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Com grana enxuta, atletismo brasileiro aposta em ‘meritocracia’ para Tóquio-2020

Novo contrato de patrocínio com a Caixa Econômica Federal fez com que a CBAt revisse programas de incentivo. Agora, haverá premiação por recordes e medalhas conquistadas

O novo contrato com a Caixa Econômica Federal até 2020 deu tranquilidade para a CBAT (Confederação Brasileira de Atletismo) para este ciclo olímpico. Em compensação, com a redução nos valores, obrigará a entidade a readequar sua estrutura, incluindo nesta conta o apoio financeiro para os principais atletas do país. Nesta terça-feira (30), o presidente da entidade, José Antonio Fernandes, o Toninho, concedeu uma entrevista coletiva para falar sobre este início de trabalho rumo a Tóquio-2020. Confira abaixo os principais pontos abordados na conversa.

Novo patrocínio

O novo vínculo, formalizado na semana passada, tem um valor total de R$ 60 milhões, a serem pagos até o final de 2020. Para a temporada de 2017, o repasse será de R$ 13 milhões, contra R$ 16 milhões pago no ano passado. Em relação ao total, houve um decréscimo de R$ 30 milhões em relação ao contrato anterior, conforme anunciado pelo Diário Oficial. A CBAt considera, para termos de comparação, que o contrato direto da Caixa era de R$ 64 milhões, sendo que a diferença era por conta de convênios e pagamentos de bolsas para atletas de elite, feitos nas duas últimas temporadas.

Meritocracia

A partir deste ciclo olímpico, a CBAt considera que, diante das várias formas de recursos que os atletas têm à disposição (Bolsa Atleta, Bolsa Pódio, patrocínios individuais, Forças Armadas etc), irá remunerar os principais nomes do Brasil de acordo com com os resultados.

Serão premiados, por exemplo, recordes obtidos em competições adultas, sub-23, sub-20, sub-18 e sub-16. Um recorde brasileiro adulto, por exemplo, renderá ao atleta R$ 5.000. Para uma nova marca sul-americana, R$ 8.000 e mundial, R$ 50 mil. Uma medalha de ouro no Campeonato Mundial de Londres, marcado para agosto, renderá R$ 80 mil. A prata valerá R$ 60 mil e o bronze, R$ 40 mil. Os treinadores receberão 50% do valor do respectivo prêmio obtido por seu atleta.

Bolsa Pódio

Uma comissão formada pelo diretor de alto rendimento da CBAt, Antonio Carlos GOmes, além de representantes do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) e do Ministério do Esporte, definiram os critérios para aprovação ao programa Bolsa Pódio. Entre os programas de incentivo do Governo Federal, este é o que premia aqueles atletas considerados com potencial para brigar por medalhas em competições internacionais.

Embora a inscrição no programa tenha que ser feita pelo atleta, cabe à CBAt (junto com o COB) analisar as condições técnicas dos pretendentes. E diante da grana mais curta, os critérios estão mais rigorosos e com menos contemplados. Por enquanto, estes são os aprovados para o Bolsa Pódio 2017 do atletismo:

  • Darlan Romani – arremesso do peso
  • Wagner Domingos (Montanha) – lançamento do martelo
  • Caio Bonfim – marcha atlética
  • Érica Sena – marcha atlética
  • Luís Alberto de Araújo – decatlo
  • Geisa Arcanjo – arremesso do peso
  • Thiago Braz – salto com vara
  • Augusto Dutra da Silva – salto com vara
  • Altobeli Santos da Silva – 3.000 m c/ obstáculo
  • Talles Frederico Sousa Silva – salto em altura

“Os conceitos estão sendo mudados para este ciclo olímpico, o mais importante porém é que o programa vai continuar. Como se trata de lei, é mais complicado para ser extinta. Não acho que vai terminar a Bolsa Pódio, mas vai ficar mais difícil de alcançar. O funil mais apertado pode melhorar a qualidade técnica”, disse Toninho.

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