Jan Hörl voou para 137,5m tirando 130,5 pontos contra 117,0 de Timi Zajc e os austríacos foram pra liderança.

Na última rodada, Manuel Fettner fez 119,0 contra 116,0 de Peter Prevc e a Áustria confirmou vitória com 942,7 contra 934,4 dos eslovenos. Na disputa pelo bronze, a Alemanha fez 922,9, apenas 0,8 a frente da Noruega, com destaque para os 139,5m de Markus Eisenbichler, fundamentais para ficarem a frente dos noruegueses. Um dos maiores saltadores da atualidade, o austríaco Stefan Kraft já tem três títulos mundiais individuais e 12 medalhas em Mundiais na carreira, mas ganhou agora a sua 1ª medalha olímpica com esse ouro por equipes.

China vence no Aerials

Foi um longo dia para as atletas do Aerials feminino, já que tiveram que fazer a qualificação e a final no mesmo dia. A quali deveria ter sido no domingo, mas o mau tempo em Genting levou ao adiamento. Na qualificação, sem surpresas, com todas as favoritas passando pra decisão. A final seria em duas fases, sendo que apenas as 6 melhores passariam pra 2ª fase, onde cada uma teria apenas um salto.

Na 1ª final, a americana Ashley Caldwell, campeã mundial em 2017, fez dois saltos espetaculares e qualquer um daria o 1º lugar pra ela, sendo que o melhor foi de 105,60 pontos, com a chinesa Xu Mengtao na 2ª posição com 103,89. Na 2ª final, a chinesa foi perfeita na sua tripla pirueta de costas para tirar 108,61 e assumir a liderança, a frente da bielorrussa Hanna Huskova, que defendia o título, com 107,95 e 93,76 da americana Megan Nick. Caldwell foi a última a saltar, com o mesmo salto de Xu, mas teve uma aterrisagem ruim e acabou na 4ª posição com 83,71. A emoção da chinesa com o ouro foi uma das comemorações mais legais até aqui.

Mais cedo rolou dentro do esqui freestyle a qualificação do slopestyle feminino, onde a esyoniana Kelly Sildaru foi a melhor com 86,15 pontos, seguida de perto pela norueguesa Johanne Killi, com 86,00. A queridinha da casa Eileen Gu ficou em 3º lugar com 79,83. Gu é a atual campeã mundial da prova e tem tudo para levar seu 2º ouro em Pequim.

Final sem novidades

Todo mundo já cantava essa bola (ou seria esse puck?). Canadá e Estados Unidos farão mais uma vez a final olímpica do hóquei no gelo feminino, pela 6ª vez na história. As canadenses arrasaram a Suíça por 10-3 na semifinal e chegaram a 54 gols a favor e apenas 8 sofridos em seis jogos. Já os Estados Unidos tiveram um pouco mais de dificuldade, mas nem tanta, passando pela Finlândia com 4-1.

O Canadá esteve e todas as outras seus finais olímpicas, com 4 ouros na bagagem. Já as americanas só não disputaram a final de 2006 e em dois ouros, incluindo o de 2018. Em Mundiais, as duas equipes fizeram 19 das 20 finais, com 11 vitórias pro Canadá. A única final diferente foi em 2019, onde as americanas venceram a Finlândia. Elas tem os outros 9 títulos mundiais.

Campeões do slopestyle lideram no Big Air

A neozelandesa Zoi Sadowski-Synnott e o canadense Max Parrot foram ouro no slopestyle do snowboard na semana passada e foram os melhores na qualificação do Big Air nesta segunda-feira. Ela somou 176,50 pontos contra 171,0 da japonesa Kokomo Murase e tem tudo para repetir a vitória nesta terça-feira. Já ele somou 164,75 contra 160,00 do japonês Takeru Otsuka e também compete nesta terça por mais um ouro.

Cai a invencibilidade suíça

A equipe de Sivana Tirinzoni perdeu a sua primeira no torneio feminino de curling. A Suíça perdeu de 6-5 para a Suécia campeã olímpica em 2018 de Anna Hasselborg. Ainda asism, a Suíça lidera com 5 vitórias em 6 jogos. Quatro equipes aparecem empatadas em 2º com 4 vitórias: Japão, Suécia e Estados Unidos, mas Canadá, Grã-Bretanha e Coreia do Sul tem 3 vitórias e estão coaldas, faltando ainda três jogos para cada equipe.

Já na chave masculina, a Suécia de Niklas Edin segue perfeita com 6 vitórias em 6 jogos, incluindo a vitória sobre o Comitê Russo nesta segunda por 7-5 e já está classificada para as semifinais. A Grã-Bretanha de Bruce Mouat venceu 6-5 a Suíça e se isolou na 2ª posição com 5 vitórias e o Canadá aparece em 3º com 4 vitórias em 6 jogos.

Medalhistas do dia

Foi um dia perfeito nos chutes, com 100% de acertos dos campeões.

Após dez dias, acertei 32 dos 69 campeões (46,4%), coloquei 49 deles no pódio (71,0%) e coloquei 105 dos 207 medalhistas no pódio (50,7%).

Saulo Próspero