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Judô

Equipe de judô viaja para Tóquio em último torneio de 2023

Com retorno de Mayra Aguiar, grupo de atletas “elite” e jovens buscam pontos na corrida olímpica

Equipe mista do Brasil de judô no pódio dos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023
Equipe mista judo nos Jogos Pan-americanos de Santiago-2023 (Wander Roberto-COB)

A “última dança” da seleção brasileira de judô na temporada 2023 será no palco mais tradicional da modalidade, o Grand Slam de Tóquio, no Japão, que acontecerá nos dias 02 e 03 de dezembro. Para esse desafio, a CBJ levará 15 judocas que viajarão ao Japão no próximo sábado, 25, em busca de uma inédita medalha de ouro para o judô brasileiro no Grand Slam japonês. 

Grand Slam de Tóquio é torneio mais tradicional do judô

A etapa é considerada por muitos atletas e treinadores como a mais difícil do circuito, uma vez que o Japão, berço do judô e maior potência da modalidade, pode inscrever até quatro judocas por categoria. Os demais países devem respeitar o limite de até dois por categoria. Ou seja, para conquistar o título do Grand Slam de Tóquio é possível que o atleta faça até quatro lutas contra japoneses. Na última edição os anfitriões ganharam 12 ouros de 14 possíveis. Apenas Coreia do Sul (60kg) e Itália (100kg) conseguiram tirar os japoneses do topo do pódio. Ao todo, foram 39 medalhas para a festa japonesa.  

“Com certeza é a etapa mais difícil do circuito! Acho que a principal característica dessa competição é o nível técnico de lutas no solo, que é um ponto muito forte do Japão, sendo com atletas vindo da base ou já medalhistas em diversas competições”, analisa Rafaela Silva, que já conquistou três medalhas de bronze em Tóquio e sabe o tamanho dessas conquistas. “Geralmente, as pessoas já esperam 4 japoneses no pódio. Então, você estar no pódio já é um ponto super positivo. (Se for) no lugar mais alto significa que está no caminho certo em busca de grandes conquistas.”

Sérgio Pessoa foi o único judoca brasileiro campeão em Tóquio

Para se ter uma ideia, na história do evento um único brasileiro conseguiu romper a hegemonia japonesa e faturar a medalha de ouro. Foi com Sérgio Pessoa (60kg), em 1986, quando a competição ainda se chamava Copa Jigoro Kano. Foi assim até 2008, quando a Federação Internacional de Judô implementou o Circuito Mundial e a Copa Jigoro Kano foi agregada a ele com o nome de Grand Slam de Tóquio.

Nessa era moderna do evento, diversos brasileiros subiram ao pódio, como Tiago Camilo, Leandro Guilheiro, Charles Chibana, Victor Penalber, Felipe Kitadai, Luciano Corrêa, David Moura, Rafael Silva, Sarah Menezes, Érika Miranda, Rafaela Silva, Maria Portela, Mayra Aguiar, Maria Suelen Altheman, Beatriz Souza. Desses, quem chegou mais perto do título foi Rafael Silva “Baby”, que teve duas oportunidades de entrar para a história. 

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“Eu tive a chance de fazer duas finais. Fiquei com a prata nas duas. Ganhei de alguns japoneses nesse percurso e uma final foi com o coreano com quem disputei medalha em Londres 2012. Fiz um bronze também “, enumera Baby, que antecipou sua chegada ao Japão e está se preparando na prestigiada Universidade de Tokai ao longo dessa semana de olho em mais uma nova oportunidade de buscar esse ouro inédito na era moderna.

“É uma competição que, para todo judoca, é muito legal, muito inspiradora. A torcida é bem acolhedora, eles torcem pelo judô. Pelo Japão, é claro, mas quem apresenta um bom judô eles vão acompanhando também. É de um nível técnico muito alto e, para a gente, a questão da distância, do fuso-horário é um agravante. Para alguém que é de fora conquistar uma medalha no Grand Slam de Tóquio é uma grande honra por todos esses fatores. Por ser o lugar onde começou o judô, pela dificuldade na chave de cruzar com, no mínimo, dois japoneses. Antigamente, todos os medalhistas mundiais eram convidados para participar com despesas pagas pela organização. Isso não acontece mais, mas o nível técnico ainda é muito alto”, completou o peso-pesado do Brasil. 

Mais recentemente, o último pódio do país na competição foi o bronze de Beatriz Souza (+78kg), em 2019. Em 2020 e 2021 não houve competição e, em 2022, o Brasil levou apenas quatro atletas, que não avançaram nas chaves. 

Programa de suporte ao jovem atleta 

Além de convocar o seu grupo de atletas “Elite” seguindo os critérios de investimento adequado, a CBJ levará à Tóquio também outros três judocas da seleção júnior (Sub-21) por meio do programa de Suporte ao Jovem Atleta do Comitê Olímpico do Brasil em parceria com a Confederação.

Assim, Michel Augusto (60kg), de 19 anos, e Kaillany Cardoso (70kg), também de 19 anos, foram convocados para competir o Grand Slam e participar do Treinamento de Campo no Instituto Kodokan posteriormente à competição. Mais nova, Bianca Reis (57kg), de 18 anos, foi convocada para participar apenas do treinamento. 

SELEÇÃO BRASILEIRA DE JUDÔ – GRAND SLAM DE TÓQUIO 2023 

60kg – Michel Augusto (SESI-SP/FPJ)
66kg – Willian Lima (EC Pinheiros/FPJ)
81kg – Guilherme Schimidt (Minas Tênis Clube/FMJ)
90kg – Rafael Macedo (Sogipa/FGJ)
100kg – Leonardo Gonçalves (Sogipa/FGJ)
100kg – Rafael Buzacarini (EC Pinheiros/FPJ)
acima de 100kg – Rafael Silva “Baby” (EC Pinheiros/FPJ)

52kg – Larissa Pimenta (EC Pinheiros/FPJ)
52kg – Jéssica Pereira (Instituto Reação/FJERJ)
57kg – Jéssica Lima (Sogipa/FGJ)
57kg – Rafaela Silva (CR Flamengo/FJERJ)
63kg – Ketleyn Quadros (Sogipa/FGJ)
70kg – Kaillany Cardoso (Minas Tênis Clube/FMJ)
78kg – Mayra Aguiar (Sogipa/FGJ)
+78kg – Beatriz Souza (EC Pinheiros/FPJ)

Interessado em cinema, esporte, estudos queer e viagens. Se juntar tudo isso melhor ainda. Mestrando em Estudos Olímpicos na IOA. Estive em Tóquio 2020.

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