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A marcha atlética vai mudar. E isso pode ser muito bom

Iaaf deverá aprovar profundas alterações na marcha atlética, para torná-la mais atraente ao grande público e atrair novos praticantes

A prova da marcha atlética deverá passar por profundas mudanças nos próximos anos (Crédito: Wagner Carmo/CBAt)

Uma das provas mais duras e inusitadas do atletismo é a marcha atlética. Todas as vezes em que estive acompanhando uma destas provas ao vivo, fico dividido entre a compaixão e admiração pelos seus praticantes. Ou alguém acha fácil correr sem colocar o pé totalmente no chão por 20 ou 50 km (as distâncias olímpicas)? Fora que o preconceito aos marchadores chega a ser cruel.

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Nunca vou me esquecer da entrevista do brasileiro Caio Bonfim, na chegada da prova dos 20 km da Olimpíada Rio-2016. “O fato de ser brasileiro e terminar em quarto lugar em uma prova sem qualquer tradição por aqui é simplesmente fantástico. Há nove anos que eu treino marcha atlética e não teve um único dia em que não escutasse as frases ‘vira homem’, ‘para de rebolar’, ‘viado'”, disse Bonfim à época.

Pois uma ação da Iaaf (Associação das Federações Internacionais de Atletismo) pode fazer com que a vida de atletas como Caio Bonfim fica menos difícil nos próximos anos.

Uma reunião marcada para os próximos dias 10 e 11 de março do Conselho Executivo da Iaaf, em Dopha (QAT) deverá ratificar mudanças profundas na marcha atlética. A ideia, segunda a entidade, é tornar as provas mais atraentes e evitar que sejam retiradas dos grandes eventos internacionais.

Pela proposta da Iaaf, as provas teriam suas distâncias reduzidas. A de 20 km cairia para 10 km e a de 50 km passaria a 30 km, tanto para homens como mulheres. Isso começaria a valer a partir do Campeonato Mundial de marcha atlética de 2022.

Será proposto também a utilização de palmilhas eletrônicas pelos atletas, com objetivo de detectar se o atleta está mantendo um pé em contato com o solo, que é uma exigência da prova. Isso começaria a entrar em operação a partir de 2021.

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A Iaaf explicou que ouviu mais de 1.600 pessoas desde o ano passado, entre atletas, técnicos, árbitros, patrocinadores e representantes da mídia sobre o tema. E o ponto que me pareceu mais interessante foram as justificativas destas mudanças. As mais importantes serão facilitar a transmissão pela TV, aumentar a compreensão das regras e, por fim, atrais novos praticantes.

No fundo, por mais que alguns a princípio torçam o nariz, as mudanças poderão fazer muito bem para a simpática marcha atlética.

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