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Judô

Aos 35 anos, Maria Portela encerra carreira como atleta

Após 15 anos de seleção brasileira, Maria Portela anuncia aposentadoria da carreira como atleta

Maria Portela foi número 1 do mundo no judô por isso
(Foto: Gabriela Sabau/IJF)

Chegou a hora de Maria Portela pendurar o quimono. Aos 35 anos, a gaúcha decidiu mirar novos desafios fora das competições e anunciou sua aposentadoria como atleta nesta quarta-feira (1º). Foram 15 anos dedicados à seleção brasileira de judô, com três participações olímpicas, dezenas de medalhas no circuito mundial e uma década entre as melhores do mundo no peso médio feminino (70kg).
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“Eu vivi muito intensamente a minha carreira como atleta de alto rendimento e chegou o momento de encerrar essa etapa. Não ter conseguido o resultado no último Mundial, depois passar por lesões, cirurgia, os altos e baixos, enfim, um conjunto de situações que foram me levando a tomar essa decisão. Agora, eu vejo que preciso botar a faixa branca de novo e viver novos desafios”, explica Portela.
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Maria Portela esteve presente nas últimas três edições de Jogos Olímpicos, incluindo em Tóquio-2020, quando parou nas oitavas de final. No Campeonato Mundial do ano passado, em Tashkent, no Uzbequistão, ela também acabou derrotada nas oitavas de final, após perder para a japonesa Shiho Tanaka. Entre as principais conquistas de sua carreira, está o ouro no World Masters de 2017.

Entre as melhores do mundo

Maria Portela não conquistou medalha olímpica, mas teve uma carreira vitoriosa
Maria Portela teve uma carreira vitoriosa (Foto: Gabriela Sabau/IJF)

A última competição oficial da judoca foi o World Masters de Jerusalém, em dezembro do ano passado. Mesmo sem competir há mais de dois meses, Portela se despede da carreira como atleta entre as melhores do mundo no 70kg. Ela ocupa a 13ª colocação a pouco mais de um ano para os Jogos de Paris. Mas, ela acredita que a categoria está bem encaminhada internamente com a nova geração chegando forte.

“Eu assisti à Ellen em Paris e torci por ela. O caminho está aberto, elas podem buscar essa vaga olímpica. Isso me trouxe tranquilidade. Mas, eu quero deixar claro para as pessoas que eu não estou desistindo, eu entendi que, para mim, o que entreguei até hoje está ok”, reflete.

Principais conquistas

Mas é claro que o que Maria Portela fez com o judogi da seleção e da Sogipa, clube que defende desde 2010, foi muito mais do que “ok”. Sair de um projeto social de Santa Maria (RS) e tornar-se número um do mundo num esporte tão competitivo como o judô é algo raro. Agora, o que ficam são as lembranças dessa jornada, dos momentos vitoriosos e daqueles que deixaram um grande aprendizado.

Maria Portela foi, assim, vibrante na carreira
Portela sempre foi sinônimo de garra e determinação (Foto: Alenezi Fawas-IJF)

“As experiências olímpicas foram muito marcantes, tanto o mais dolorido, que foi Londres, quanto o que me trouxe a satisfação de dever cumprido, que foi Tóquio. Mas, o título do World Masters, pela forma como eu conduzi aquele dia, como eu controlei as emoções, foi muito marcante. O bronze no Grand Slam de Tóquio também, por ser o Grand Slam de Tóquio e por ter me dado ali a classificação para os Jogos do Rio”, enumera.

Além do ouro no Masters de São Petersburgo-2017, Maria Portela faturou cinco medalhas por equipes em Mundiais, duas com o time feminino (uma prata e um bronze) e três com o time misto (uma prata e dois bronzes). Ela ainda faturou sete medalhas em Campeonatos Pan-Americanos de judô, sendo duas de ouro, e foi ao pódio dos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015 e de Guadalajara-2011. Pelo Circuito Mundial, teve 11 medalhas em Grand Slam e dez em Grand Prix. A gaúcha ainda foi número 1 do mundo em 2018.

Planos para o futuro

Os planos para o futuro já estão sobre a mesa e Portela garante que não vai se afastar do judô. O esporte transformou sua vida, lhe deu oportunidades e ela entende que é hora de retribuir e compartilhar tudo o que aprendeu nos tatames.

“Eu tenho muito a aprender, mas não quero sair de tudo o que esporte me proporcionou. Como atleta, é um dever repassar isso. Eu me vislumbro uma treinadora, por exemplo. Fiz, recentemente, um curso em coaching, uma mentoria que vai trabalhar as questões emocionais porque eu vivi esse processo como atleta, de saber como resolver os problemas internos para performar. Estou pronta para os desafios e muito motivada para o desconhecido. Isso me traz a certeza de que concluí o ciclo como atleta de alto rendimento”, conta ela.

*Com informações da Confederação Brasileira de Judô (CBJ)

Paulistano de 22 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri os Jogos Mundiais Universitários de Chengdu e os Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.

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