Dia 2 – Dois ouros pro hemisfério sul: Austrália e Nova Zelândia

Foi um dia histórico para os países da Oceania, com dois ouros e três medalhas, incluindo a primeira vitória numa Olimpíada de Inverno da Nova Zelândia.

Ainda teve recorde olímpico na velocidade, vitória russa com folga e voo japonês nos saltos. Já a final do downhill masculino no esqui alpino foi adiada por conta dos fortes ventos na largada e, se tudo der certo, será disputada na segunda-feira.

Ouro inédito da Nova Zelândia

Na final do snowboard slopestyle feminino, a neozelandesa Zoi Sadowski-Synnott faturou o 1º ouro pra seu país em uma Olimpíada de Inverno. Campeã mundial da prova, ela conquistou a vitória na última passagem. Na 1ª, tirou a melhor nota com 84,51, seguida da australiana Tess Coady com 82,68. Na 2ª passagem, a americana Julia Marino fez 87,68 e assumiu a liderança, enquanto a neozelandesa sofreu uma queda e tirou apenas 28,15.

Na última passagem, Sadowski-Synnott foi a última a descer, por ter sido a melhor na qualificação e, com uma passagem espetacular, com dois 1080º tirou 92,88 para ficar com a vitória inédita, seguida de Marino e Coady. Pela primeira vez na história, dois países do hemisfério sul subiram num mesmo pódio numa edição de inverno. Bicampeã olímpica, a americana Jamie Anderson ficou apenas na 9ª colocação com 60,78.

Tivemos depois a qualificação masculina do slopestyle, com o chinês Su Yiming ficando com a melhor pontuação de 86,80, seguido do canadense Mark McMorris com 83,30 e do estadunidense Sean Fitzsimons com 78,76. A surpresa ficou com as eliminações do finlandês Rene Rinnekangas, 13º, do norueguês Marcus Kleveland, 14º, e do americano Dusty Henricksen, 17º na quali.

Austrália leva o seu ouro no Moguls

Jakara Anthony dominou a prova desde a sua qualificação, na quinta-feira. Ela tinha sido a melhor na qualificação com 83,75, depois fez 81,91 na 1ª etapa da final, foi a melhor na 2ª etapa com 81,29 e, na última etapa, valendo medalha, foi a última a descer e marcou 83,09 pra conquistar o 6º ouro australiano da história em Jogos de Inverno.

A americana Jaelin Kauf liderava a Final 3 com 80,28 e só restava Anthony descer, que tirou a americana do ouro e jogou pra prata. Curiosamente a história da prova foi parecida com a do slopestyle. A russa Anastasia Smirnova ficou com o bronze com 77,72, enquanto a francesa campeã olímpica de 2018 e campeã mundial Perrine Laffont não teve um grande dia e acabou em 4º lugar com 77,36. A brasileira Sabrina Cass fez 62,12 na 2ª descida da qualificação, quase o mesmo que os 62,20 da 1ª descida e terminou a competição em 26º lugar, fora da final.

Bolshunov sobra no skiathlon sem Noruega no pódio

O russo Aleksandr Bolshunov venceu o skiathlon 30km masculino com muita tranquilidade no esqui cross-country. Liderando praticamente do início ao fim, o russo percorreu a primeira metade da prova no estilo clássico com o finlandês Iivo Niskanen ao seu lado e eles fizeram a troca pro estilo livre juntos, 30s a frente do russo Denis Spitsov. Só que com o passar da prova, Bolshunov foi abrindo e o finlandês, especialista no clássico, foi ficando pra trás e foi ultrapassado por Spitsov. Em 1:16:09.8, Bolshunov completou o percurso e conquistou o ouro, seu primeiro título olímpico. Em 2018 ele medalhou me todas as quatro provas que disputou, três pratas e um bronze. Spitsov ficou com a prata 1:11.0 atrás e Niskanen manteve sua boa vantagem sobre os noruegueses e foi bronze 2min atrás do vencedor.

Foi uma decepção pra equipe norueguesa ficar sem medalha. Hans christe Holund ficou em 4º, Paal Golberg em 5º, Sjur Rothe não terminou e Johannes Hoesflot Klaebo num péssimo 40º lugar. Ele claramente tirou o pé pra se poupar pras outras provas. Mas dá a entender que os noruegueses não conseguiram se acertar com as ceras dos esquis, enquanto os russos vieram mais preparados nesse sentido.

Van der Poel leva com recorde olímpico

Na final dos 5.000m masculino da patinação de velocidade, o ouro foi pro sueco Nils van der Poel, que correu na última bateria, marcando o tempo de 6:08.84, baixando o recorde olímpico. Na 5ª bateria, uma antes da pausa para refazer o gelo, o holandês Patrick Roest marcou 6:09.31, baixando o recorde olímpico que era do tricampeão da prova Sven Kramer, de 6:09.76. Roest teve que aguardar todas as 5 baterias seguintes para ver o sueco lhe ultrapassar na última. Van der Poel era o favorito e já tinha batido o recorde mundial em dezembro.

O bronze ficou com o norueguês Hallgeir Engebraaten com 6:09.88, deixando muitos dos outros favoritos pra trás. Sven Kramer, que competiu ainda na 1ª série, ficou apenas com o 9º tempo de 6:17.04, longe de conseguir um inédito tetracampeonato olímpico.

Japonês leva nos saltos

Ryoyu Kobayashi vem fazendo uma grande temporada na Copa do Mundo de Saltos em Esqui, liderando a classificação geral e já com o título do prestigiado Torneio Quatro Montanhas, que ocorre no fim de dezembro e início de janeiro. Na final do salto na Pista Normal, ele foi o melhor na 1ª rodada com 145,4 pontos, com 104,5m e notas excelentes para o seu voo e pouso, incluindo dois 19,5 (máximo é 20). O esloveno Peter Prevc foi o 2º com 139,2 pontos.

Na rodada final, Prevc não foi bem e viu o austríaco Manuel Fettner e o polonês Dawid Kubacki o ultrapassarem, por muito pouco. Último a saltar, Kobayashi voou 99,5m para tirar 129,6 pontos, somando 275,0 para ficar com o ouro. Fettner, que nunca venceu uma etapa em Copas do Mundo, foi prata com 270,8 e Kubacki bronze com 265,9. Prevc ficou em 4º a apenas 0,5 do polonês.

Um quase impecável Ludwig vneceu no luge

O alemão Johannes Ludwig foi quase perfeito durante toda a disputa do luge masculino e ficou com o ouro com o tempo total de 3:48.735, apenas 0.160 a frente do austríaco Wolfgang Kindl. Ludwig foi o melhor da prova em três das quatro descidas e, na outra ficou em segundo, apenas 0.008 pior que Kindl. Ele bateu duas vezes o recorde da pista com 57.063 (1ª descida) e 57.043 (3ª descida) e fez o recorde da largada na 1ª descida com 2.455.

O bronze ficou com o italiano Dominik Fischnaller com 3:49.686, que conseguiu manter a vantagem sobre o alemão Felix Loch, bicampeão olímpico em 2010 e 2014, que acabou em 4º a 0.192 do italiano. Foi a 11ª vez que um alemão venceu a disputa do luge em 16 disputas na história olímpica.

Kamila Valieva encanta o mundo

Na disputa por equipes da patinação artística, a russa Kamila Valieva, de apenas 15 anos, fez uma apresentação irretocável e simplesmente lindíssima para tirar 90,18 no programa curto, ficando a apenas 0,25 do recorde mundial, que é dela mesma.

No programa livre masculino, o melhor foi o japonês Yuma Kagiyama com 208,94 contra 181,65 do russo Mark Kondratiuk e 171,44 do americano Vincent Zhou. Após cinco etapas da disputa, a equipe do Comitê Russo lidera com 45 pontos contra 42 dos Estados Unidos e 39 do Japão. Canadá com 30 e China com 29 praticamente sem chances de medalha.

Itália segue invicta no curling

A fase preliminar das duplas mistas no curling está chegando ao fim e a dupla italiana se mantém perfeito, de maneira invicta. Foram mais duas vitórias neste domingo, com 8-4 sobre a China e 12-8 na Suécia, chegando a oito vitórias.

A australiana Thali Gill testou positivo para Covid, mas parece que foi um falso positivo e ela foi liberada para competir. A Austrália, que vinha de sete derrotas em sete jogos, simplesmente voltou com tudo e venceu 9-6 a Suíça e ainda mandou um 10-8 sobre o sempre favorito Canadá, na maior zebra do torneio até aqui. Grã-Bretanha e Noruega já conseguiram se classificar para a semifinal e só resta definir a última vaga, que está entre Canadá e Suécia, que não joga mais e torce por uma derrota canadense para a Itália.

Donas da casa vencem no hóquei

A China venceu o Japão no torneio feminino de hóquei no gelo por 2-1. A partida terminou empatada em 1-1, foi pra prorrogação, que ficou sem gols. Na disputa dos pênaltis, em três cobranças pra cada lado, ninguém marcou, até que Mi Le fez 1-0 pra China. Quando a goleira chinesa defende a cobrança japonesa, a vitória ficou com as chinesas por 2-1.

No último jogo do dia, os Estados Unidos arrasaram a Suíça por 8-0 e chegaram a sua 3ª vitória, com 18 gols feitos e apenas dois sofridos. Tudo se encaminha para mais uma final entre Estados Unidos e Canadá.

Medalhistas do dias

Após dois dias, acertei 9 dos 12 campeões (75,0%) e coloquei 20 dos 36 medalhistas no pódio (55,6%).

Saulo Próspero