Atletas olímpicas, Erika Miranda e Maria Portela são as novas integrantes da comissão técnica do selecionado do Brasil nas categorias Juvenil e Júnior. A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) anunciou os dois nomes nesta terça-feira (18) como parte do projeto Liderança e Atuação da Mulher no Judô, idealizado pela entidade máxima da modalidade no país e, recentemente, aprovado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). É um programa que visa ampliar a participação feminina em posições de liderança. As duas ficarão à frente das equipes em competições internacionais da temporada 2025.
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Erika Miranda e Maria Portela estreiam no cargo já neste sábado (22), na Thuringia Cup da Alemanha. Neste campeonato em que elas debutam na comissão técnica, o Brasil contará com 51 atletas. A competição é exclusivamente feminina, e anualmente costuma reunir as principais potências do judô mundial. Em paralelo ao evento do feminino, o time masculino vai lutar o International Masters de Bremen, também na Alemanha. No sábado (22), os judocas da classe Juvenil entram em ação e, no domingo (23), a disputa é da categoria Júnior.
Do adulto na Alemanha à base no Brasil
Atleta olímpica nas edições de Londres-2012 e Rio-2016, Erika Miranda anunciou a aposentadoria dos tatames em 2018, depois de mais de dez anos defendendo a Seleção Brasileira. Nos últimos três anos, ela foi treinadora da equipe feminina da Alemanha, onde ajudou a consolidar nomes de destaque do país no Circuito Mundial, como as gêmeas Mascha e Seija Ballhaus. Agora, ela retorna ao judô brasileiro com a missão de ajudar na formação de jovens atletas da Seleção Júnior e repassar a experiência que adquiriu em uma vida inteira dedicada ao esporte.
“Estou feliz em estar de volta e ter aceito esse desafio, depois de muito tempo fora do Brasil. Sou grata a tudo o que o judô me proporcionou, a tudo o que conquistei, e poder passar isso adiante me deixa feliz. Na Alemanha, eu trabalhava com a equipe adulta. Foi uma experiência incrível, mas acho que o Júnior é uma classe onde você pode trabalhar melhor. São atletas que ainda estão no finalzinho da formação, então dá para contribuir bastante. É diferente do Sênior, que não conseguimos fazer essas mudanças dependendo de como o atleta chega”, disse Érika Miranda.
“Aprendi muitos pontos positivos que quero levar para dentro da Seleção Brasileira, para fortalecer as meninas, principalmente pensando pelo lado tático em competições. A Alemanha me ensinou a ser uma treinadora mais humana e acho que isso vai ser um diferencial”, acrescentou a treinadora, que está com 37 anos. A ex-judoca soma em sua carreira como atleta sete medalhas em Campeonatos Mundiais, sendo três pratas (Rio-2013 individual e equipes e Budapeste-2017) e quatro bronzes (Cheliabinsk-2014, Astana-2015, Budapeste-2017 e Baku-2018). Ela também foi campeão dos Jogos Pan-Americanos Toronto-2015
Integração definitiva
Erika Miranda terá a companhia de Maria Portela na comissão técnica das Seleções Brasileiras Juvenil e Júnior. Atleta olímpica em Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020, ela estreou como treinadora da categoria Juvenil em 2024, por meio do Programa de Capacitação e Integração de Técnicos (ProCIT). A convite da CBJ, ela fez parte da comissão técnica da Copa Europeia de Porec e do Campeonato Mundial Sub-18, onde o judô brasileiro conquistou seu melhor resultado da história. Agora, entretanto, a integração será definitiva e a multimedalhista poderá orientar as atletas da equipe Juvenil em 2025.
“Em 2024, eu tive a oportunidade de conhecer todo o trabalho que é desenvolvido nas Equipes de Transição. Foi muito enriquecedor para minha carreira como treinadora, poder somar e ter experiências mais próximas dos atletas. Consegui participar de eventos e treinamentos importantes, então pra mim agregou muito no meu aprendizado. Me senti uma ‘ferramenta’, sabe? Porque com a minha experiência como atleta, consegui transmitir muitos detalhes e isso foi bem legal”, disse Maria Portela, que anunciou aposentadoria do alto rendimento em 2022.
Maria Portela fez a transição para a carreira de técnica com a conclusão do curso de formação esportiva da Universidade Húngara de Ciências do Esporte, com apoio da CBJ e COB. “Fico honrada em ser uma das primeiras a entrar nesse novo projeto. Tenho certeza que ele terá vida longa e irá capacitar treinadoras, para que estejam mais ativas na frente de comissões, clubes e do judô brasileiro. É importante fomentar não somente o ganho de medalhas olímpicas, mas a formação de cidadãos. Estar representando essa mulherada que batalha é uma responsabilidade grande, que estou encarando com alegria, leveza e segurança”, completou a ex-judoca.
Companheiras de Seleção
Erika Miranda e Maria Portela foram companheiras de Seleção Brasileira por anos e agora terão a oportunidade de compartilhar juntas as vivências de um novo capítulo de suas trajetórias no judô. “Eu e a Maria estivemos em Jogos Olímpicos juntas e sempre tivemos uma proximidade muito grande. Trabalhar com ela vai ser um prazer, acho que é um privilégio estar com uma amiga, e isso vai trazer bons frutos”, disse Erika Miranda.
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“Eu e a Erika convivemos muitos anos na Seleção e, além de sermos companheiras de equipe, construímos uma amizade. Fico feliz de ter a oportunidade de compartilhar esse momento com ela, de sermos treinadoras juntas e somar um pouquinho na vida de cada jovem atleta. Com a experiência que ela traz da Alemanha, acho que também vou aprender muito com ela. Assim como com os outros treinadores que já fazem parte da comissão”, concluiu Maria Portela.
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Por fim, Paulo Wanderley Teixeira, presidente da CBJ, comentou sobre a integração das duas novas treinadoras. “A CBJ e o judô brasileiro ganham muita qualidade técnica com a chegada da Erika e da Maria. Ambas têm trajetórias exemplares na Seleção Brasileira e essa experiência será fundamental para o desenvolvimento dos nossos jovens atletas. Estamos comprometidos com a qualificação e criação de mais oportunidades para treinadoras de judô, e esse projeto reflete o caminho que desejamos seguir”.