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Olimpíada

Preocupado com o dinheiro, Brasil terá menos atletas em Tóquio

Wander Roberto Exemplus COB

Preocupado em poupar gastos, Brasil deve ir para as Olimpíadas de Tóquio 2020 com cerca de 260 atletas, dentro da média histórica do país

Por Cláudio Nogueira

Em meio e depois da exibição de dados e de estratégias visando a Tóquio-2020, o presidente do COB, Paulo Wanderley, e o diretor geral, Rogério Sampaio,  campeão olímpico de judô em Barcelona-1992, acabaram deixando claras tais preocupações, que podem ser resumidas numa palavra bastante conhecida: dinheiro.

“Deveremos contar com 250 a 260 atletas, que é nossa média histórica, com exceção dos Jogos em nossa casa, em 2016 (quando foram 465 competidores). Mas isso não quer dizer que nossos resultados serão piores. Os resultados vão depender do talento de nossos atletas e do trabalho das confederações”, afirmou Wanderley, muito preocupado em, como disse, enxugar a máquina do COB. “Alguns setores estavam inchados e com salários bem gordinhos. Quando assumi a presidência, eram 263 funcionários, e hoje, são 205. Isso, otimizar a máquina, é algo permanente, mas não adianta reduzir o número de funcionários, perdendo qualidade. Nós também fizemos uma revisão dos nossos contratos. Só com Tecnologia de Informação, eram gastos R$ 8,5 milhões/ano, e hoje, são R$ 2,7 milhões/ano”.

Outra prioridade para o comité será trocar a atual sede, na Avenida das Américas, na Barra, que é alugada, por instalações num dos andares do Parque Aquático Maria Lenk, onde funciona o Centro de Treinamento do Time Brasil, no mesmo bairro, dentro do Parque Olímpico. Isso implicaria na redução de gastos com aluguel.

Ao mesmo tempo em que vai buscando estabelecer a austeridade interna, o COB aguarda com ansiedade a edição pelo Governo Federal, até o dia 31 deste mês, de uma nova Medida Provisória que fixe as verbas públicas para o esporte. A comunidade esportiva entrou em pânico em junho, quando autoridades federais editaram a MP 841, que iria redirecionar para a segurança pública recursos do esporte (R$ 500 milhões) e da cultura (outros R$ 300 milhões).

“O Brasil não é o único país cujo esporte vive de verbas públicas. Na realidade, França, Alemanha e Japão também sobrevivem da mesma forma. Os Estados Unidos é que têm um sistema de captação de recursos diferente (por meio de doações voluntárias da população, além de patrocinadores privados). Lá, 85% das verbas vêm de patrocínios, e 15% de doações. É parte da cultura americana sustentar o esporte, mas por enquanto, não pensamos em crowdfunding (arrecadação junto ao público).”, declarou Sampaio. “Sobre a nova MP, estamos tranquilos com o comprometimento do governo, mas até que ela realmente seja editada, ficamos em estado de atenção”.

As bases de aclimatação no Japão
Chiba – Surfe
Enoshima – Vela
Hamamatsu – Beisebol, Ginásticas, Golfe, judô, Remo, Rugby e tênis de mesa
Sagamihara – Badminton, canoagem velocidade, esgrima, futebol feminino, natação, nado artístico, saltos, triatlo e vôlei feminino
Saitama – Atletismo, boxe, levantamento de peso, caratê, wrestling, taewkondo, polo aquático, pentatlo e basquete
Ota – Handebol, maratona aquática, tiro com arco, vôlei de praia e vôlei masculino
Chuo – Lounge famílias, serviços de performance, restaurante com comida brasileira, treinamento de esportes de combate, sala de força, fisioterapia, sala de coletiva
Koto – Vôlei masculino e feminino

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