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Olimpíada

COB testa operações e prepara as bases para Tóquio 2020

Time Brasil terá oito locais de apoio espalhados pelo país para melhor aclimatação dos atletas para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) está realizando diversas ações no Japão no mês de setembro, visando à preparação das bases brasileiras para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. A maior delas aconteceu no evento-teste da vela, em Enoshima. Durante a competição, que terminou no último domingo, dia 16, o COB simulou a operação que será colocada em prática durante os próximos Jogos Olímpicos. O trabalho continua essa semana, quando a Seleção Brasileira feminina de vôlei desembarca no Japão para o Campeonato Mundial, quando o COB também oferecerá estrutura para a preparação da equipe. Integrantes da entidade ainda visitarão nos próximos dias a praia de Tsurigasaki, em Chiba, local de competição do surfe em 2020, para definição de questões logísticas. Ao todo, o Time Brasil contará com oito bases de apoio no Japão para melhor aclimatação ao clima, fuso horário e alimentação.

“Nesta visita estamos testando as operações de vela e voleibol para os Jogos. A vela teve uma operação diferenciada, tanto antes quanto durante a competição, com um hotel exclusivo, mais próximo da Marina Olímpica, com alimentação brasileira e serviços de suporte adicionais. Para o vôlei estamos testando toda a operação da aclimatação para 2020, usando como oportunidade a disputa do Mundial 2018”, explicou Gustavo Harada, gerente executivo de Jogos e Operações Internacionais do COB.

Em Enoshima, onde Martine Grael e Kahena Kunze foram campeãs do evento-teste da vela, o COB disponibilizou aos quatro atletas da equipe e comissões técnicas, hospedagem, alimentação brasileira, fisioterapia e transporte. Além disso, foi montada toda a logística dos barcos, que foram enviados da Europa e ficarão guardados em um depósito do Time Brasil até 2020. “Deu para ver que antes da gente vir já havia sido feita uma preparação de várias coisas importantes, como uma boa localização de hospedagem, alimentação e o sistema de transporte. Nós conseguimos comer comida brasileira todo dia. Isso faz diferença”, comemorou Martine Grael.

“A gente aproveitou ao máximo o tempo que esteve aqui. Velejamos na raia olímpica, conhecemos a cultura local. Acho que foi muito importante esse período. Agora a gente pode ir detalhando para chegar nos Jogos e se sentir realmente em casa. Queria aproveitar para agradecer ao Nobu, que está ajudando bastante a gente aqui. Além de super sério no que faz, ele é o japonês mais brasileiro que eu conheço”, elogiou Kahena, a respeito do consultor japonês contratado pelo COB, Nobuyuki Hiramatsu, o Nobu, que além de atuar como tradutor, facilita na resolução de diversas questões com os japoneses.

A preparação do vôlei feminino para o Campeonato Mundial também será uma simulação da aclimatação para os Jogos Olímpicos, para que os atletas e oficiais possam avaliar os pontos a serem melhorados para 2020. Em Sagamihara, o COB instalará um novo piso no ginásio de treinos e testará os serviços de alimentação, transporte, acomodação e academia no local.

A operação do COB no Japão já vem acontecendo ao longo 2018. Em agosto, o COB já havia realizado simulações da logística com a equipe de natação, que se preparou para o Pan-Pacífico em Sagamihara. Em junho, o suporte das bases do COB foi para handebol masculino, em Ota, e judô, em Hamamatsu.

Para 2019, o COB aproveitará o calendário de eventos-testes oficiais para realização novas ações. “O plano estratégico está montado e estamos agora em uma fase de testes. Em 2019 levaremos em conta também os eventos-testes oficiais dos Jogos Olímpicos, avaliando assim tanto a estrutura de aclimatação como de competição”, ressaltou Gustavo Harada.

As oito bases de apoio do Time Brasil farão de Tóquio 2020 a operação mais complexa da história olímpica brasileira. “Em reunião com atletas e treinadores após os Jogos do Rio, reforçamos o plano de investir na preparação das equipes em aclimatação. Por isso foi montado um plano tão arrojado neste sentido, buscando fazer com que os quatro anos de preparação não sejam prejudicados por questões de fuso horário, alimentação, ou qualquer outra questão logística ou operacional”, afirmou o gerente executivo de Operações Internacionais do COB.

O fuso horário é um dos principais fatores que está sendo levado em conta no planejamento do COB para os Jogos Olímpicos de 2020. O clima quente de Tóquio nesta época do ano é outro ponto de atenção que já está sendo trabalhado pelo COB. “As modalidades ao ar livre precisarão se adaptar aos desafios climáticos, que certamente terão impacto direto na performance esportiva. Assim, treinar nestas mesmas condições se torna um fator de grande importância. O COB está estudando as ações mais viáveis para auxiliar nesta adaptação”, destacou Harada.

Segundo projeções do COB, a delegação brasileira deverá ter cerca de 250 atletas nos Jogos Olímpicos de Tóquio.  Antes da abertura da Vila e durante os Jogos, os atletas terão à disposição bases em Chiba, Enoshima, Hamamatsu, Sagamihara, Saitama, Ota, Koto e Chuo, esta última bem perto da Vila Olímpica.

A principal base de apoio do Time Brasil em Tóquio será na Universidade de Rikkyo. A previsão é de que mais de 100 atletas utilizem a instalação. Sagamihara terá toda estrutura para treinamento e recuperação, além de alimentação. Hamamatsu será a base do judô e do tênis de mesa. Enoshima, Ota e Koto serão os demais locais de preparação do Time Brasil no Japão. As modalidades que ficarão em cada local estão em fase final de definição e serão apresentadas de acordo com a classificação dos atletas para os Jogos.

A entidade oferecerá o mesmo serviço em todos os locais e pretende estimular o engajamento da comunidade brasileira que reside no Japão. A alimentação dos atletas será um dos diferenciais da logística do COB em relação à Jogos Olímpicos anteriores. O COB oferecerá aos atletas um local exclusivo, a alguns metros da Vila Olímpica, onde haverá comida brasileira, entre outros serviços.

As bases de aclimatação no Japão:

Chiba – Surfe
Enoshima – Vela
Hamamatsu – Beisebol, Ginásticas, Golfe, judô, Remo, Rugby e tênis de mesa
Sagamihara – Badminton, canoagem velocidade, esgrima, futebol feminino, natação, nado artístico, saltos, triatlo e vôlei feminino
Saitama – Atletismo, boxe, levantamento de peso, caratê, wrestling, taewkondo, polo aquático, pentatlo e basquete
Ota – Handebol, maratona aquática, tiro com arco, vôlei de praia e vôlei masculino
Chuo – Lounge famílias, serviços de performance, restaurante com comida brasileira, treinamento de esportes de combate, sala de força, fisioterapia, sala de coletiva
Koto – Vôlei masculino e feminino

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