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Pan 2019

Maturidade guia Mayra Aguiar para ouro inédito no judô

Bicampeã mundial e com duas medalhas olímpicas, Mayra Aguiar conquista seu primeiro Pan e diz que maturidade ajudou a aliviar a pressão. David Moura e Beatriz Souza levaram o bronze

Mayra Aguiar, no judô nos Jogos Pan-Americanos
Wander Roberto/COB

A brasileira Mayra Aguiar conquistou em Lima o seu primeiro ouro em Jogos Pan-Americanos neste domingo (11), último dia de competições na capital peruana. Dentre os motivos que a levaram para o topo do pódio no judô, estão a maturidade e a leveza com que passou a encarar a caminhada. Beatriz Souza e David Moura também lutaram e ficaram com a medalha de bronze.

“Eu estou em uma vibe muito assim. Claro que eu tenho muita gana, objetivos que eu quero, mas eu já estou tão feliz com tudo o que eu já conquistei que isso me deixa tranquila para conquistar mais. Está sendo lucro”, disse a bicampeão mundial e duas vezes medalhista olímpica, dentre outras conquistas. “É maturidade, aquela velha maturidade. Uma hora chega”,  disse a gaúcha de 27 anos, que já tinha duas pratas e um bronze em Pans.

Mayra Aguiar, no judô nos Jogos Pan-Americanos

Mayra venceu suas três lutas por ippon (foto: Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br)

Sobre o ouro inédito, alegria na medida certa. “Mais um objetivo completado. Eu entrei nessa competição e me perguntaram: ‘e aí, tá faltando ouro’. Dá muita pressão, então eu procuro dar o meu melhor. Eu quero sair daqui tendo dado o meu melhor. De brinde veio a medalha de ouro. Saí satisfeita com o meu desempenho, curti e agora o ouro”.

“Eu estou em meu momento melhor da minha carreira e no mais feliz também, onde eu estou podendo curtir mais. Independente de resultado. Claro meu foco total é ir lá e ganhar todas as lutas e conquistar a medalha de ouro, mas eu também quer curtir esse caminho e estou satisfeita com isso”.

Último dia de lutas

Mayra Aguiar e Beatriz Souza venceram rapidinho suas primeiras lutas nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Mal subiram no tatame e já jogaram de ippon as rivais, Nefeli Papadakis, dos Estados Unidos, e Priscila Martinez, do México, respectivamente.

Mayra também atropelou na semifinal, contra a venezuelana Karen Leon, aplicando outro ippon nos primeiros segundos da disputa. Na final, bateu com mais um ippon Kaliema Antomarchi, de Cuba, em luta bem mais complicada, resolvida somente no golden score. Elas são velhas conhecidas dos tatames, esta foi a oitava vem em que se encontraram e a brasileira venceu todas.

“Ela é uma atleta muito agressiva, então se tu entrar no jogo de agressividade, acaba perdendo a cabeça. É uma atleta que já me bateu muito em treinamento. De eu sair chorando, porque tinha apanhado”, falou Mayra. “Foi uma luta bastante dura. Ela arrisca muito, entra na frente, então tem de tomar cuidado com o shido. Elas conseguem jogar bem com o shido”.

Já Bia perdeu a disputa pela final para a portorriquenha Melissa Mojica no golden score. Foi para o bronze e venceu Izayana Marenco, da Nicarágua, sem maiores problemas.

David Moura foi mais “modesto” na primeira luta, mas também venceu com folgas o chileno Francisco Solís. Na seguinte, válida pela semifinal, travou uma disputa sensacional contra o cubano Andy Granda, que o acabou projetando no golden score. Moura, então, foi para a disputa do bronze onde venceu por ippon Ajax Tadehara, dos Estados Unidos, para garantir um lugar no pódio dos Jogos Pan-Americanos.

David Moura, no judô nos Jogos Pan-Americanos

David Moura e Andy Granda (foto: Pedro Ramos/rededoesporte.gov.br)

“Tem de usar isso aqui como uma preparação para o Mundial, digerir rapidinho essa derrota e focar. Claro que eu vim para buscar o ouro. Eu fiquei triste que perdi, mas logo já digeri e entendi que o bronze é importante também. Muita gente gostaria de estar aqui no meu lugar”, falou David Moura. “Fiz uma luta duríssima contra o cubano e agora é arrumar os detalhes. Tem duas semanas e pouco para lutar o Mundial e estou muito bem preparado e saí inteiro da competição, o que é muito importante. Bola para a frente”.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e Santiago

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