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Os Olímpicos

Dia 1 – China leva seu primeiro ouro em final emocionante

(Marko Djurica/Reuters)

Que belo primeiro dia para os Jogos Olímpicos de Pequim! Foram seis finais, algumas delas inesquecíveis e históricas.

Noruega já com dois ouros, um tranquilo e outro na base da raça numa prova caótica, enquanto os donos da casa respiram aliviados com um ouro espetacular logo no 1º dia.

Johaug vence no esqui cross-country

Na primeira final dos Jogos, deu o esperado com a vitória soberana e tranquila de Therese Johaug no skiathlon 15km feminino. Na primeira metade da prova, no estilo clássico, a norueguesa comandou e liderava, mas com as finlandesas Kerttu Niskanen e Krista Pärmäkoski e a sueca Frida Karlsson na cola. A sueca Ebba Anderson, a russa Natalia Nepryaeva e a austríaca Teresa Stadlober num segundo bloco, um pouco atrás. Já na parcial seguinte, Johaug começou a abrir e foi colocando cada vez mais espaço entre as adversárias. As finlandesas, que são especialistas no clássico e não no livre, foram ficando pra trás, enquanto Karlsson, Stadlober e Nepryaeva se consolidavam na 2ª posição.

No último quilometro, Karlsson cansou e a russa e a austríaca se isolaram. Johaug, lá na frente, cruzou a linha de chegada em primeiro com o tempo de 44:13.7 para levar seu 2º ouro olímpico, o 1º numa prova individual. Ela havia ficado nesta prova em 6º em 2010 e em 4º em 2014. No sprint final, Nepryaeva superou a austríaca e ficou com a prata. O bronze de Stadlober foi a 1ª medalha olímpica feminina da Áustria no cross-country.

Noruega leva revezamento misto em prova imprevisível

Foi um caos. O vento doido em Zhangjiakou mandou no revezamento 4x6km misto e parecia que tudo poderia acontecer. Mas no final, os favoritos acabaram indo ao pódio. A Noruega abriu com Marte Olsbu Roiseland, que atirou muito bem, precisando apenas de um tiro extra e entregou em primeiro, com a Itália logo atrás, após uma excelente prova de Lisa Vittozzi. A Itália seguiu muito bem, agora com Dorothea Wierer enquanto a França se recuperava para fazer a segunda entrega em primeiro lugar. Enquanto isso, Tiril Eckhoff fazia um desastre para a Noruega. Ela não só precisou usar todos os 6 tiros extras, como ainda teve que dar três voltas de penalidade, entregando em 5º lugar, 30s atrás da França.

Emilien Jacquelin foi perfeito no tiro deitado, mas no em pé, precisou dar duas voltas de penalidade e viu equipe do Comitê Olímpico Russo assumir a liderança com Alexander Loginov. No fim do 6º tiro, quem aparecia em 2º eram os Estados Unidos, que vinha atirando muito bem e buscava a sua inédita medalha olímpica. Enquanto isso, a França se recuperava e já aprecia em 3º 17s atrás dos russo e a Noruega em 5º, 22s atrás.

Na última perna, Eduard Latypov manteve os russos na frente após o tiro deitado, enquanto Quentin FIllon Maillet e Johannes Thingnes Boe se aproximavam. No último tiro, todos praticamente perfeitos e saíram quase juntos. Boe estava um pouco atrás, mas 1km depois já tinha alcançado os dois. Na chegada, o norueguês acelerou, ultrapassou os dois e foi pra vitória com 1:06:45.6. Fillon Maillet assegurou a prata pra França e a equipe russa foi bronze.

China leva seu primeiro ouro na pista curta

Photo finish da final do revezamento 2.000m misto em Pequim-2022. Omega Timing/Olympic/org/Reprodução

Aconteceu um pouco de tudo no revezamento 2.000m misto na patinação de velocidade em pista curta, prova estreante no programa olímpico. Já nas quartas de final, a surpresa com a queda da Coreia do Sul na 1ª bateria e, a maior potência da modalidade, nem passou pra semifinal. Melhor tempo foi da Holanda na 2ª com 2:36.437, lideradas pela Suzanne Schulting, que levou todos os ouros do último Mundial. Nas semifinais, Canadá venceu a primeira seguida da Itália, enquanto Schulting escorregava sozinha e tirava a Holanda da final A. Na 2ª, Os Estados Unidos venceram enquanto a China, favorita, ficava em 3º. Após uma longa revisão, os americanos foram desclassificados por uma troca irregular e a Hungria venceu a bateria com China em 2º.

A final já começou de maneira nervosa, com uma queda na 1ª curva, ocasionando uma relargada. A prova seguiu bem, até que na metade, uma canadense caiu e levou a húngara junto, enquanto China e Itália disparavam. A China foi abrindo, mas na última troca, Pietro Sighel foi buscando Wu Dajing e os dois cruzaram praticamente juntos na linha de chegada, mas com a China na frente por centímetros, com 2:37.348 contra 2:37.364 dos italianos. O Canadá fechou em 3º, mas foi desclassificado por conta da queda e a Hungria herdou o bronze. Destaque para a italiana Arianna Fontana, que chegou a sua 9ª medalha olímpica, se tornando a maior medalhista da história do esporte, apesar de ter apenas um ouro.

Tivemos ainda as eliminatórias dos 500m feminino e dos 1.000m masculino, com praticamente todos os favoritos avançando. A única exceção foi o russo Semion Elistratov que cruzou em 3º na sua eliminatória e não passou pras quartas.

Sueco derrota Kingsbury no Moguls

Walter Wallberg vence Moguls masculino em Pequim-2022 AP Photo/Gregory Bull

Na final do Moguls masculino, parecia que o canadense Mikaël Kingsbury levaria o seu segundo ouro. Melhor na qualificação, ele fez a melhor marca na 1ª Final com 81,78, único acima os 80 pontos. Os 12 melhores aqui foram pra 2ª Final, onde quem se destacou foi o sueco Walter Wallberg com 80,33 contra 79,59 de Kingsbury em 2º e 79,58 do japonês Ikuma Horishima.

Na 3ª final, com apenas seis atletas, Horishima foi o primeiro a descer entre os três e fez 81,48. Kingsbury, com sua técnica espetacular para desviar dos morrinhos, marcou 82,18 pra assumir a liderança. Wallberg desceu por último, numa velocidade altíssima e cometendo alguns erros nos turns. Só que a vantagem do tempo o ajudou e ele, com 83,23, se sagrou campeão olímpico, na primeira grande zebra dos Jogos. Aos 21 anos e sem nunca ter vencido uma etapa de Copa do Mundo, Wallberg desbancou Kingsbury, talvez o maior da história do moguls, com 71 vitórias na carreira.

Eslovênia com duas medalhas nos saltos feminino

Na primeira rodada dos saltos em esqui feminino, na pista normal, a alemã Katharina Althaus ficou em 1º com 121,1 pontos, saltando 105,5m. A eslovena Ursa Bogataj fez 108,0m, mas não fez um bom pouso e perdeu pontos para compensar o vento a favor e ficou em 2ª com 118,0 pontos. Na segunda rodada, a japonesa Sara Takanashi fez 115,4 pontos para somar 224,1 e liderava, sonhando com a medalha, ainda mais depois que a eslovena campeã mundial Ema Klinec não foi bem e tirou 215,4.

Outra eslovena, Nika Kriznar, fez 99,5m, mas com 232,0 pontos passou a japonesa. Na sequência veio Bogataj, que voou pra 100,0m e 121,0 pontos, somando 239,0 e assumindo a liderança, já garantindo duas medalhas pra Eslovênia. Althaus foi a última, mas pousou com apenas 94,0m e, com 236,8 pontos no total, acabou a medalha de prata, repetindo o feito de 2018.

Mais cedo rolou a qualificação da pista normal masculina, com 53 atletas, para avançarem 50. Melhor marco do norueguês Marius Lindvik com 116,7 pontos (100,5m), seguido do compatriota e famoso pelo bigode Robert Johansson com 116,6 (103,0m) e do polonês Piotr Zyla com 112,1 (102,5m).

Holanda já com ouro na velocidade

Falar em patinação de velocidade é falar de Holanda no topo. Nos 3.000m feminino em 2018, a Holanda fechou o pódio da prova, com ouro de Carlijn Achtereekte, mas em Pequim ela não foi bem marcando 4:02.21 para terminar em 7º. A japonesa Miho Takagi, que estava na mesma bateria de Achtereekte liderou por boa parte da prova com 4:01.77. Na 8ª bateria, a campeoníssima checa Martina Sablikova assumiu a liderança com 4:00.34, mas perdeu logo na seguinte para a canadense Isabelle Weidemann com 3:58.64, numa prova espetacular de reação da canadense.

Restando apenas o 10º par a competir, entrou a estrela de Irene Schouten, que fez 3:56.93, batendo o recorde olímpico que durava desde 2002 e ficou com o ouro. A italiana Francesca Lollobrigida completou em 3:58.06 e ficou com a prata, deixando a canadense no bronze. Aos 49 anos em sua 8ª participação olímpica, a alemã Claudia Pechstein, que era a dona do recorde olímpico, acabou em 20-º e último lugar com 4:17.16.

Itália segue invicta no curling

A dupla italiana continua surpreendendo nas duplas mistas do curling e venceu mais duas partidas neste sábado, com 7-3 sobre a Austrália e 7-5 sobre a forte dupla britânica. Com 6 vitórias em 6 jogos, a Itália já está classificada para a semifinal rumo a sua 1ª medalha olímpica da história no curling.

A Suécia venceu mais dois jogos no dia, com 6-1 sobre a Suíça e 6-2 sobre o Canadá e está em segundo lugar na classificação geral com 5 vitórias. Canadpa e Grã-Bretanha estão empatados em 3º com 4 vitórias.

Mais goleada canadense no hóquei

Foi um passeio do Canadá sobre a Finlândia no hóquei feminino. Na reedição da semifinal do mundial de 2019, onde a Finlândia venceu por 4-2, as canadenses não tomaram conhecimento e arrasaram por 11-1, com 3 gols de Brianne Jenner e 3 de Sarah Nurse. Em dois jogos, o Canadá fez 23 gols e levou dois. Na outra partida do Grupo A, os Estados Unidos derrotaram a equipe russa por 5-0.

Pelo Grupo B, o Japão venceu 6-2 a Dinamarca e a Tchéquia fez 3-1 na Suécia. As duas equipes lideram o grupo com duas vitórias e bem próximas das quartas de final.

Ludwig liderando no luge

O alemão Johannes Ludwig largou na frente após duas descidas no luge masculino e soma 1:54.501, mas tem no encalço o austríaco Wolfgang Kindl, em segundo colado com 1:54.540. O italiano Dominik Fischnaller está em 3º com 1:54.805 e o alemão Felix Loch, ouro em 2010 e 2014, aparece em 4º com 1:54.883.

Primeira quali do snowboard

No snowboard slopestyle feminino, a neozelandesa Zoi Sadowski-Synnott, atual campeã mundial, foi a melhor na qualificação com 86,75 pontos obtidos na 2ª passagem e avançou pra final neste sábado a noite. A japonesa Kokomo Murase fez 81,45, passando em 2º lugar, as únicas com mais de 80 pontos. A finlandesa Enni Rukajarvi foi 3ª com 78,83 e a americana Jamie Anderson, que busca o tricampeonato olímpico, passou com a 5ª nota 74,35. A Nova Zelândia nunca venceu um ouro em Jogos de Inverno.

Medalhistas do dia

OuroPrataBronze
BIatlo Revezamento mistoNoruegaFrançaComitê Russo
Cross-country Skiathlon femininoTherese Johaug (NOR)Natalya Nepryaeva (ROC)Tersa Stadlober (AUT)
Saltos Pista normal femininaUrsa Bogataj (SLO)Katharina Althaus (GER)Nika Kriznar (SLO)
Esqui freestyle Moguls masculinoWalter Wallberg (SWE)Mikael Kingsbury (CAN)Ikuma Horishima (JPN)
Velocidade 3.000m femininoIrene Schouten (NED)Francesca Lollobrigida (ITA)Isabelle Weidemann (CAN)
Pista Curta Revezamento mistoChinaItáliaHungria
Em verde: acertei a posição. Em vermelho: coloquei no pódio, mas errei a posição

Acertei quatro dos seis campeões do dia e coloquei 12 dos 18 medalhistas no pódio.

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