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As mudanças que vão revolucionar as Olimpíadas em 2020. Mas para melhor?

Federações internacionais solicitam a inclusão de 25 novos eventos no programa esportivo para Tóquio-2020, mas esbarram na ameaça de gigantismo dos Jogos

Os Jogos de Tóquio-2020 poderão representar a mudança de rumo mais radical na história do movimento olímpico. E não digo isso baseado pela inclusão das cinco modalidades no programa esportivo. Além de bizarrices como escalada esportiva, skate e surfe, estão sendo propostas mudanças profundas para a próxima Olimpíada.

O site “Inside the Games” trouxe neste sábado reportagem sobre o resultado das reuniões ocorridas na convenção da SportAccord, entidade que conta com todas as federações internacionais de esporte, olímpicos e não olímpicos. realizada em Aarhus (DIN). Se os pedidos dos cartolas forem aprovados pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) e também pelos organizadores de Tóquio-2020, a Olimpíada terá uma nova cara.

Nada menos do que 15 federações internacionais estão pedindo inclusão de novos eventos ou troca de outros por eventos mistos, buscando igualdade de provas femininas e masculinas. Enviaram pedidos de mudanças as federações de tiro com arco, esportes aquáticos, basquete, boxe, judô, pentatlo moderno, tênis de mesa, taekwondo, triatlo, levantamento de peso, canoagem, remo, tiro esportivo, ciclismo BMX e ciclismo pista.

Existe ainda a possibilidade do atletismo também enviar uma solicitação de mudança no programa esportivo, após a reunião de seu conselho técnico em Londres na semana que vem. Ao todo, a SportAccord apresentou a inclusão de 25 novos eventos para a próxima Olimpíada.

Algumas das propostas trariam aquele “sopro de juventude” que o COI vem pedindo, para tentar atrair um público mais jovem aos Jogos Olímpicos. Algo que já estava incluído na Agenda 20+20, lançada por Thomas Bach há quase quatros anos.

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Por exemplo, a Fiba (Federação Internacional de Basquete) tem boas chances de emplacar a inclusão do basquete 3 x 3, um evento que a entidade tem investido bastante como forma de popularizar a modalidade. A Fina (Federação Internacional de Natação) foi quem mais fez pedidos de inclusão de eventos. Quer, por exemplo, a inclusão do nado sincronizado misto, o high diving (salto em plataformas de 27 m para homens e 20 m para mulheres), inclusão dos 50 m peito, costa e borboleta, aumento para 12 equipes de polo aquático (homens e mulheres), inclusão de revezamentos mistos (4 x 100 m livre e 4 x 100 m medley), entre outras mudanças.

De modo geral, os pedidos das federações internacionais foram para acrescentar competições por equipes ou mistas.

É sempre salutar buscar mudanças, ir atrás de novas ideias, novos conceitos. A própria história da Olimpíada mostra essa evolução, com esportes que hoje soam absurdos mas que já tiveram muita popularidade, como por exemplo o cabo de guerra. O meu questionamento na nada modesta lista de pedidos das federações internacionais é que eles parecem ignorar o problema do gigantismo que afeta os Jogos Olímpicos.

O COI estabeleceu que não quer mais do que 310 eventos esportivos na Olimpíada. E a lista de pedidos contém pouquíssimas exclusões de provas. Na boa, a conta não fecha. As federações internacionais parecem descoladas da realidade ao não perceberem que cada vez menos cidades se interessam em organizar um megaevento caríssimo e com legado bastante discutível para a população local.

Além do discutível ganho técnico que tantos eventos novos, o problema dos custos parece ser o grande adversário para que as propostas que saíram do encontro da Dinamarca sejam aprovadas na totalidade. A bola agora está com o COI.

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